Para a generalidade dos estudiosos, o Cristo permanece tão-somente situado na História modificando
o curso dos acontecimentos políticos do mundo; para a maioria dos teólogos, é simples objeto de
estudo, nas letras sagradas, imprimindo novo rumo às interpretações da fé; para os filósofos, é o centro
de polêmicas infindáveis, e, para a multidão dos crentes inertes, é o benfeitor providencial nas crises
inquietantes da vida comum.
Todavia, quando o homem percebe a grandeza da Boa Nova, compreende que o Mestre não é apenas
o reformador da civilização, o legislador da crença, o condutor do raciocínio ou o doador de facilidades
terrestres, mas também, acima de tudo, o renovador da vida de cada um.
Atingindo esse ápice do entendimento, a criatura ama o templo que lhe orienta o modo de ser;
contudo, não se restringe às reuniões convencionais para as manifestações adorativas e, sim, traz o
Amigo Celeste ao santuário familiar, onde Jesus, então, passa a controlar as paixões, a corrigir as maneiras
e a inspirar as palavras, habilitando o aprendiz a traduzir-lhe os ensinamentos eternos através de
ações vivas, com as quais espera o Senhor estender o divino reinado da paz e do amor sobre a Terra.
Quando o Evangelho penetra o Lar, o coração abre mais facilmente a porta ao Mestre Divino.
Neio Lúcio conhece esta verdade profunda e consagra aos discípulos novos algumas das lições do
Senhor no círculo mais íntimo dos apóstolos e seguidores da primeira hora.
Hoje, que quase vinte séculos são já decorridos sobre as primícias da Boa Nova, o dimicílio de
Simão se transformou no mundo inteiro...
Jesus continua falando aos companheiros de todas as latitudes. Que a sua voz incisiva e doce
possa gravar no livro de nossa alma a lição renovadora de que carecemos à frente do porvir, convertendo-
nos em semeadores ativos de seu infinito amor, é a felicidade maior a que poderemos aspirar.