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ENIGMA DA VIDA E MEDITAÇÃO DA VERDADE NA FILOSOFIA MAÇÔNICA


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Por Ir.’.Valerio de Oliveira Mazzuoli

Enigma da vida

O enigma da vida é assunto percorrido em todos os tratados teológicos, de todas as crenças, cada qual reportando-se à sua visão filosófica, sem haver, no entanto, uma unidade conceitual. O ponto em comum sobre o tema talvez seja o daquela verdade (essa sim, absoluta) segundo a qual referido enigma é indecifrável a qualquer homem. Porém, essa constatação não impede, em absoluto, que se persiga o “enigma” também no âmbito da maçonaria especulativa, à luz do seu simbolismo

O enigma da vida que se busca compreender – e, tem-se como verdade, nunca se logrará alcançar – é aquele para o qual o simbolismo maçônico se volta, para o fim de fazer progredir os Irmãos rumo à evolução espiritual. Nesse sentido, sabe-se que a Ordem Maçônica é dotada de extrema religiosidade, apesar de não ser propriamente uma religião. Essa religiosidade – e, também, a espiritualidadeque lhe é ínsita – obriga o maçom a se questionar sobre o que é a vida, para que ela serve e qual o seu fim.

A interpretação dos elementos fundamentais do simbolismo descansa na necessidade de reflexão e compreensão do que é posto ao maçom, especialmente quando se indaga sobre o enigma da vida.

Refletir é voltar atrás, ao que já se passou, com o auxílio da memória, trazendo o passado para o presente, isto é, fazendo voltar o que já foi. Trata-se daquilo que sobre algo se reflete, pois (re)vive-se algo passado, compreendendo o significado do ocorrido no tempo presente à luz da consciência.

Os pouco evoluídos, moral e espiritualmente, pretendem doutrinar sobre o que entendem ser “verdade”, passando-se por sábios que, em verdade, jamais serão. O maçom não pode se aventurar senão a refletir sobre as incertezas; a ter consciência de que é importante descobrir, descortinando mistérios, mas com parcimônia e muita dedicação, sem o que verdades falsas passarão por verdadeiras, desvirtuando a verdadeira missão do maçom neste estágio de aprendizado e evolução.

Pensar é atividade intuitiva do ser humano que não tem o auxílio da vontade, pois é instintiva; não se socorre, também, da reflexão, pois é simplesatividade. A reflexão, contudo, decorredo pensamento e nele se atraca para ter suporte, pois é um degrau a mais na atividade intelectiva. Não há reflexão sem pensamento anterior que lhe dê base e sustentação. Tem-se, assim, uma atividade intuitiva inicial (pensamento) acompanhada de ato racional de captação de um ato ou fato do passado trazido para o presente com o plus da compreensão crítica (reflexão).

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Malhete PodcastBy Luiz Sérgio F. Castro