Difícil uma canção que tenha tantas histórias interessantes quanto “Ronda”, de Paulo Vanzolini, um samba mais lento, que se transformou em um samba-canção ¼ de século depois de sua primeira – e até então única – gravação.

Ouvimos Ronda, de Paulo Vanzolini, em interpretações de Inezita Barroso e Márcia

Ouvimos de Paul Misraki e Ben Molar, com Elvira Rios, “Uma mujer”, e com o Trio Irakitan, “Final”, em versão de Ariovaldo Pires.

Por mais de uma vez, já falamos no Compasso Latino da cantora e compositora espanhola Mayte Martín, nascida em Barcelona no ano de 1965. Mayte começou a cantar ainda menina e profissionalizou-se aos 16 anos, com um repertório centrado em ritmos espanhóis típicos, sobretudo o flamenco. Aos 28 anos, entretanto, Mayte conheceu o afamado pianista de jazz espanhol Tete Montoliu, então com 60 anos. A associação com Tete impulsionou a carreira de Mayte. Mas, Tete decidiu que a voz de Mayte não era para cantar flamenco e sim para cantar bolero. Ouvimos, com o piano de Tete Montoliu e a voz de Mayte Martín, El dia que me quieras, de Carlos Gardel e Alfredo Le Pera.

A suspeita da mentira e da infelicidade nas relações amorosas tem sido tema da canção latino-americana em suas diversas épocas e gêneros. Um exemplo disso, na canção brasileira, é o samba-canção “Há um Deus”, de Lupicínio Rodrigues. No programa de hoje vamos abordar dois boleros em que seus versos reconhecem que tal suspeita pode ser indevida e refletir-se no rompimento de uma relação bem-sucedida. 

Ouvimos, com Fernando Fernandez, de Julio Gutiérrez, Desconfianza e, com Leny Andrade, de Alvaro Carrillo, Sabrá Dios.

O Dr. Alfonso Ortiz Tirado, mexicano nascido em 1883, talvez tenha sido o primeiro intérprete da música latina que fez sucesso em praticamente todo o continente latino-americano, inclusive no Brasil. Ele chegou a cantar – e gravar – músicas de carnaval, em português. A referência que se faz a ele como Dr., no entanto, não se deve às suas qualidades como intérprete, mas ao fato de ser médico, de formação e por profissão. O repertório de Ortiz Tirado contemplou uma ampla gama de gêneros da América Ibérica. Desse repertório, selecionamos para o programa de hoje o bolero mexicano “Hoja seca”, de Roque Carvajo e a canção cubana “Tabaco verde”, de Eliseo Grenet.

Já falamos no Compasso Latino de um dos gêneros mais tipicamente peruanos: o vals peruano, cuja tradução literal seria valsa peruana. Mas o vals peruano não parece tanto uma valsa. Trata-se de um gênero nascido no Peru e, ainda que tenha alguma influência de seu nobre ancestral vienense, resulta da mescla das culturas criollas e afroperuanas. O vals peruano é um dos ritmos populares mais característicos. Ouvimos, com o Trio dos más uno, de Pedro Belisário Pérez e Margarita Duran, “Amaraditos”.

O vals peruano ou vals criollo talvez seja o ritmo mais tipicamente peruano. Como vários outros gêneros musicais da América Espanhola, seu nascimento ocorre no terço final do século XIX e é uma mescla da música criolla peruana, ou seja, a música produzida no Peru pelos descendentes de europeus que ali nasceram, com a música afro peruana.

Ouvimos, com Maria Dolores Pradera e Caetano Veloso, “Nube gris”, de Eduardo Marquez Talledo, e, com Eva Aylon, “La noche de tu ausencia”, de Mario Cavagnaro.

Hoje vamos falar de um bolero que todos conhecem e que foi muito importante para a história do gênero: “Aquellos ojos verdes”. Sua melodia é do pianista cubano Nilo Menendez, nascido em 1902. Ouvimos com Nilo Menendez e sua orquestra, “Negra soy”, e com Ibrahim Ferrer, de Nilo Menendez e Adolfo Utrera, “Aquellos ojos verdes”.

Uma das consequências do projeto Buena Vista Social Club foi dar visibilidade internacional a antigos músicos cubanos, alguns ídolos do passado e outros de prestígio somente regional, mesmo em seu país. Hoje falaremos de dois duos de irmãs deste segundo grupo

Las Hermanas Faez e Las Hermanas Ferrin são (ou foram) duos vocais de cantoras irmãs que atuavam em clubes de Santiago de Cuba, preferencialmente na Casa de La Trova de Santiago.

Ouvimos, com Las Hermanas Faez, de Patricio Ballagas, “Nena”; e, com Las Hermanas Ferrin, de Pepe Sanchez, “Rosa no 2.

O Cuarteto Patria que, no final do século XX, ganhou destaque internacional, com temporadas em inúmeros países de quatro continentes, é uma das mais antigas agrupações da música popular latina. No programa de hoje escutaremos o Cuarteto Patria interpretar um pregón e um bolero, ambos dos anos de 1920. O pregón é uma canção que fala do ato de comerciar gêneros e produtos alimentícios por meio do anúncio gritado pelo vendedor. “Pregón santiaguero” é de Lino Rengifo. Em seguida, escutaremos “Le dije a uma rosa”, de Virgilio González.