Uma conversa com a pesquisadora Larissa Ferreira sobre o papel do exercício físico na prevenção e tratamento da doença arterial coronariana:

· Por que estudar a doença arterial coronariana?

· O que é disfunção endotelial e aterosclerose?

· A aterosclerose é a principal causa da doença arterial coronariana?

· Quais fatores de risco cardiovascular contribuem para a disfunção endotelial?

· Quais as consequências da disfunção endotelial para a saúde cardiovascular?

· Como o exercício físico pode prevenir e tratar a disfunção endotelial e a doença aterosclerótica?

· Quais os desafios e perspectivas para os estudos científicos nesta área?

Os avanços tecnológicos modernos vêm promovendo várias mudanças em nossa sociedade, o que alterou não somente a maneira como as pessoas vivem, mas também como morrem. Diferentemente de alguns séculos passados, as mortes causadas por doenças não transmissíveis superam aquelas causadas por doenças transmissíveis. Dados de 2016, mostram que, de 56,9 milhões de mortes no mundo, 40,5 milhões, ou 71%, foram devido a doenças não transmissíveis (DNTs). As quatro principais DNTs são doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças pulmonares crônicas. Dentre as doenças não transmissíveis, as cardiovasculares são a principal, chegando a 44% desse total.

Dentre as enfermidades que atingem o sistema cardiovascular, a doença arterial coronariana (DAC) é a forma mais prevalente e a maior causa de morte nos países desenvolvidos. Além da alta prevalência, a DAC apresenta alta taxa de morbidade e representa alto custo para os sistemas de saúde.

A doença arterial coronariana (DAC) é uma consequência do processo de aterosclerose, que promove uma obstrução gradual ou súbita das artérias coronárias por placas de gordura e coágulos. Esse processo pode promover uma deficiência das artérias coronárias em abastecer o músculo cardíaco com os nutrientes e o oxigênio necessários para a sua atividade normal.

A DAC é acentuadag por uma série de hábitos, comportamentos e estilos de vida inadequados, como por exemplo, a alimentação desequilibrada, a obesidade (principalmente abdominal), o tabagismo, o stress e o sedentarismo.