
Sign up to save your podcasts
Or
Luiz Ramalho é o fundador da Magie, um banco no WhatsApp (que sou heavy user). Ela atua sobre duas infraestruturas no cerne do dia-dia do brasileiro: o PIX e o WhatsApp, que alcança 92% da população. A Magie foi uma das primeiras experiências de “agente” no WhatsApp.
Neste episódio, exploramos os fundamentos por trás da Magie, discutimos o papel da IA como infraestrutura conectiva e avaliamos por que o Brasil pode estar se tornando o maior laboratório de inovação em mensageria do mundo.
Escute no Spotify, Apple Podcasts ou Youtube.
Este episódio só é possível graças aos nossos parceiros:
* Salvy: A operadora que está revolucionando a telefonia para empresas. (https://www.salvy.com.br/startups)
* Onfly: A plataforma ideal para gerenciar viagens corporativas. (https://www.onfly.com.br/)
Principais Insights
1) Engenharia de Interfaces entre Redes Existentes
A proposta da Magie vai além da automação: ela cria interoperabilidade entre redes estabelecidas. Como resume Ramalho: “Conectamos o WhatsApp ao PIX sem depender de nenhum dos dois fazer adaptações — apenas transformando texto em ordem de pagamento.”
IA atua como ponte inteligente entre sistemas populares, mas isolados.
Implicação: Soluções vão surgir não somente da construção de novas redes, mas da redução de fricção entre plataformas já massificadas.
Contraposicionamento Estratégico com Incumbentes
A Magie exemplifica o conceito de counter positioning, formulado por Hamilton Helmer do 7 powers: um modelo de negócio que players dominantes não conseguem adotar sem comprometer sua base atual de receita.Enquanto bancos incentivam o uso de seus próprios apps para maximizar cross-selling, a Magie opera nativamente no WhatsApp — onde os usuários já estão.
Implicação: A diferenciação mais poderosa não está em tecnologia superior, mas também em modelos de negócios que criam dilemas estratégicos para incumbentes.
Atendimento como diferencial
Desde o MVP, a Magie operou pagamentos manualmente para entender padrões de uso antes da automação (João, co-founder, era a Magie rs). Hoje, para permanecer próximo dos clientes, eles mantém um grupo de WhatsApp com quase mil clientes ativos, e o próprio CEO responde diretamente aos usuários.
Implicação: Atendimento não é apenas suporte — é um radar estratégico. O contato direto com o usuário revela problemas reais antes que eles se tornem estatísticas. O que parece pouco escalável pode ser o que mais escala inteligência. Falei sobre isto no artigo Como a Obsessão pelo Cliente Transforma Negócios. Nele tem o case da Magie.
A Economia da Inteligência Tendendo a Zero
Ramalho propõe uma provocação: “Assuma que o custo marginal da inteligência vai tender a zero, como aconteceu com a eletricidade.” Isso muda a lógica de produto: o foco não deve ser “o que automatizamos com ROI positivo hoje”, mas “quais conexões criaríamos se inteligência não custasse nada”.
Implicação: Mapeie dois caminhos - um com as restrições de hoje, outro com abundância futura. As empresas que se posicionarem desde já para esse segundo cenário colherão vantagens desproporcionais.
O Brasil como Arbitragem Estratégica em Fintech
Com menor competição, custos operacionais reduzidos e infraestrutura pública sofisticada (PIX, Open Finance), o Brasil oferece uma boas oportunidades. O país se consolidou como laboratório de mensageria — o WhatsApp atinge 92% da população, versus 42% nos EUA e 55% na Índia.
Implicação: Fundadores brasileiros estão em posição única para exportar soluções baseadas em WhatsApp.
Gestão de Risco em Plataformas Monopolistas
Construir dentro do WhatsApp trouxe adoção rápida à Magie, mas também riscos: limitações de design, regras opacas da Meta e ausência de suporte direto. “Você está jogando com as regras deles — e elas podem mudar a qualquer momento,” alerta Ramalho.
Implicação: Produtos que dependem de plataformas dominantes devem desenvolver ativos próprios (marca, comunidade, dados), diversificar canais de aquisição e se preparar para mudanças abruptas.
Inversão como Framework Decisório
Inspirado por Charlie Munger, Ramalho aplica o princípio da inversão no desenvolvimento de produto: “Ao invés de perguntar por que a empresa vai dar certo, pergunto o que faria ela dar errado.” Essa abordagem expõe riscos ocultos e melhora a alocação de recursos.
Implicação: Institucionalize a inversão como prática de planejamento. Forçar times a nomear falhas potenciais fortalece a antifragilidade de produtos e decisões estratégicas.
Teste a Magie: https://magie.com.br/
O WhatsApp como Ecossistema Global em Formação
O caso da Magie não é isolado. O Brasil abriga startups que transformam o WhatsApp em infraestrutura crítica:
* ChatClass: Educação popular via WhatsApp
* Felix Pago: Remessas internacionais sem fricção
* BeConfident: Ensino de idiomas contextualizado
Implicação: O Brasil pode ser para o WhatsApp o que Israel foi para a cibersegurança. Fundadores que entenderem as dinâmicas locais e criarem produtos nativos para essa interface terão vantagem global conforme a adoção aumenta em outros países.
Saiba mais neste artigo:
Capítulos:
(0:00) Introdução
(3:10) Origem do nome Magie e a conexão com magia e Monopoly
(6:00) Como a IA transforma áudios e mensagens em pagamentos
(9:20) MVP manual e os aprendizados da fase inicial
(12:00) Diferenciação contra grandes bancos
(15:30) Estratégia de inovação e os dilemas dos incumbentes
(18:45) O Brasil como terreno fértil para inovação
(21:10) Obsessão por experiência do cliente
(25:00) Open Finance e desafios técnicos com bancos
(28:00) IA como infraestrutura para colar redes
(31:40) WhatsApp como plataforma: vantagens e limites
(36:10) O futuro da IA e o custo da inteligência caindo
(40:00) Paradigmas de desenvolvimento com IA
(43:50) Curadoria humana e aprendizado de máquina
(46:00) Limitações e aprendizados de criar dentro do WhatsApp
(49:00) O mito de "parceria com o WhatsApp" e conselhos para founders
(51:00) A cultura de ajuda entre founders
(53:00) Modelos mentais e a importância de pensar invertido
(56:00) Considerações finais e convite para usar a Magie
Luiz Ramalho é o fundador da Magie, um banco no WhatsApp (que sou heavy user). Ela atua sobre duas infraestruturas no cerne do dia-dia do brasileiro: o PIX e o WhatsApp, que alcança 92% da população. A Magie foi uma das primeiras experiências de “agente” no WhatsApp.
Neste episódio, exploramos os fundamentos por trás da Magie, discutimos o papel da IA como infraestrutura conectiva e avaliamos por que o Brasil pode estar se tornando o maior laboratório de inovação em mensageria do mundo.
Escute no Spotify, Apple Podcasts ou Youtube.
Este episódio só é possível graças aos nossos parceiros:
* Salvy: A operadora que está revolucionando a telefonia para empresas. (https://www.salvy.com.br/startups)
* Onfly: A plataforma ideal para gerenciar viagens corporativas. (https://www.onfly.com.br/)
Principais Insights
1) Engenharia de Interfaces entre Redes Existentes
A proposta da Magie vai além da automação: ela cria interoperabilidade entre redes estabelecidas. Como resume Ramalho: “Conectamos o WhatsApp ao PIX sem depender de nenhum dos dois fazer adaptações — apenas transformando texto em ordem de pagamento.”
IA atua como ponte inteligente entre sistemas populares, mas isolados.
Implicação: Soluções vão surgir não somente da construção de novas redes, mas da redução de fricção entre plataformas já massificadas.
Contraposicionamento Estratégico com Incumbentes
A Magie exemplifica o conceito de counter positioning, formulado por Hamilton Helmer do 7 powers: um modelo de negócio que players dominantes não conseguem adotar sem comprometer sua base atual de receita.Enquanto bancos incentivam o uso de seus próprios apps para maximizar cross-selling, a Magie opera nativamente no WhatsApp — onde os usuários já estão.
Implicação: A diferenciação mais poderosa não está em tecnologia superior, mas também em modelos de negócios que criam dilemas estratégicos para incumbentes.
Atendimento como diferencial
Desde o MVP, a Magie operou pagamentos manualmente para entender padrões de uso antes da automação (João, co-founder, era a Magie rs). Hoje, para permanecer próximo dos clientes, eles mantém um grupo de WhatsApp com quase mil clientes ativos, e o próprio CEO responde diretamente aos usuários.
Implicação: Atendimento não é apenas suporte — é um radar estratégico. O contato direto com o usuário revela problemas reais antes que eles se tornem estatísticas. O que parece pouco escalável pode ser o que mais escala inteligência. Falei sobre isto no artigo Como a Obsessão pelo Cliente Transforma Negócios. Nele tem o case da Magie.
A Economia da Inteligência Tendendo a Zero
Ramalho propõe uma provocação: “Assuma que o custo marginal da inteligência vai tender a zero, como aconteceu com a eletricidade.” Isso muda a lógica de produto: o foco não deve ser “o que automatizamos com ROI positivo hoje”, mas “quais conexões criaríamos se inteligência não custasse nada”.
Implicação: Mapeie dois caminhos - um com as restrições de hoje, outro com abundância futura. As empresas que se posicionarem desde já para esse segundo cenário colherão vantagens desproporcionais.
O Brasil como Arbitragem Estratégica em Fintech
Com menor competição, custos operacionais reduzidos e infraestrutura pública sofisticada (PIX, Open Finance), o Brasil oferece uma boas oportunidades. O país se consolidou como laboratório de mensageria — o WhatsApp atinge 92% da população, versus 42% nos EUA e 55% na Índia.
Implicação: Fundadores brasileiros estão em posição única para exportar soluções baseadas em WhatsApp.
Gestão de Risco em Plataformas Monopolistas
Construir dentro do WhatsApp trouxe adoção rápida à Magie, mas também riscos: limitações de design, regras opacas da Meta e ausência de suporte direto. “Você está jogando com as regras deles — e elas podem mudar a qualquer momento,” alerta Ramalho.
Implicação: Produtos que dependem de plataformas dominantes devem desenvolver ativos próprios (marca, comunidade, dados), diversificar canais de aquisição e se preparar para mudanças abruptas.
Inversão como Framework Decisório
Inspirado por Charlie Munger, Ramalho aplica o princípio da inversão no desenvolvimento de produto: “Ao invés de perguntar por que a empresa vai dar certo, pergunto o que faria ela dar errado.” Essa abordagem expõe riscos ocultos e melhora a alocação de recursos.
Implicação: Institucionalize a inversão como prática de planejamento. Forçar times a nomear falhas potenciais fortalece a antifragilidade de produtos e decisões estratégicas.
Teste a Magie: https://magie.com.br/
O WhatsApp como Ecossistema Global em Formação
O caso da Magie não é isolado. O Brasil abriga startups que transformam o WhatsApp em infraestrutura crítica:
* ChatClass: Educação popular via WhatsApp
* Felix Pago: Remessas internacionais sem fricção
* BeConfident: Ensino de idiomas contextualizado
Implicação: O Brasil pode ser para o WhatsApp o que Israel foi para a cibersegurança. Fundadores que entenderem as dinâmicas locais e criarem produtos nativos para essa interface terão vantagem global conforme a adoção aumenta em outros países.
Saiba mais neste artigo:
Capítulos:
(0:00) Introdução
(3:10) Origem do nome Magie e a conexão com magia e Monopoly
(6:00) Como a IA transforma áudios e mensagens em pagamentos
(9:20) MVP manual e os aprendizados da fase inicial
(12:00) Diferenciação contra grandes bancos
(15:30) Estratégia de inovação e os dilemas dos incumbentes
(18:45) O Brasil como terreno fértil para inovação
(21:10) Obsessão por experiência do cliente
(25:00) Open Finance e desafios técnicos com bancos
(28:00) IA como infraestrutura para colar redes
(31:40) WhatsApp como plataforma: vantagens e limites
(36:10) O futuro da IA e o custo da inteligência caindo
(40:00) Paradigmas de desenvolvimento com IA
(43:50) Curadoria humana e aprendizado de máquina
(46:00) Limitações e aprendizados de criar dentro do WhatsApp
(49:00) O mito de "parceria com o WhatsApp" e conselhos para founders
(51:00) A cultura de ajuda entre founders
(53:00) Modelos mentais e a importância de pensar invertido
(56:00) Considerações finais e convite para usar a Magie