Após muita ansiedade, o Galaxy Z Flip 7 chegou ao mercado brasileiro e, na última semana, tive a oportunidade de testar o novo dobrável em forma de concha da Samsung. Este é o modelo mais indicado para quem quer um dobrável discreto, mas não abre mão de uma boa usabilidade.
Testamos o Galaxy Z Fold 7: um dobrável que parece um "celular normal"Galaxy Z Flip 7 passa por teste extremo de durabilidade; veja como ele se saiuNeste texto, conto tudo sobre o aparelho, para te ajudar a entender se ele vale a pena, ou se é melhor optar por outro modelo.
- 📱 Encontre seu próximo celular da Samsung no WhatsApp do CT Ofertas
Nota geral: 4 / Nota Design: 5 / Nota Bateria: 3,5 / Nota Câmera: 4 / Nota Tela: 5 / Nota Desempenho: 4 (Imagem: Bruno Bertonzin/Canaltech)
Prós
Tela externa maiorInterface bem completaUso confortávelCâmeras de boa qualidadeMelhorias no vinco da telaContras
Uso da tela externa limitadoDesempenho poderia ser melhorDesign e construção
Em relação ao design, o Flip 7 segue a identidade visual do antecessor, mas tem algumas melhorias bem-vindas. O formato de concha agora é mais bem aproveitado, com uma tela externa maior que cobre quase toda a parte frontal, com recortes apenas para as duas câmeras e bordas bem finas.
-
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
-
Assim, dá para aproveitar melhor os conteúdos disponíveis na telinha. Além de ser visualmente mais bonito, também é possível uma exibição mais ampla, bem útil para tirar fotos com ele fechado, por exemplo.
JBL Flip 7 tem design dobrável em forma de concha com bom aproveitamento da tela (Imagem: Gabriel Furlan Batista/Canaltech)
A tela interna também tem bordas bem discretas, e apenas um recorte para a câmera frontal. O vinco, nessa geração, está menos perceptível, mas o impacto real da mudança só deve ser percebida após alguns meses de uso.
Quanto à construção, ele segue sem resistência avançada a poeira, com certificação IP48. Isso quer dizer que ele até aguenta grãos maiores, mas partículas muito pequenas podem entrar na dobradiça. Então nada de usá-lo na praia, por exemplo (ou tome muito cuidado com a areia). Ele é resistente à água.
As laterais e o mecanismo de dobra contam com acabamento em alumínio, e isso também ajuda a dar mais resistência ao aparelho.
Configurações e desempenho
O Galaxy Z Flip 7 é equipado com o Exynos 2500, o chip mais avançado da Samsung. Na teoria, ele deveria competir com o Snapdragon 8 Elite — já que foi proposto para, inicialmente, equipar a linha Galaxy S25.
No entanto, o desempenho dele não é tão satisfatório quanto o do processador da Qualcomm. No dia-a-dia, ele aguenta bem as tarefas, executa apps com rapidez e lida bem com jogos, até mesmo os mais exigentes disponíveis para Android. Só notei um aquecimento rápido durante títulos como CoD Mobile.
No entanto, é importante destacar que, em testes de benchmark, ele fica muito atrás de celulares equipados com Snapdragon. No AnTuTu, ele atingiu uma marca de 1,6 milhão de pontos. Como comparação, o Galaxy S25 base e o Razr 60 ultra — seu principal concorrente — chegaram a 2 milhões.
Assim, apesar de ser um chip de bom desempenho, fica nítido que a performance ainda é inferior aos celulares com Snapdragon.
Desempenho do Galaxy Z Flip 7 fica bem abaixo da concorrência (Imagem: Bruno Bertonzin/Canaltech)
"Um dos pontos fracos do Z Flip 7 é o chipset, e o desempenho inferior ao concorrente deixa claro porque a Samsung deveria usar um chip Snapdragon em seus dobráveis"
Usabilidade como dobrável
É esperado de um dobrável em forma de concha que ele tenha uma boa usabilidade na tela externa, que permita rodar alguns apps de uma forma minimamente satisfatória, além de widgets e atalhos úteis.
Galaxy Z Flip 7 oferece bons recursos na tela dobrada (Imagem: Gabriel Furlan Batista/Canaltech)
E isso ele faz bem. É possível rodar qualquer app na tela externa. É claro que alguns são mais otimizados que outros, mas executar o app bem em uma tela pequena é responsabilidade maior dos desenvolvedores.
No entanto, é importante deixar clara uma limitação grande do Flip 7. Assim como seu antecessor, ele não roda a maioria dos apps de forma nativa na tela externa.
Alguns já permitem isso automaticamente, como o WhatsApp e o YouTube. Para a maioria, porém, é preciso instalar uma extensão do Good Lock.
O processo é fácil, e o próprio celular recomenda isso na aba Labs, nas configurações.
Então basta seguir as orientações na tela para configurar tudo com poucos toques. Mas é importante deixar clara, aqui, a superioridade do Motorola Razr 60 UItra, que faz isso de forma nativa para qualquer aplicação, sem uso de extensões.
Mas a One UI tem alguns recursos interessantes, que podem “fidelizar” alguns usuários. Um deles é a possibilidade de redimensionar o app na tela externa, para que ele possa cobrir todo o conteúdo, cortar a barra das câmeras ou ajustar o tamanho para uma exibição que mostre o conteúdo adaptado para o visor no formato vertical.
É possível executar qualquer app na tela externa do Galaxy Z Flip 7 (Imagem: Gabriel Furlan Batista/Canaltech)
Outra função interessante é deixar o celular entreaberto e usar a parte inferior como um touchpad, e a superior como display.
Assim, dá para navegar no formato “notebook”, como se a parte de baixo fosse um trackpad. Isso pode ser interessante em apps de edição, por exemplo. Nada disso é novo, entretanto, e já vinha de outras gerações do Flip.
"Usabilidade do Z Flip como um celular dobrável é boa, com recursos interessantes, mas poderia ser melhor e permitir colocar qualquer app na tela externa de forma nativa, sem precisar baixar apps ou extensões adicionais."
Bateria deixa a desejar
A bateria é um ponto em que o Galaxy Z Flip 7 poderia ser melhor. Não que ele seja ruim, afinal está na média entre dobráveis. Mas, se for considerar a autonomia de um celular “comum”, ele pode não durar um dia inteiro.
No nosso teste de bateria padrão, ele consumiu cerca de 30% em um período de 6 horas. Essa é, exatamente, a mesma marca atingida pelo Flip 6 no ano passado. Além disso, fica 1% atrás do Motorola Razr 60 Ultra.
Neste cenário, estima-se que sua carga dure aproximadamente 20 horas. Não é uma marca tão ruim, mas comparado a celulares normais, que geralmente tem um consumo em uma média de 20%, ele deixa a sensação de que poderia ser melhor.
Já o tempo de carregamento é padrão: o celular vai de 15% a 100% em 1h15 com carregador rápido — a mesma marca de todos os celulares topo de linha da Samsung.
Bateria do Galaxy Z Flip 7 não teve melhorias em relação à geração passada (Imagem: Gabriel Furlan Batista/Canaltech)Câmeras boas, mas nem tanto
O conjunto fotográfico do Galaxy Z Flip 7 entrega resultados satisfatórios, mas não chega ao nível dos topos de linha da Samsung, como o Galaxy S25 e S25 Ultra. É uma limitação esperada, considerando que estamos falando de um dobrável mais compacto.
As fotos ficam com boa definição e nitidez na maioria dos cenários. No entanto, o processamento HDR deixa a desejar em algumas situações específicas.
Áreas mais escuras, como sombras de árvores e troncos, tendem a perder detalhes e ficam subexpostas, apresentando apenas manchas escuras onde deveria haver mais informações visuais. Isso é resultado do baixo alcance dinâmico que também identificamos no Galaxy Z Fold 7.
Quanto ao tratamento de cores, o Flip 7 adota uma abordagem mais conservadora. As cores são mais próximas da realidade, fugindo daquela intensidade característica que conhecemos das câmeras Samsung.
Não chegam a ser "lavadas", mas definitivamente não têm aquela saturação marcante da marca. Para alguns usuários, isso pode ser até uma vantagem, já que as fotos ficam com um aspecto mais natural.
Galaxy Z Flip 7 tira boas fotos no dia-a-dia (Imagem: Bruno Bertonzin/Canaltech)
A gravação de vídeo é um ponto forte do aparelho. Ele filma em 4K a 60 fps tanto na câmera frontal quanto na traseira, garantindo qualidade profissional para criação de conteúdo.
E aqui vale destacar uma das principais vantagens de ter um dobrável: é possível usar o conjunto traseiro — que tem melhor qualidade — para tirar selfies.
Basta fechar o celular e se guiar pelo viewfinder na tela externa. Isso resulta em autorretratos com muito mais qualidade do que usando a câmera frontal convencional.
+26
Concorrente direto
O único concorrente direto para o Galaxy Z Flip 7 no Brasil é o Motorola Razr 60 Ultra. Os dois são dobráveis em formato de concha lançados neste ano com a promessa de alto desempenho.
O Motorola entrega uma performance mais satisfatória em multi-tarefas e apps mais pesados. Isso graças ao chip Snapdragon 8 Elite e à memória RAM de 16 GB. O celular também tem uma autonomia maior da bateria, e deve durar mais no dia-a-dia.
Esse é o ponto fraco do Flip, que possui chip Exynos 2500 e 12 GB de RAM.
Motorola Razr 60 Ultra é o principal concorrente do Galaxy Z Flip 7 (Imagem: Gabriel Furlan Batista/Canaltech)
Além disso, o Moto oferece um sistema melhor para quem quer usar qualquer app na tela externa. Como isso é disponível de forma nativa, sem precisar de apps auxiliares, ele é bem mais prático.
O Z Flip 7, por sua vez, tem alguns recursos interessantes, como o touchpad no modo semidobrado e a possibilidade de adaptar a exibição na tela externa para não cobrir nenhum conteúdo com o recorte das câmeras.
Além disso, o Samsung oferece mais opções para quem não quer pagar tão caro. Enquanto o Razr está disponível em uma versão única com 1 TB de armazenamento, o Flip vai de 256 GB ou 512 GB.
Quanto à faixa de preço, ambos ainda estão bem “caros”, mas isso porque ainda são lançamentos, então o preço pode cair bastante ao longo dos próximos meses.
Motorola Razr 60 Ultra: R$ 9 mil;Galaxy Z Flip 7: R$ 8.200 / R$ 9.200.+16
Vale a pena comprar o Galaxy Z Flip 7?
Sim, vale a pena comprar o Galaxy Z Flip 7. O celular entrega um bom conjunto de especificações e, apesar do chip tecnicamente inferior, ele aguenta bem as atividades do dia-a-dia. O celular só peca por não ter uma versão com mais armazenamento e RAM.
O uso da tela externa é muito proveitoso e, apesar de não oferecer isso de forma nativa, é possível usar qualquer app instalado no aparelho na telinha. E, de qualquer forma, o processo para fazer isso é bem simples.
O conjunto de câmeras é modesto, mas, entre aparelhos dobráveis, ele entrega uma boa qualidade de imagem.
No entanto, é importante destacar que o preço ainda está bem elevado. Mas, se ao longo dos próximos meses ele chegar a uma faixa de R$ 6 mil, ele fará muito mais sentido.
Compre o Galaxy Z Flip 7 no MagaluCompre o Galaxy Z Flip 7 no Mercado LivreCompre o Galaxy Z Flip 7 na Amazon Leia a matéria no Canaltech.