diário de unicórnio

primeiro episódio da trilogia “o que ainda não aprendemos sobre CO-VIDas” - uma série (publicada também em vídeo no instagram) que traz um olhar simbólico, poético e criativo para 3 temas importantes sobre as transformações que a pandemia inaugura em nossas vidas. é hora de expandir a forma como nos percebemos humanos para além do racional, óbvio e literal. o cenário pede da gente uma capacidade imaginativa e uma liberdade inventiva que deem conta de criar um novo solo para os sistemas e relações que estão por vir. // @diariodeunicornio no instagram: https://instagram.com/diariodeunicornio?igshid=106vh3gw38swp

gênio gênio gênio, gritava essa palavra pelo meu corpo todo hoje durante uma exposição de leonardo da vinci. o que é, então, gênio? fui no dicionário e a partir das 7 definições, teci uma fala tomada pelo fogo, muito provavelmente, do meu próprio gênio. pra mim, muito intuitivamente (e visceralmente também, claro!) um aspecto do fogo de sermos divinos e bichos, ao mesmo tempo. genialidade só existe em humanidades, quando unimos luz, brilho, beleza com instinto, horror, fraquezas. porque o gênio pede honra a si, antes de qualquer coisa. e honrar a si, em consequência, é assumir seu papel criativo no coletivo. servir exatamente ao que o todo precisa, não ao que soa melhor ou mais belo ou mais digno. // @diariodeunicornio no instagram: https://instagram.com/diariodeunicornio?igshid=106vh3gw38swp

emoção vem de e = energia e moção = movimento. é nossa energia mais pura, potente, em movimento, na gente. matéria prima pra criação de qualquer tipo. mas em grande parte das vezes, somos tomados por essa energia, sem que tenhamos sequer consciência disso. sequer fomos incentivados a sentir emoções, o mais comum é reprimi-las. somos fluentes em algoritmos digitais e nos falta vocabulário emotivo. vocabulário humano natural. imagina então saber identificar emoções e, mais ainda, redirecionar essa energia para onde desejarmos. // @diariodeunicornio no instagram: https://instagram.com/diariodeunicornio?igshid=106vh3gw38swp

será possível que o medo que a gente sente tenha algum aspecto positivo? qual a função de sentir medo? possivelmente, o que a gente mais teme e se apavora, habita o mesmo campo do que a gente mais deseja e se encanta. parece absurdo? perfeito. o medo também é assim. absurdo e perfeito. // @diariodeunicornio no instagram: https://instagram.com/diariodeunicornio?igshid=106vh3gw38swp

na busca por chegar cada vez mais perto de quem sou em essência, tenho percebido alguns sinais que me ajudam a validar esse lugar; tento aqui organizar 3 indícios que têm me feito consolidar melhor essa trilha de ser quem sou, e cumprir, na maior parte do tempo, meu acordo interno comigo. // @diariodeunicornio no instagram: https://instagram.com/diariodeunicornio?igshid=106vh3gw38swp

se a gente mal tem tempo de passar os olhos sobre as coisas, pessoas, relações, imagina então olhar de verdade. mais ainda, olhar outra vez. e outra. e quantas forem preciso, dar todas as chances de algo se apresentar por inteiro, o tempo todo, para nós. começando por nós mesmos. se olhar, por inteiro. se reconhecer, se ressignificar, se entender, se acolher. como eu posso respeitar o outro se nem a mim, dou a chance, de me olhar quantas vezes forem preciso? // @diariodeunicornio no instagram: https://instagram.com/diariodeunicornio?igshid=106vh3gw38swp

o padrão constrói solo, segurança, estofo, consistência para que qualquer coisa se desenvolva. o sol nasce e se põe impreterivelmente todos os dias. a gente tem sono e fome também, conforme um padrão. mas um sistema que não deixa brechas à exceção, planta seu próprio extermínio nesse solo. se nada de diferente surge, a tendência é estabilização. e o solo fica tão rígido, que começa a secar. há brechas, na natureza. há espaços para que o novo se apresente, em cada célula. essas brechas promovem mutações, crises, transformações. nesse sentido, a exceção guarda, em sua natureza, a essência da evolução. // @diariodeunicornio no instagram: https://instagram.com/diariodeunicornio?igshid=106vh3gw38swp

para coexistirmos em sociedade, criamos um sistema de leis e ordens e o nomeamos de justiça. mas esse sistema não opera sob o mesmo conceito de justiça de um sistema natural. não é sobre estar certo ou errado, sobre ser bom ou ruim. o tipo de julgamento que equilibra qualquer sistema natural (como o nosso organismo, por exemplo) obedece a leis que, infelizmente, ainda desconhecemos. primeiramente, porque ainda desconhecemos a nós mesmos. desconhecemos a ordem da nossa própria natureza. // @diariodeunicornio no instagram: https://instagram.com/diariodeunicornio?igshid=106vh3gw38swp

na biologia das florestas, as regiões limítrofes são as principais responsáveis pela variação de espécies e evolução. com a gente, deve ser igual: toda vez que nos encontramos em situações extremas, toda vez que nos sentimos no limite de algo, estamos em potência plena de nos transformarmos. bom seria se aprendêssemos a não nos desesperar e surfarmos melhor nessa onda. // @diariodeunicornio no instagram: https://instagram.com/diariodeunicornio?igshid=106vh3gw38swp

toda vez que a gente está vivendo uma situação e pensando sobre ela, ao mesmo tempo, não estamos entregues por inteiro. o inteiro não sabe de si, só responde ao que é, na pureza e intensidade da sua originalidade. quanta energia de nós vai para pensar/analisar/ponderar e quanta vai para viver/ser/experienciar de fato, quem somos? // @diariodeunicornio no instagram: https://instagram.com/diariodeunicornio?igshid=106vh3gw38swp