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Demasiado tempo livre é o que temos.
Eu, tu e todos os que têm tempo para estar horas a espreitar a vida dos outros nas redes sociais, a falar sobre a sua vida, a exibir coisas bonitas ou a mostrar o seu trabalho. Exagerada, eu? Não. Inconveniente? Talvez.
Agora que tenho a vossa atenção, passo a explicar. Eu não acho que tenhamos demasiado tempo livre - embora existam por aí alguns que estão claramente com tempo livre a mais - mas defendo que ocupamos, muito mal, o pouco tempo livre que temos, porque estamos envolvidos nessa necessidade de estar presentes e fazer parte. E se, por um lado, aquilo de que podemos fazer parte expande largamente o nosso conhecimento, relações e oportunidades, por outro ocupa-nos um tempo que poderíamos usar de forma mais produtiva. Contudo, se desse tempo dedicado às redes sociais surgem oportunidades, nomeadamente de trabalho, então estou a investir o meu tempo. Confuso? Muito.
Neste episódio - arrisco a dizer que os episódios do podcast instagramável estão cada vez melhores porque eu estou cada vez menos preocupada com o pensam sobre mim, e com o que o instagram pode fazer ao meu alcance, por fazer publicações que falam sobre o lado negativo, da aplicação - tenho comigo um bom amigo da rádio, alguém com uma visão muito pragmática sobre as redes sociais (e uma voz maravilhosa) que me ajuda a explicar o que fazem as redes às nossas vidas. Digam olá ao Pedro Esteves e carreguem aqui para nos ouvir. Neste episódio conto ainda com a ajuda da Ana Morais, Anita dos 7 Ofícios, que recorda os tempos do Instagram-comunidade, os tempos dos instameets.
ep. 7 podcast instagramável: Como será o instagram no futuro?
Voltando ao tema de hoje, teremos demasiado tempo livre ou estamos, simplesmente a fazer más escolhas? O tempo é o que fazemos dele e o cliché - estafado! - de não termos tempo, resulta das escolhas que fazemos. Se é certo que há fases específicas em que realmente não sobram minutos ao dia, também é verdade que, se olharmos para a forma como ocupamos o nosso tempo vamos perceber várias coisas:
. procrastinamos porque não apetece e não apetece, porque não estamos realizados,
. procuramos alternativas nos locais errados,
. espairecemos de forma pouco produtiva porque estamos esgotamos e estamos esgotados porque aplicamos a nossa energia no local errado.
Desenganem-se os que acreditam numa das grandes mentiras do século XX, a de que não temos de nos realizar profissionalmente, a que diz que temos de trabalhar muito para poder ter muitas coisas, e a que temos de aguentar porque é assim, ou seja, trabalhar para poder pagar contas e contar os dias para irmos de férias.
Poderia ficar horas a falar sobre isto. Talvez um podcast (?) porque nos últimos vinte anos ‘as coisas’ mudaram tanto que, apesar de continuarmos a precisar de facturar ao fim do mês, precisamos sobretudo SER, independentemente do que possamos TER, e a ideia de que um trabalho desgastante nos permite um determinado estilo de vida é completamente passé. E foi também sobre isso que conversei e esta semana com a Patricia Carreiro da Livraria Letras Lavadas, uma conversa sobre o meu livro mas que é, na verdade, uma conversa sobre mudança de vida. Adorei! Espreitem aqui sff!
Conclusão:
Vivermos muito em função do que poderiamos comprar, das viagens que poderíamos pagar ou das experiências que poderíamos viver é cansativo. Viver é uma experiência e, mesmo com uma conta bancária mais curta (não a zeros, ok?…), nada paga a sensação de acordar com vontade de abraçar a vida e fazer o que mais gostamos e que, muitas vezes, é o que sabemos fazer melhor. Pensar no trabalho em função do dia da reforma é um erro porque desperdiçamos tempo de vida (com força, energia e mobilidade), os sistemas de segurança social correm o risco de colapsar e porque… que idade terás em 2050, quando os cientistas prevêem o pior para o Planeta? Eu começo: estarei a usufruir da reforma. Será? De que nos vão servir os descontos que para a SS quando tudo isto estiver a colapsar? Conhecem o “Doomsday Clock”, uma organização independente e sem fins lucrativos, criada em 1945 por Albert Einstein e cientistas da Universidade de Chicago, os mesmos que colaboraram no criação da primeira bomba atómica e que, percebendo o potencial da energia atómica, decidiram intervir publicamente para colaborarem na política internacional. Conhecem?
Este relógio é reiniciado todos os anos, simulando o countdown do lançamento de uma bomba, para nos mostrar quanto tempo temos para evitar o colapso global.
Faltam 100 segundos para a meia-noite. 1 0 0 segundos. E vocês preocupam-se em manter um estilo de vida e um modelo de trabalho que tudo - incluindo a pandemia - nos diz estar errado? Ou menos certo, vá…
Se este é um tema que te ocupa os dias, pensa quão essencial é o teu trabalho e como este te preenche, ao mesmo tempo que, sentindo a necessidade de mudança, procura quais são as coisas que fazes melhor e como podem estas ser colocadas ao serviço do outro e da comunidade. Poderias ser remunerado fazendo aquilo que te dá prazer a maior parte do tempo? Há tantas formas de ganhar dinheiro, ter prazer no que estamos a fazer e ainda ajudar o outro, que já não se justifica ficarmos presos a um trabalho que detestamos só porque miseravelmente paga as contas ao fim do mês.
Desculpem. Talvez seja por isto mesmo que escolhemos ter demasiado tempo livre.
Bom fim de semana 💋💋💋
Demasiado tempo livre é o que temos.
Eu, tu e todos os que têm tempo para estar horas a espreitar a vida dos outros nas redes sociais, a falar sobre a sua vida, a exibir coisas bonitas ou a mostrar o seu trabalho. Exagerada, eu? Não. Inconveniente? Talvez.
Agora que tenho a vossa atenção, passo a explicar. Eu não acho que tenhamos demasiado tempo livre - embora existam por aí alguns que estão claramente com tempo livre a mais - mas defendo que ocupamos, muito mal, o pouco tempo livre que temos, porque estamos envolvidos nessa necessidade de estar presentes e fazer parte. E se, por um lado, aquilo de que podemos fazer parte expande largamente o nosso conhecimento, relações e oportunidades, por outro ocupa-nos um tempo que poderíamos usar de forma mais produtiva. Contudo, se desse tempo dedicado às redes sociais surgem oportunidades, nomeadamente de trabalho, então estou a investir o meu tempo. Confuso? Muito.
Neste episódio - arrisco a dizer que os episódios do podcast instagramável estão cada vez melhores porque eu estou cada vez menos preocupada com o pensam sobre mim, e com o que o instagram pode fazer ao meu alcance, por fazer publicações que falam sobre o lado negativo, da aplicação - tenho comigo um bom amigo da rádio, alguém com uma visão muito pragmática sobre as redes sociais (e uma voz maravilhosa) que me ajuda a explicar o que fazem as redes às nossas vidas. Digam olá ao Pedro Esteves e carreguem aqui para nos ouvir. Neste episódio conto ainda com a ajuda da Ana Morais, Anita dos 7 Ofícios, que recorda os tempos do Instagram-comunidade, os tempos dos instameets.
ep. 7 podcast instagramável: Como será o instagram no futuro?
Voltando ao tema de hoje, teremos demasiado tempo livre ou estamos, simplesmente a fazer más escolhas? O tempo é o que fazemos dele e o cliché - estafado! - de não termos tempo, resulta das escolhas que fazemos. Se é certo que há fases específicas em que realmente não sobram minutos ao dia, também é verdade que, se olharmos para a forma como ocupamos o nosso tempo vamos perceber várias coisas:
. procrastinamos porque não apetece e não apetece, porque não estamos realizados,
. procuramos alternativas nos locais errados,
. espairecemos de forma pouco produtiva porque estamos esgotamos e estamos esgotados porque aplicamos a nossa energia no local errado.
Desenganem-se os que acreditam numa das grandes mentiras do século XX, a de que não temos de nos realizar profissionalmente, a que diz que temos de trabalhar muito para poder ter muitas coisas, e a que temos de aguentar porque é assim, ou seja, trabalhar para poder pagar contas e contar os dias para irmos de férias.
Poderia ficar horas a falar sobre isto. Talvez um podcast (?) porque nos últimos vinte anos ‘as coisas’ mudaram tanto que, apesar de continuarmos a precisar de facturar ao fim do mês, precisamos sobretudo SER, independentemente do que possamos TER, e a ideia de que um trabalho desgastante nos permite um determinado estilo de vida é completamente passé. E foi também sobre isso que conversei e esta semana com a Patricia Carreiro da Livraria Letras Lavadas, uma conversa sobre o meu livro mas que é, na verdade, uma conversa sobre mudança de vida. Adorei! Espreitem aqui sff!
Conclusão:
Vivermos muito em função do que poderiamos comprar, das viagens que poderíamos pagar ou das experiências que poderíamos viver é cansativo. Viver é uma experiência e, mesmo com uma conta bancária mais curta (não a zeros, ok?…), nada paga a sensação de acordar com vontade de abraçar a vida e fazer o que mais gostamos e que, muitas vezes, é o que sabemos fazer melhor. Pensar no trabalho em função do dia da reforma é um erro porque desperdiçamos tempo de vida (com força, energia e mobilidade), os sistemas de segurança social correm o risco de colapsar e porque… que idade terás em 2050, quando os cientistas prevêem o pior para o Planeta? Eu começo: estarei a usufruir da reforma. Será? De que nos vão servir os descontos que para a SS quando tudo isto estiver a colapsar? Conhecem o “Doomsday Clock”, uma organização independente e sem fins lucrativos, criada em 1945 por Albert Einstein e cientistas da Universidade de Chicago, os mesmos que colaboraram no criação da primeira bomba atómica e que, percebendo o potencial da energia atómica, decidiram intervir publicamente para colaborarem na política internacional. Conhecem?
Este relógio é reiniciado todos os anos, simulando o countdown do lançamento de uma bomba, para nos mostrar quanto tempo temos para evitar o colapso global.
Faltam 100 segundos para a meia-noite. 1 0 0 segundos. E vocês preocupam-se em manter um estilo de vida e um modelo de trabalho que tudo - incluindo a pandemia - nos diz estar errado? Ou menos certo, vá…
Se este é um tema que te ocupa os dias, pensa quão essencial é o teu trabalho e como este te preenche, ao mesmo tempo que, sentindo a necessidade de mudança, procura quais são as coisas que fazes melhor e como podem estas ser colocadas ao serviço do outro e da comunidade. Poderias ser remunerado fazendo aquilo que te dá prazer a maior parte do tempo? Há tantas formas de ganhar dinheiro, ter prazer no que estamos a fazer e ainda ajudar o outro, que já não se justifica ficarmos presos a um trabalho que detestamos só porque miseravelmente paga as contas ao fim do mês.
Desculpem. Talvez seja por isto mesmo que escolhemos ter demasiado tempo livre.
Bom fim de semana 💋💋💋