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No episódio desta semana, o Curioso por Ciência traz uma descoberta que parece saída da ficção científica: o uso de um probiótico geneticamente modificado para prevenir o diabetes tipo 1. A ideia foi testada em laboratório e apresentou resultados promissores ao evitar que o sistema imunológico atacasse o próprio organismo.
O diabetes tipo 1 ocorre quando as células de defesa do corpo destroem, por engano, as células do pâncreas responsáveis por produzir insulina. Sem esse hormônio, o açúcar não entra nas células e se acumula no sangue, causando sérias complicações. A proposta da pesquisa foi "educar" o sistema imunológico a não cometer esse erro.
Para isso, o pesquisador Jefferson Elias Oliveira utilizou a bactéria Lactococcus lactis, conhecida por sua aplicação na produção de queijos e iogurtes, e a modificou para produzir uma proteína chamada HSP65, de ação anti-inflamatória. O resultado foi surpreendente, pois camundongos tratados com essa bactéria apresentaram menos casos de diabetes e níveis mais baixos de glicose no sangue.
Além disso, os animais desenvolveram mais células T reguladoras, um tipo de célula que ajuda a conter reações autoimunes. Esse efeito só ocorreu quando um receptor do organismo, o TLR2, estava ativo. Sem ele, os benefícios desapareciam, o que indica que esse receptor é peça-chave no processo de indução da tolerância imunológica.
Embora os testes tenham sido realizados em roedores, a pesquisa abre caminho para o uso de probióticos modificados como uma forma segura e inteligente de modular o sistema imunológico em humanos no futuro.
O estudo, intitulado Lactococcus lactis expressando HSP65 protege contra o desenvolvimento de diabetes tipo 1 por meio da indução de células dendríticas tolerogênicas via TLR2, integra o doutorado de Jefferson Elias Oliveira, orientado pela professora Daniela Carlos Sartori no Programa de Pós-Graduação em Imunologia Básica e Aplicada da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, defendida em 2024.
By Jornal da USPNo episódio desta semana, o Curioso por Ciência traz uma descoberta que parece saída da ficção científica: o uso de um probiótico geneticamente modificado para prevenir o diabetes tipo 1. A ideia foi testada em laboratório e apresentou resultados promissores ao evitar que o sistema imunológico atacasse o próprio organismo.
O diabetes tipo 1 ocorre quando as células de defesa do corpo destroem, por engano, as células do pâncreas responsáveis por produzir insulina. Sem esse hormônio, o açúcar não entra nas células e se acumula no sangue, causando sérias complicações. A proposta da pesquisa foi "educar" o sistema imunológico a não cometer esse erro.
Para isso, o pesquisador Jefferson Elias Oliveira utilizou a bactéria Lactococcus lactis, conhecida por sua aplicação na produção de queijos e iogurtes, e a modificou para produzir uma proteína chamada HSP65, de ação anti-inflamatória. O resultado foi surpreendente, pois camundongos tratados com essa bactéria apresentaram menos casos de diabetes e níveis mais baixos de glicose no sangue.
Além disso, os animais desenvolveram mais células T reguladoras, um tipo de célula que ajuda a conter reações autoimunes. Esse efeito só ocorreu quando um receptor do organismo, o TLR2, estava ativo. Sem ele, os benefícios desapareciam, o que indica que esse receptor é peça-chave no processo de indução da tolerância imunológica.
Embora os testes tenham sido realizados em roedores, a pesquisa abre caminho para o uso de probióticos modificados como uma forma segura e inteligente de modular o sistema imunológico em humanos no futuro.
O estudo, intitulado Lactococcus lactis expressando HSP65 protege contra o desenvolvimento de diabetes tipo 1 por meio da indução de células dendríticas tolerogênicas via TLR2, integra o doutorado de Jefferson Elias Oliveira, orientado pela professora Daniela Carlos Sartori no Programa de Pós-Graduação em Imunologia Básica e Aplicada da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, defendida em 2024.