“Polarização” é uma palavra que aparece muito no livro “E a verdade os libertará” para descrever o esforço cultural que existe para empurrar os cidadãos para os extremos do espectro político. Essa radicalização é algo que a vida real herdou da internet, mais especificamente da ação dos algoritmos na forma como nos comunicamos e pensamos.

Na construção do movimento bolsonarista, a guerra contra o jornalismo profissional é um dos ingredientes principais.

O capítulo “A paz” do livro “E a verdade os libertará” fala sobre o ensino de Jesus no Sermão do Monte a respeito da pacificação - a característica que ele espera de seus seguidores. Entretanto, a polarização política brasileira tem levado muita gente a tentar conciliar a mensagem de Jesus com uma atitude de raiva, deboche, agressão verbal e conflito.

Transformar política em questão religiosa é uma saída fácil e eficiente. Em nenhum assunto estamos mais desarmados e mais abertos para o improvável do que nos assuntos relativos à fé. Os políticos sabem disso, seus departamentos de marketing sabem melhor ainda. 

“E A Verdade os Libertará: Reflexões sobre religião, política e bolsonarismo” é um livro da editora Mundo Cristão que já está em pré-venda no site das melhores livrarias. O livro tem 16 capítulos, cada um a respeito de um dos aspectos da relação entre a igreja evangélica brasileira e esse fenômeno chamado “bolsonarismo”, como essa relação entre religião e política vem sendo construída nas igrejas brasileiras desde pelo menos o início dos anos 1980. Além do livro, o jornalista Ricardo Alexandre criou essa série diária em 25 podcasts para propor conversas que não estão nas 256 páginas, mas que podem ajudar no debate público sobre o assunto. Neste primeiro episódio, Alexandre explica melhor o livro e faz alguns esclarecimentos importantes.