E Deus ainda lhe disse [a Jacó]: “Eu sou o Deus Todo-poderoso; seja prolífero e multiplique-se. De você procederão uma nação e uma comunidade de nações, e reis estarão entre os seus descendentes.” (Gn 35.11 NVI)
O livro de Juízes conta a história dos israelitas na terra prometida após a morte de seu líder, Josué. É uma história deprimente, porque as pessoas se rebelaram muito rápido, iniciando um ciclo que se repete ao longo do livro. Primeiro, o povo pecou; segundo, Deus permitiu que eles fossem derrotados e oprimidos; terceiro, eles clamaram por ajuda; e, quarto, Deus interveio levantando um juiz, ou líder, para derrotar os inimigos de Israel e restaurar a paz na terra. Mas a paz nunca durou muito antes que a sequência fosse repetida.
Durante todo o período dos juízes, Israel entrou em colapso — de maneira religiosa, social, moral e econômica. Em resposta, o povo começou a pensar que a vida seria muito melhor se ao menos um rei fosse nomeado, como Deus havia declarado a Jacó que alguém seria. No entanto, procurando ser como as nações ao seu redor, eles rejeitaram a realeza de Deus — exatamente o que os tornava únicos. Eles queriam uma monarquia em vez de uma teocracia. E, em vez de procurar um rei que governasse sob Deus e os liderasse em obediência ao governo dele, eles estavam procurando um rei que governasse no lugar de Deus.
Notavelmente, apesar da pecaminosidade das motivações dos israelitas, Deus cumpriu o pedido deles. Muitos reis de Israel seguiram, mas nunca o rei do qual eles realmente precisavam. Ainda havia alguém maior por vir.
De uma maneira que só ele poderia orquestrar, Deus usou a demanda míope do povo por um rei como os de outras nações para cumprir o seu propósito final de um Rei que um dia governaria essas nações. Em dado momento, a linhagem real de Israel culminaria em Jesus, o Rei vindouro que Deus havia prometido — aquele cujo “cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos” (Gn 49.10). O verdadeiro reino seria estabelecido pelo Messias, que governaria sob a autoridade de Deus e seria o seu dom supremo para um povo indigno.
Veja como Deus é imenso: ele é capaz de agregar aos seus propósitos até mesmo pedidos tolos e más motivações! Deus é maior do que nossas escolhas e até mesmo do que nossos erros. Ele é soberano sobre cada passo em falso. Embora nós, como Israel, possamos falhar às vezes, com certeza podemos confiar em Deus para superar nossas falhas à medida que ele cumpre seus propósitos. E podemos obedecer de bom grado ao Rei em nossa vida hoje, em vez de procurar servir alguém ou alguma coisa em seu lugar.