Sant'Anna de Itabapoana e Calçado, aquele, quieto Arraial Fluminense, e este, sossegada Vila do Espírito Santo, foram despertados, ha dias, pela cenas trágicas que se desenrolaram em seus territórios, onde uma horda de ferocíssimos canibais espalhou o mais justificado terror entre as almas simples da população local.
Esses tigres humanos, guiados pela sede de sangue de um malvado sem qualificação na estirpe dos mais notáveis celerados, excedendo os a todos em malvadez, praticaram ali, friamente, hediondamente, nada menos de oito mortes assistidas pela polícia dos dois estados, que até os auxiliou na sua senha de extermínio.
O facto, de que, já há dias, recebemos várias denúncias, só agora pode vir a público, em sua absoluta inteireza, tal como vai narrado nas linhas abaixo:
Conta uma testemunha dessa cenas que o fazendeiro de Sant'Anna de Itabapoana, Olímpio Moreira da Cunha, inimizou-se com o indivíduo João Borba, tido ali como ladrão de cavalos e assassino. Temendo qualquer vingança por parte de João Borba mandou atacar os seus inimigos. Três ficaram gravemente feridos ao primeiro encontro, não sendo logo exterminados devido à intervenção das mulheres e filhas dos mesmos.
Não satisfeito com esse resultado, Olímpio Cunha reúne o maior número de capangas, conseguindo também quatro praças da força Estadual, cedidas pelo Delegado de Polícia de calçado; capangas e Soldados, estes à paisana, armados e municiados à custa do estado, atacaram novamente a casa de João Borba, a noite, fazendo sobre ela mais de 500 disparos. Nessa segunda refrega foi morto o bandido José Garcia, chefe do bando de Olímpio Cunha.