A formação académica tornou-se numa forma de contra-iniciação em que a pessoa perde definitivamente certas capacidades, nomeadamente a capacidade de olhar para a realidade e de sentir alguma comunhão com o próximo. Basta ver a forma como a mente das pessoas “beneficiadas” com tal formação passa a operar, numa espécie de circuito fechado. Especialmente quando a erudição é elevada, o erudito fica com a impressão de ter abarcado o mundo. Mas o que faz ele quando o mundo real lhe dá novos ‘inputs’? Imediatamente aquilo é filtrado para se adequar às categorias usadas e vai ser encaixotado de uma forma previsível, ou então é simplesmente descartado se parece demasiado difícil de digerir. Toda a argumentação do sujeito no fundo visa apenas proteger este sistema e a iludir outros a entrar nele também...