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Alguns vírus têm a capacidade de chegar até o cérebro e causar doenças graves. Entre eles estão o SARS-CoV-2, causador da covid-19, e o vírus Oropouche, transmitido por mosquitos e encontrado em várias regiões do Brasil. Durante a pandemia, surgiram inúmeros relatos de pessoas que apresentaram confusão mental, perda de memória e até inflamações no cérebro após a infecção pelo coronavírus. De forma semelhante, o Oropouche também vem sendo associado a quadros de febre e inflamações que afetam o sistema nervoso.
No episódio desta semana do Curioso por Ciência, os resultados do estudo em que pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP investigaram se esses vírus realmente conseguem invadir as células cerebrais e causar danos diretos. Para isso, utilizaram modelos de laboratório com células do cérebro humano e também fatias reais de tecido cerebral, o que permitiu observar de forma detalhada a ação dos vírus.
Os resultados mostraram que o SARS-CoV-2 tem preferência por um tipo de célula chamado astrócito, responsável por nutrir e proteger os neurônios. Quando infectados, esses astrócitos começaram a liberar substâncias inflamatórias, entre elas as interleucinas 6 e 8, uma espécie de “alerta químico” de que algo não vai bem.
O vírus Oropouche também conseguiu infectar essas células e provocar uma resposta inflamatória intensa. Por meio de uma técnica chamada microscopia de expansão, que amplia as imagens e revela detalhes minúsculos, os pesquisadores visualizaram as partículas do vírus dentro das células cerebrais humanas. Além disso, observaram um aumento na presença da proteína Tau fosforilada, relacionada a doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
Esses resultados indicam que tanto o coronavírus quanto o Oropouche têm potencial para atingir o sistema nervoso e causar inflamações graves. O estudo também destaca a importância do uso de modelos baseados em tecido cerebral humano, que ajudam a compreender de maneira mais realista como essas infecções acontecem.
A pesquisa Investigação do potencial neurotrópico dos vírus SARS-CoV-2 e Oropouche em modelos in vitro e ex vivo do sistema nervoso central humano, foi desenvolvida durante o doutorado de Glaucia Maria de Almeida, com orientação do professor Adriano Silva Sebollela, no Programa de Pós-Graduação em Bioquímica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, e concluída em 2025.
By Jornal da USPAlguns vírus têm a capacidade de chegar até o cérebro e causar doenças graves. Entre eles estão o SARS-CoV-2, causador da covid-19, e o vírus Oropouche, transmitido por mosquitos e encontrado em várias regiões do Brasil. Durante a pandemia, surgiram inúmeros relatos de pessoas que apresentaram confusão mental, perda de memória e até inflamações no cérebro após a infecção pelo coronavírus. De forma semelhante, o Oropouche também vem sendo associado a quadros de febre e inflamações que afetam o sistema nervoso.
No episódio desta semana do Curioso por Ciência, os resultados do estudo em que pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP investigaram se esses vírus realmente conseguem invadir as células cerebrais e causar danos diretos. Para isso, utilizaram modelos de laboratório com células do cérebro humano e também fatias reais de tecido cerebral, o que permitiu observar de forma detalhada a ação dos vírus.
Os resultados mostraram que o SARS-CoV-2 tem preferência por um tipo de célula chamado astrócito, responsável por nutrir e proteger os neurônios. Quando infectados, esses astrócitos começaram a liberar substâncias inflamatórias, entre elas as interleucinas 6 e 8, uma espécie de “alerta químico” de que algo não vai bem.
O vírus Oropouche também conseguiu infectar essas células e provocar uma resposta inflamatória intensa. Por meio de uma técnica chamada microscopia de expansão, que amplia as imagens e revela detalhes minúsculos, os pesquisadores visualizaram as partículas do vírus dentro das células cerebrais humanas. Além disso, observaram um aumento na presença da proteína Tau fosforilada, relacionada a doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
Esses resultados indicam que tanto o coronavírus quanto o Oropouche têm potencial para atingir o sistema nervoso e causar inflamações graves. O estudo também destaca a importância do uso de modelos baseados em tecido cerebral humano, que ajudam a compreender de maneira mais realista como essas infecções acontecem.
A pesquisa Investigação do potencial neurotrópico dos vírus SARS-CoV-2 e Oropouche em modelos in vitro e ex vivo do sistema nervoso central humano, foi desenvolvida durante o doutorado de Glaucia Maria de Almeida, com orientação do professor Adriano Silva Sebollela, no Programa de Pós-Graduação em Bioquímica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, e concluída em 2025.