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Now, here is the monologue for your benefit!

Tem um ditado velho que diz que o Brasil é um país ótimo, o problema são os brasileiros. E, sinceramente, quando escuto esse tipo de dizer, não sei se concordo ou discordo, pois nunca faço ideia do lado em que estou da equação.

Outro dia estava fazendo compras. Era perto do fim de ano e já estava aporrinhado com tanta gente na rua. Chegando a uma sapataria, visto que comprar sapatos é algo que faço todos os anos, abordei uma atendente. Na mesma hora em que eu disse “bom dia”, ela bufou, aborrecida. Dali em diante a coisa já tinha azedado, e saí de lá sem comprar nada.

Aí tem gente que não quer que se generalize, mas, no geral, eu tiro os outros por mim, e mesmo nos dias em que acordo de ovo virado tendo a ser pelo menos cordial. E veja que maus exemplos não me faltam.

Já aconteceu, por exemplo, de eu estar dirigindo na BR e um filho da mãe querer fazer a ultrapassagem a qualquer custo. Eu estava dando passagem, fiz sinal para a pessoa seguir e, mesmo assim, o infeliz tentou me dar uma cortada. Depois, ainda fez sinal para eu encostar. Encostar? Eu, hein? Eu é que não ia dar mole para um otário daqueles. Soube de gente que se exaltava numa briga de trânsito e acabava no IML. Não vou mentir: eu me esquentei naquela situação, mas todo bom brasileiro sabe exatamente onde é que o sapato aperta.

E aí já temos duas grandes reclamações dos brasileiros para com os próprios brasileiros: somos malucos no trânsito e mal-educados no trato com os outros.

Mas sabe de uma coisa? Uma vez viajei para o estrangeiro. Não vou te dizer qual é o país, porque nem sei se importa. O que sei é que, no aeroporto, vi um senhor no alto de seus 70 anos se melindrar com uma aeromoça porque ela lhe pediu que ficasse na droga da fila. Ele falava, e eu entendia, que era uma pessoa importante e que não compreendia por que tinha que ficar esperando naquela fila com a gentinha. Depois, ainda tentou puxar conversa com um e outro da fila, mas, sabendo da índole do velhote, ninguém lhe deu a mínima.

E eu cheguei à conclusão: o mundo é ótimo e o inferno são os outros.