As sutis apresentações do sofrimento psíquico que podem levar a pensamentos ou ato suicida, prevenção e saúde mental - neste último dia 26 de setembro, foram temas tratados pela coordenadora do curso “Introdução à Teoria e Prática de Wilfred Bion” da EPPM, Carina Ceron Benettão - que participou de uma conversa com Edson Valério na rádio RDR 95,3 FM.
Durante a entrevista, temas fundamentais sobre saúde mental, prevenção e suicídio foram explanados aos maringaenses e a professora e psicoterapeuta destacou que dor emocional não tem uma medida exata, pois cada indivíduo sente e processa o sofrimento de maneira única. O que pode parecer pequeno para uma pessoa talvez se torne imenso para outra, e é fundamental respeitar e compreender essas diferenças - que são nuances do sofrimento psíquico. Sendo assim, é de extrema importância saber reconhecer sinais sutis de alguém que pode estar enfrentando dificuldades emocionais.
Carina enfatizou que sinais de sofrimento podem se manifestar por meio de mudanças de comportamento como isolamento repentino, alterações no apetite, falta de interesse em atividades, aumento de irritabilidade, ausência da capacidade de conter emoções ou tristeza.
Com o objetivo de conscientizar os ouvintes sobre a importância de se manter alerta aos sintomas das pessoas ao nosso redor, além da manutenção do próprio bem-estar mental sem que sejam assuntos “tabus” - o locutor Edson Valério ressaltou a responsabilidade da mídia em contribuir para a disseminação de informações corretas e de qualidade sobre esses temas, destacando que a saúde mental é tão importante quanto qualquer outra questão de saúde pública.
Não apenas profissionais da saúde, mas também empresas e colegas de trabalho podem desempenhar um papel crucial na observação de mudanças comportamentais que podem expressar sofrimento psíquico.
Adotar uma postura proativa, oferecendo suporte emocional e espaços de escuta para seus colaboradores, ajudando a construir uma rede de cuidado mais ampla e com múltiplos profissionais da área da saude, é preciso - além de se oferecer um ambiente acolhedor, onde as pessoas sintam-se seguras para falar sobre suas dificuldades e sejam ouvidas de forma atenciosa.
São passos que parecem minúsculos mas importantes e que podem salvar vidas de pessoas em profundo desespero e desesperança. Enquanto sociedade, temos a responsabilidade de estar atentos aos sinais do outro, sendo empáticos e disponíveis para escutar, criando uma rede de apoio que pode mudar destinos que seriam tristes - em vontade de reviver e de se transformar. E isso é assunto para todos os dias.