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Descubra quem é o Gadu…


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Por Gérard Lefèvre
O autor oferece-nos uma leitura pessoal em torno desta referência comum a todos os maçons tradicionais, regulares ou... outros. Recorda duas personalidades da onda ocultista do século XIX. Ele escreve:
Se a evocação do Arquiteto deve ser diferenciada, para alguns, daquela de um Deus dogmático, procuremos o que é evocado nestes termos:
“É verdade que para nós, judaico-cristãos, é costume pensar e evocar o Deus das nossas religiões, quando falamos do Grande Arquiteto”.
Se este nome provém do grego “ arkhitektôn ” que significa “mestre carpinteiro”, não podemos deduzir que ele designasse o “construtor-chefe de um monumento”. Manteremos para esta tarefa específica de construtor o termo “Mestre Construtor ou Mestre Pedreiro”.
No Antigo Testamento, a palavra em si ocorre apenas três vezes:
Hebreus capítulo 10 “Porque ele esperou pela cidade que tem fundamentos, cujo construtor e construtor é Deus”,
• Êxodo 25-8-9 Eles me farão um santuário, e habitarei no meio deles. Você fará o tabernáculo e todos os seus utensílios conforme o modelo que vou lhe mostrar
• Salmo 126/127: A menos que Deus edifique a casa, os construtores trabalham em vão.
E no Novo Testamento é o pai de Jesus quem é “arkhitektôn”, ou “carpinteiro”. Isso é um sinal?
Sujeito a um estudo mais preciso, a expressão aparece também na Epístola aos leitores da edição de 1567 da Arquitetura de Philibert Delorme, na qual o autor evoca “este Grande Arquiteto do Universo, Deus todo-poderoso” que colocou os sete planetas no céu para governar a terra. Além disso, ele acrescenta:
Deus é aquele, o grande e admirável Arquiteto, que ordenou e criou com sua única palavra toda a máquina do mundo, tanto celestial quanto terrestre, com tão grande ordem, tão grande medida e tão admiráveis proporções, que o ser humano a mente sem sua ajuda e inspiração não pode compreendê-lo…”
Assim diz Jules Boucher, de convicção alquimista e ocultista: “Não vamos transformar o Grande Arquiteto do universo num objeto de crença. Vamos vê-lo como um símbolo para estudar, como qualquer outro, para construir as nossas convicções pessoais.”
Oswald Wirth (1860/1943), outro ocultista, adepto do tarô, Martinista e Rosacruz (Ordem Cabalística), escreve que O ritual inglês, tal como foi introduzido no continente, no período mais ativo do Iluminismo, estava longe de se satisfazer a genialidade do nosso povo, que quer que tudo seja logicamente coordenado. Os maçons franceses sentiram, portanto, desde o início, a necessidade de retocar o que lhes parecia bastante inapropriado.
Estas linhas são mais nacionalistas do que qualquer coisa que alguns “autores” tenham escrito! Melhor, eles têm uma forma de aversão. Seu próprio significado literal indica isso.
Na boca de um pedreiro, imbuído de universalismo, são ilógicos e até grotescos.
Todas as Grandes Lojas do mundo professam, segundo a tradição, a existência de um Deus e dão esta famosa definição “Para a glória do Grande Arquiteto do Universo”.
O Grande Arquiteto como tudo que encontramos na alvenaria, é um símbolo para alguns?
Para esses, um símbolo não é adorado...
O principal para os iniciados é que a sua concepção, seja ela qual for, corresponda a uma realidade.
Ora, o Grande Arquiteto, sem dúvida porque é menos transcendente para alguns do que o Deus dos teólogos, alude a uma entidade que existe incontestavelmente, porque o trabalho construtivo dos maçons é inspirado por um ideal que impulsiona uma energia tremenda.
Uma força superior a eles faz com que os maçons atuem e coordenem seus esforços com uma inteligência que eles estão longe de possuir individualmente. Tal é o facto brutal que se observa e diante do qual nos curvamos
Deixe que cada um interprete à sua maneira. Livre para os imaginativos imaginarem o que gostam; se nisto são influenciados pelas reminiscências, quando atacam uma realidade demasiado vasta e elevada para se deixarem conter na estreiteza de uma fraca mentalidade humana.
O mistério nos obcecará para sempre, saibamos reservar-lhe a sua parte, para nos apegarmos sem distrações à nossa tarefa positiva.
Ora, como acabo de dizer, um símbolo não é adorado porque o pensador a quem ele se dirige esforça-se por compreender o seu significado.
O simbolismo se opõe a toda idolatria e conduz a um idealismo reservado aos iniciados por força das circunstâncias, porque os crentes materialistas, que materializam o espírito, não conseguem compreender o alcance da palavra símbolo.
Tornemo-nos simbolistas em filosofia e a nossa visão mental ganhará profundidade e amplitude. Os símbolos nos ajudarão a compreender tudo e nos impedirão de sermos tacanhos.
Eles nos tornarão indulgentes com as imagens caricaturais, que traduzem as impressões recolhidas pela inteligência humana na sua aspiração de penetrar no mistério insondável que a obceca.
Quanto ao Grande Arquiteto do Universo, livre para os maçons deístas ou teístas identificá-lo com o Criador, livre para os outros implicarem exatamente tudo o que acreditam ser verdade por meio desta fórmula.
Em nenhum lugar se trata de propor o Grande Arquiteto como um símbolo puro.
Nenhuma edição posterior do código maçônico, nenhum ritual do século XVIII, ou mesmo nenhum autor maçônico jamais disse que o Grande Arquiteto era apenas uma fórmula simbólica, deixada às disputas individuais dos iniciados.
É por isso que devemos continuar a cortar a nossa pedra bruta, para que fique perfeitamente cúbica. Concluída esta obra, poderemos retomar o nosso lugar no edifício e fundir-nos com o Todo e, portanto, com o Grande Arquiteto do Universo.
Para concluir, recordemos também as palavras de Santo Agostinho no Prólogo do Evangelho de João: “'[...] e o Verbo era Deus'... se você não consegue entendê-lo, espere até que você cultive alimentos grandes demais para você . »
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Malhete PodcastBy Luiz Sérgio F. Castro