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Now, here is the monologue for your benefit!

Na véspera do casamento, Roberto recebeu a última coisa que faltava para o grande dia: os bem-casados, que eram as lembrancinhas que seriam entregues aos convidados. Aquele seria um dia incrível. A noiva estaria de véu e grinalda, ele todo bem arrumado, todos felizes e ansiosos para a festa após a cerimônia.

Mas só faltava outra coisinha.

Pegar os sogros no aeroporto.

Quando foi dar a partida no carro, Roberto teve uma surpresa desagradável. Foi quando ele descobriu que o veículo tinha dado o prego. Nenhum sinal de vida. Tudo bem que aquele carro era rodado como o quê. Mas será que precisava ser justo no grande dia?

Com os sogros chegando de outro estado, ele precisava pensar rápido. Até cogitou chamar um Uber, mas os sogros não gostariam da impessoalidade. Além disso, eles provavelmente iriam querer rodar na cidade, e não dá para pegar Uber para lá e para cá. Então, Roberto pensou: “alugar um carro é a saída mais à mão”. Foi aí que começou a confusão.

Primeiro: o seguro. Eram muitas opções. Seguro contra furto e roubo, contra batida, contra desastres naturais, contra terceiros, e ainda tinha a quilometragem livre e controlada. Tudo parecia importante, mas custava uma fortuna. E com o tanto que ele gastou no casamento, estava precisando apertar os cintos um pouco. E era para andar só na cidade, o que poderia dar errado?

Como Roberto posteriormente descobriu, muita coisa pode dar errado num percurso de trinta minutos.

A retirada do carro foi um show à parte. A atendente repetia sempre a mesma ladainha: “isso não está incluso, senhor”. Tinha taxa para tudo. E o valor que Roberto teve de depositar para a caução era quase a parcela de um carro novo. E o modelo prometido no site sumiu. No lugar, veio um carro tão compacto que parecia de brinquedo. Roberto entrou, se ajeitou e pensou: “Respira. Está tudo certo.”

Só que não estava. Porque na volta, tentando estacionar numa vaga meio desajeitada, ele deu aquela raspada na lateral. Nada de outro mundo, mas suficiente para fazer o sangue gelar. “Será que o seguro cobre mossa?” Roberto pegou uma opção tão barata que não lembrava mais das coberturas. Mas uma coisa ele sabia: o seguro barato tinha uma franquia bem salgada.

Desesperado, achou que ia ter de economizar na lua-de-mel, já que o casamento estava todo pago. Ia ser uma desgraça. Roberto ficou tão para lá que recebeu os sogros com uma cara que os preocupou. “Tá tudo bem, Roberto?” perguntou sua sogra. Então Roberto decidiu abrir o jogo. Quando contou para os sogros, esperava um sermão e muito chororô, mas o sogro só disse: “Ah, isso acontece, Roberto. Relaxa.”

E foi como se uma bolha estourasse. “Isso acontece.” Roberto ia se ver com a franquia do aluguel. É... “acontece”. E o casamento? Ah, esse ainda nem tinha começado.