Fios do Firmamento

Céu do dia 11 de agosto: O nó que se desfaz e a mesa que se abre: o céu reconciliador de 11 de agosto


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Certa manhã, encontraram Nasrudin sentado diante de um tapete estendido no chão, com agulha e linha na mão. A cada ponto, ele desfazia dois.— Mulá, assim o conserto nunca acaba — disse um vizinho.— Ontem eu não via onde errava — respondeu ele. — Hoje, com a vista clara, prefiro corrigir, antes que o nó se esconda.

Quando o sol já estava alto, ele deixou o tapete torto como estava e foi preparar o chá.Um amigo entrou, olhou e comentou:— O desenho não está alinhado.Nasrudin encheu as xícaras e disse:— O tapete pode estar torto, mas o convite está reto. A beleza não está no fio perfeito, mas na mesa que se abre para quem chega.

Olá, este é o Podcast Fios do Firmamento, um espaço tecido com os fios sutis da escuta celeste, onde cada episódio é um intervalo de contemplação, um lugar onde o tempo abranda e a palavra se oferece como tradução possível dos movimentos do céu.

Aqui, não buscamos respostas prontas, mas ecoamos as perguntas que o firmamento nos devolve em forma de símbolo, trazendo a sabedoria da astrologia tradicional entremeadaà filosofia do viver atento. É um convite à escuta lenta, ao olhar que demora, à arte antiga de perceber sentido no curso dos astros.

Se você aprecia o que criamos por aqui, inscreva-se em nosso |dharma newsletter|, o link está na descrição do episódio. E, se puder, deixe cinco estrelinhas no Spotify. É simples, rápido e nos ajuda a seguir afinando o céu com nossas talagadas celestes.Agora vamos lá ao céu do dia:Hoje é segunda, 11 de agosto

Iniciamos a semana sob o sopro úmido da Lua em Peixes, afastando-se lentamente do trígono que, ainda há pouco, formava com os dois planetas benéficos, Vênus e Júpiter. É como se carregasse consigo um eco de suavidade, dessas memórias de sonho que ainda perfumam a manhã antes que o dia se imponha com suas urgências.

O primeiro grande e esperado movimento ocorreu na madrugada desta segunda, quando Mercúrio, retomou seu movimento direto no grau 4 de Leão. Não há aqui um simples acerto de direção, mas sim um gesto de restauro. A língua reencontrando o seu pulso, é quando as frases voltam a se alinhar como contas em um colar antigo. O que antes se enrolava em hesitação agora ganha contorno. O pensamento, antes opaco, retoma a nitidez de um vidro limpo. É o desatar de um nó que talvez nem soubéssemos estar ali, mas que, ao ceder, nos devolve a sensação de que a bússola interna voltou a apontar para o norte.

Pouco depois, Vênus encontra Júpiter no grau 13 de Câncer. Um encontro raro e fecundo, que mistura intimidade e abundância. Aqui, o afeto ganha corpo, a hospitalidade se expande, e pequenos gestos, um prato à mesa, um toque demorado, um olhar que demora a se desfazer, carregam o peso de bênçãos silenciosas.

Se Mercúrio clareia o caminho, Vênus e Júpiter nos lembram que a jornada se alimenta de calor humano. Hoje, o céu não apenas se move: ele reconcilia. E, nesse espaço entre a clareza recuperada e a ternura que se multiplica, talvez encontremos o ponto exato onde vale repousar.

E por hoje é só! Até a próxima virada do firmamento.



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Fios do FirmamentoBy Patrick Mesquita