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Now, here is the monologue for your benefit!
Quando criança, era rechonchudinho. E meus pais sempre me faziam jogar futebol todos os dias. E quando não era futebol, era basquete, beisebol ou outro esporte com alguma bola. Assim, mantive o peso sob controle.
Mas o tempo passou e a gente se acomodou. Fiz faculdade de Direito e de lá saí direto para uma cadeira de escritório. E da cadeira de escritório saía para a cadeira dos restaurantes aonde levava a minha então namorada e atual esposa.
Trocando em miúdos, com uma vida sedentária, o peso voltou com tudo. Os louros do passado foram todos perdidos.
Minha esposa sempre foi compreensiva, mas dava uma alfinetada aqui e ali comentando o meu peso. “Vamos pelo elevador porque o Luiz não tem fôlego para as escadas.” “Tem como ir de carro? Porque o Luiz vai suar a camisa e não é trabalhando.”
Sei que ela não fazia isso por mal, mas sentia uma pontada de raiva quando ela jogava o meu peso na minha cara. Porém, decidi usar essa raiva para dar a volta por cima. Como sempre fiz algum esporte, podia retomar o hábito. E como lá no escritório um dos associados jogava golfe, pensei em jogar com ele.
Mas passei tanto tempo sedentário que pensei estar assinando a minha derrocada quando assinei a minha matrícula.
Comprei toda a parafernália de golfe, incluindo um bonezinho que disseram que ia me deixar a cara do Tiger Woods. Agora, com as devidas vestimentas, entrei em campo para minha primeira aula.
No campo, o treinador me perscrutou. Então ele me mostrou como era um swing grande e um swing pequeno e disse que íamos começar com o pequeno.
Agora deu. Eu podia estar alguns anos longe dos esportes, mas sabia que ainda era capaz. Eu dava conta do recado.
Levantei o taco e joguei meu peso com toda força para dar uma tacada daquelas num swing grande. Mas o taco passou direto, acabei perdendo o equilíbrio e, de uma pirueta, caí no chão.
No chão, foi que me apercebi de que meu corpo estava um pouco mais pesado do que estava antes.
Mas o mico foi ainda maior. Quando me levantei do chão e tirei a poeira dos ombros, vi o chefe de um escritório concorrente. Ele deu um sorrisinho maroto e comentou:
— Eita, colega. Ainda bem que do chão não passa, né? Mas é assim mesmo. Quem tá começando sempre quebra a cara.
Eu entendi a indireta... e senti uma raiva crescer em mim.
Mas aí pensei na minha esposa e nos comentários dela e no fato de sempre terem duvidado da minhas capacidades e senti uma vontade tão grande de me vingar. Engoli o choro e bolei um plano.
Pedi ao treinador para me mostrar de novo como fazer o swing pequeno e prestei atenção. Quando chegou a minha vez, dei uma tacada com o mesmo cuidado que ele teve e lá se foi a bola voando e voando e desaparecendo no horizonte.
Agora sim.
Desde aquele dia, tenho praticado com o treinador todos os dias na hora do almoço. Como pulo o almoço e fico caminhando para cima e para baixo no campo, perdi uns bons 40 Kg e já estou me preparando para competir no primeiro torneio neste fim de semana.
E sabendo que um dos favoritos é aquele concorrente que riu de mim, quando eu ganhar vou fazê-lo engolir a taça.
A vingança é um prato que se come frio.