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O audiovisual é uma linguagem mais inclusiva? Pode ampliar a representatividade ou potencializar estereótipos? Entrevista com Mylene Mizrahi, Professora Assistente do Departamento de Educação da PUC-Rio, coordenadora do Estetipop (Laboratório em Estéticas, Cultura Pop e Antropologia).
A publicitária Carolina Tonussi, mestra em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero e Consultora de Pesquisa e Mercado Carolina Tonussi explica que a representatividade nas marcas “sempre foi uma inquietação”. Para ela, “escutar com quem você vai falar para ver se realmente você está representando esse público é super importante”. Carol acredita que o público consumidor vem se tornando mais crítico e participativo, o que implica num diálogo mais próximo com as empresas. Ela acrescenta que ações afirmativas podem não solucionar um problema estrutural, mas geram debate e inspiração para que outras marcas repensem sua cultura interna.
A Professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom) e no núcleo de Design e Comunicação, Izabela Domingues debate a representatividade dentro das marcas. Para ela, "há uma transformação social que vem exigindo das empresas novas posturas", mas os casos e os interesses por trás são particulares de cada caso. Por outro lado, Izabela relembra que "o público consumidor não é um monolito", ou seja, é heterogêneo e constituído por perfis múltiplos. Além disso, ela pensa que "é importante que as empresas tragam a mudança não somente no discurso, mas também nas práticas".
Renato Souza, Gerente sênior em Responsible Business da PWC, aborda as políticas internas de diversidade na empresa, que é considerada case de sucesso em estratégias para incentivar a diversidade em ambiente corporativo. “A PwC tem uma série de atividades para trabalhar a parte de cultura, atitudes de política organizacional e que a gente entende como políticas afirmativas, porque é quando você coloca um tema para debate. Durante a pandemia, todas as atividades que fizemos em relação à diversidade, nós colocamos para fora, ou seja, fizemos slides e palestras e colocamos para o público”.
Alessandra Silva Vasconcelos conta o que é o ESG (Environmental, Social and Governance) e como as empresas estão migrando de um paradigma de desenvolvimento econômico focado no lucro para um paradigma de capitalismo de stakeholders. "Não existe mais espaço para um capitalismo parasitário, As empresas passaram a assumir compromissos que vão além do lucro, desenvolvendo junto a seus públicos, por meio da comunicação, o capitalismo de stakeholders. De forma resumida, isso quer dizer que a empresa dialoga com diferentes públicos para atender todos que impactam ou são impactados por seu negócio, oferecendo um valor compartilhado, um propósito da empresa em relação à sociedade. Este compromisso em geral envolve compromissos sociais, éticos, morais e demonstram o papel daquela empresa no enfrentamento destes desafios", explica Alessandra. Ela ocupou posições de gestão nas áreas de comunicação corporativa, branding e sustentabilidade em empresas multinacionais, liderando projetos de posicionamento de marca, imagem e reputação, cultura corporativa e relacionamento com stakeholders. Mestra em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero, ela realizou uma investigação sobre o caso da AMBEV.
Edgard Rebouças é jornalista e Doutor em Comunicação Social, professor associado da Universidade Federal do Espírito. É coordenador do Observatório da Mídia: direitos humanos, políticas, sistemas e transparência. Ele afirma que - para atualizar a discussão sobre a democratização, é preciso pensar em políticas públicas para o controle social das mídias com a participação da sociedade. “Qualquer projeto de regulação não deve estar apenas na mão do Estado. É preciso que as pessoas participem. E para isso, é preciso educação para a mídia e formação de uma razão crítica de quem consome as mídias”.
Pablo Ortellado é filósofo, professor da USP e colunista do jornal O Globo. Ele fala sobre a história da internet. “Era uma terra de promessas que se transformou numa terra de distopias”. Ele defende uma regulação robusta da rede. “Temos que pensar em arquitetura, distribuição e escolhas dos operadores que geram problemas graves; fugir da visão de regulação que herda da utopia a ideia de que regular é restringir a liberdade. Quando não se regula, as empresas regulam. Uma boa regulação protege a liberdade, a privacidade, a pluralidade e a integridade da esfera pública”, afirma.
Luiz Antonio Simas é escritor e professor. É Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele afirma que é preciso diferenciar o arcaico do ancestral. “Arcaico é o antigo paralisado. Ancestral é pensamento que faz sentido no presente. Arcaico é retrógrado, o que não se abre à mudança”. Para ele, “as redes são sintomas e encarar seus fluxos, paradoxos, dualidades e contradições é importante para o pensar”. “Se a rua é rinha, a rede é rinha”, diz.
Bia Barbosa é jornalista, especialista em direitos humanos (USP) e mestra em políticas públicas (FGV). Ela integra a Coalizão Direitos na Rede e é uma das representantes do Terceiro Setor no Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGIBr). Ela conta que é preciso atualizar a ideia de democratização, “mas não abandonar a ideia de que a esfera pública contém todos os meios”. Para ela, precisamos ter em mente a “recolonização” que está em curso por meio de uma “nova forma de exercício do capitalismo de vigilância: o capitalismo de dados”.
Rebeca Garcia é Gerente de Políticas Públicas do Facebook Brasil. Ela explica a abordagem do Facebook para a questão dos conteúdos “de baixa qualidade”, falando dos seus quatro pilares: (1) moderação e remoção de conteúdos; 2) redução de conteúdo de baixa qualidade e de desinformação (em parceria com pesquisadores e agências de verificação, como Aos fatos, Lupa, Estadão e AFP); (3) informação, educação e diálogo (com pesquisadores e autoridades); e (4) transparência.
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