No Curioso por Ciência desta semana o tema é a dor lombar crônica, condição que dura meses ou até anos, atrapalhando tarefas simples do dia a dia e afeta milhões de pessoas no mundo. Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) testaram uma nova forma de tratamento, chamada Terapia Cognitivo Funcional, e chegaram a resultados animadores.

Segundo os pesquisadores, a dor lombar crônica também envolve questões emocionais, comportamentais e de estilo de vida. Isso significa que fatores como medo de se movimentar, hábitos ruins e pensamentos negativos podem piorar a dor. A Terapia Cognitivo Funcional, ou CFT, busca tratar a dor olhando para todos esses aspectos ao mesmo tempo, ajudando a pessoa a se mover melhor, mudar crenças prejudiciais e adotar hábitos mais saudáveis.

Participaram do estudo 152 voluntários, divididos em dois grupos: Um recebeu o tratamento completo com a CFT, com sessões de 45 minutos adaptadas para cada pessoa e o outro grupo recebeu um tratamento simulado, que não tinha efeito real na dor. Os pesquisadores mediram a intensidade da dor e o quanto ela limitava a vida das pessoas antes e depois das sessões, e também três e seis meses após as intervenções.

Os resultados mostraram que o grupo que fez a Terapia Cognitivo Funcional teve uma redução significativa da dor e da incapacidade para realizar atividades, e essa melhora continuou mesmo meses após o fim do tratamento. Além disso, os participantes relataram se sentirem mais confiantes e perceberam uma melhora geral na qualidade de vida. A pesquisa mostra que olhar para a dor de forma mais ampla, cuidando do corpo, da mente e dos hábitos pode trazer resultados muito melhores do que apenas focar no físico. No futuro, essa abordagem pode ajudar a transformar o tratamento da dor lombar crônica e devolver qualidade de vida para milhões de pessoas.

O estudo Eficácia da Terapia Cognitivo Funcional (CFT) em Pacientes com Dor Lombar Crônica: Ensaio Clínico Randomizado Controlado por Placebo é parte do doutorado da Mariana Romano de Lira, sob orientação da professora Thais Cristina Chaves, no Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional da FMRP, defendido em 2024.