Em entrevista à Rádio Clube nesta quinta-feira (4) o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) falou sobre a filiação do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, no Podemos. A intenção do partido é que Moro seja candidato à Presidência da República. (Ouça a entrevista completa no final do texto)
“É uma tentativa de terceira via com potencial de votos. Essa polarização não faz bem ao país. Queremos oferecer uma terceira via, rejeitando o discurso de ódio. Nós avaliamos que ele é melhor nome com potencial de votos, a mídia tem interesse. E ele tem mais apoio popular que os outros que se colocam como terceira via. Abri mão da minha candidatura exatamente por isso”, disse o senador Alvaro Dias.
O senador destacou que fato de Moro ter a rejeição da esquerda e da direita pode contribuir para que a candidatura seja firmada como terceira via. “ O Moro exerce esse protagonismo e quem não tem esse protagonismo não consegue nem chegar ao segundo turno. Ele tem essa rejeição de esquerda e a extrema direita, mas consegue chegar mais ao centro. O Podemos acredita na candidatura do juiz Sérgio Moro como uma verdadeira terceira via”, afirmou o senador Alvaro Dias.
O senador alfinetou algumas candidaturas que usam a bandeira de terceira via. “Existem ambições legítimas, outras descabidas, primeiro tem que olhar o estado que esses candidatos representam. Pois tem candidato que não tem potencial nem no próprio estado, são candidaturas para ocupar espaço e ter visibilidade e melhorar o ibope”, declarou.
Sobre a aliança do Podemos com o União Brasil (fusão dos partidos DEM e PSL), o senador defendeu que é possível uma aliança em torno da candidatura de Sergio Moro.
“Acho possível exatamente porque houve o racha no PSL, entre o laranjal e os outros. Existe essa possibilidade de apoio, pois ele desejam a candidatura do Moro”.
Alvaro Dias evitou críticas ao presidente Bolsonaro.
“Hoje meu papel é de construtor, não quero ficar atirando pedras. Evidente que eu quero mudanças e elas não estão ocorrendo, sem desmerecer quem quer que seja, mas acho que o Brasil merece mais. Não basta o discurso, uma eventual valentia ou um gesto mais arrojado, precisamos de inteligência e coragem para mudar e promover reformas, sem jogar combustível no incêndio, por isso evito fazer a avaliação que deveria fazer”, concluiu o senador.