Aos nove dias do mês de março de 1883, no lugar Cramarim, termo da cidade da Serra:
Presentes o Subdelegado de Polícia Francelino José Duarte, comigo, escrivão interino abaixo assinado, e as testemunhas abaixo nomeadas: os peritos Justiniano Pinto Ribeiro e Ignacio Felicio de Alvarenga Salles, lavradores e moradores no termo desta cidade, e as testemunhas Antonio Pereira Coutinho, morador em Manguarai, termo da cidade de Victoria, e João Fernandes Castello, no termo desta mesma cidade. O Subdelegado deferiu aos peritos o juramento nos Santos Evangelhos de dizerem a verdade no que examinarem e periciarem, declarando com verdade o que descobrirem e encontrarem. Procederam ao exame no cadáver de Felicidade, escrava do Major Joaquim Pereira Franco Pissarra, respondendo às seguintes questões:
1. Se houve morte e qual sua causa;
2. Qual o meio empregado;
3. Se a morte foi proveniente de imundação, envenenamento, fome ou veneno;
4. Finalmente, qual foi o dano causado.
Os peritos, após fazerem as investigações e diligências necessárias, concluíram:
1. Houve morte, proveniente do mau tempo que no mato recebeu.
2. Não demonstrou sinal algum, mas achava-se fugida há muitos dias.
3. Não houve inundação, incêndio, veneno, nem fome, visto que junto ao cadáver havia um pano com comida.
4. Avaliam o dano em 200 mil réis.
Estas são as declarações feitas sob juramento.