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Emanuel era o tipo de malandro de quem todo mundo gosta. Era simpático, gentil, ajudava velhinhas a atravessar a rua, acariciava cachorrinhos e gatinhos onde quer que estivessem, oferecia um ombro amigo para quem quisesse chorar, e, em contrapartida, só pedia dinheiro emprestado e guarida para escapar de encrencas.
E ele se metia em encrencas.
Numa dessas, namorou a filha de um sargento linha dura. O sargento era reformado de modo que tinha tempo suficiente para ficar acompanhando as aventuras da filha com o Emanuel. E o problema era que o Emanuel não tinha aventuras só com a filha do sargento. Daí para o sargento descobrir as escapadas românticas do Emanuel foi um pulo.
O sargento contou para a filha e esta foi tirar satisfação com o Emanuel. Ele ainda tentou desconversar. Vai que ela estava armada, sendo filha de quem era? Mas não teve jeito. Ela lhe deu um pé na bunda e ainda jurou que ia se vingar.
Emanuel ficou meio por acolá. Sabia se virar, mas não gostava de ameaças. Ele era malandro, não guerreiro, e não ia enfrentar ninguém de frente se pudesse evitar. Mas se passou um mês, passaram-se dois meses, depois três, e nada da vingança chegar.
Emanuel baixou a guarda.
O que ele não esperava era que o sargento e sua filha mexessem alguns pauzinhos. O sargento era amigo do dono do bar onde Emanuel ia tomar umas geladas. Emanuel nem sempre pagava, deixava a conta pendurada para quando recebesse dinheiro. O sargento ordenou que o dono do bar cobrasse tudo com juros e correção monetária.
No sábado, Emanuel foi tomar sua cervejinha de lei. Chegando ao bar, foi pego de calças curtas. Não só o dono se negou a vender fiado como também exigiu todo o dinheiro de uma vez só. Emanuel ainda tentou barganhar, mas foi à toa. E o dono disse que Emanuel chispasse dali imediatamente se não tivesse o dinheiro, porque senão ia enxotá-lo.
E esse foi o padrão que o sargento e a filha seguiram na vingança. Pouco a pouco, foram fechando o cerco ao redor de Emanuel, para espezinhá-lo e ensinar uma lição.
E Emanuel então desapareceu.
Quando o pessoal daquele bairro já parecia ter esquecido o rapaz, ele deu as caras mais uma vez. Perguntava a um e a outro: “eu estou te devendo alguma coisa?” Ao que um sujeito retrucou:
— Tá finalmente saldando suas dívidas, ‘Manuel?
— Que nada! Estou vendo com quem é que eu ainda estou limpo.
E como se diz por aí, pau que nasce torto nunca se endireita.
By Eliaquim Sousa5
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E ele se metia em encrencas.
Numa dessas, namorou a filha de um sargento linha dura. O sargento era reformado de modo que tinha tempo suficiente para ficar acompanhando as aventuras da filha com o Emanuel. E o problema era que o Emanuel não tinha aventuras só com a filha do sargento. Daí para o sargento descobrir as escapadas românticas do Emanuel foi um pulo.
O sargento contou para a filha e esta foi tirar satisfação com o Emanuel. Ele ainda tentou desconversar. Vai que ela estava armada, sendo filha de quem era? Mas não teve jeito. Ela lhe deu um pé na bunda e ainda jurou que ia se vingar.
Emanuel ficou meio por acolá. Sabia se virar, mas não gostava de ameaças. Ele era malandro, não guerreiro, e não ia enfrentar ninguém de frente se pudesse evitar. Mas se passou um mês, passaram-se dois meses, depois três, e nada da vingança chegar.
Emanuel baixou a guarda.
O que ele não esperava era que o sargento e sua filha mexessem alguns pauzinhos. O sargento era amigo do dono do bar onde Emanuel ia tomar umas geladas. Emanuel nem sempre pagava, deixava a conta pendurada para quando recebesse dinheiro. O sargento ordenou que o dono do bar cobrasse tudo com juros e correção monetária.
No sábado, Emanuel foi tomar sua cervejinha de lei. Chegando ao bar, foi pego de calças curtas. Não só o dono se negou a vender fiado como também exigiu todo o dinheiro de uma vez só. Emanuel ainda tentou barganhar, mas foi à toa. E o dono disse que Emanuel chispasse dali imediatamente se não tivesse o dinheiro, porque senão ia enxotá-lo.
E esse foi o padrão que o sargento e a filha seguiram na vingança. Pouco a pouco, foram fechando o cerco ao redor de Emanuel, para espezinhá-lo e ensinar uma lição.
E Emanuel então desapareceu.
Quando o pessoal daquele bairro já parecia ter esquecido o rapaz, ele deu as caras mais uma vez. Perguntava a um e a outro: “eu estou te devendo alguma coisa?” Ao que um sujeito retrucou:
— Tá finalmente saldando suas dívidas, ‘Manuel?
— Que nada! Estou vendo com quem é que eu ainda estou limpo.
E como se diz por aí, pau que nasce torto nunca se endireita.

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