Nas últimas décadas, mundo tem passado por momentos difíceis: tsunamis, vulcões em erupção, terremotos, colapso financeiro, divisões políticas e religiosas, guerras constantes e ameaças de guerras, conflitos familiares e entre nações, fomes, pestes, doenças incuráveis, guerra intelectual e crimes cibernéticos.
Esse ano de 2020 ainda veio somar mais uma série de problemas que desestabilizou ainda mais o mundo: vespas assassinas, corona vírus, corrupção dos políticos se aproveitando do avanço do novo corona vírus e, ultimamente uma nuvem de gafanhotos que começou no Paraguai, destruindo plantações de milho, infestou várias regiões, invadiu a Argentina e segue em direção ao sul do Brasil, ameaçando destruir as lavouras daquela região.
Diante disso tudo, várias perguntas vêm surgindo: será isso o sinal do final dos tempos? Será o sinal da volta de Jesus? Do fim do mundo? Do fim da humanidade? Tudo isso é cumprimento de alguma profecia? Deus está castigando a humanidade?
Para entendermos esse fenômeno e arriscar uma resposta que não fira os ensinamentos bíblicos, precisamos analisar algumas coisas importantes nas sagradas escrituras.
Como o povo da bíblia entende a presença do gafanhoto?
- Em primeiro lugar, é preciso lembrar que o gafanhoto é inseto limpo e por isso pode ser usado como alimento, como está escrito em Lv 11,20-23 e confirmado em Mt 3,4, versículo que apresenta João Batista comendo gafanhoto com mel silvestre. A pessoa que vive pela fé já poderia parar aqui, não é verdade? Se o gafanhoto pode ser alimento, quem tem fé poderia pensar que é a provisão de Deus para ninguém passar fome na pandemia (Ex 16,15), não é verdade? Mas alguns só sabem enxergar o lado ruim das coisas, então vamos continuar...
- Em segundo lugar o gafanhoto foi visto como o juízo de Deus sobre os opressores de seu povo (Ex 10). E ali, Deus prometeu que nunca mais haveria uma praga igual (Ex 10,14).
- Em terceiro lugar o gafanhoto foi visto como o castigo de Deus pela infidelidade do povo à aliança (Ml 3,11; 1Rs 8,37; 2Cr 7,13; Am 7,1-3; Jl 1,4). Nesse caso, o propósito não é fazer mal ao povo e sim levar o povo ao arrependimento e à mudança de vida (conversão); vale ressaltar que algumas pessoas estão pregando por aí, com base em Ml 3,11, que é preciso pagar o dízimo para Deus livrar do gafanhoto, pois eles interpretam os gafanhotos como forças demoníacas que vieram para destruir a vida humana e suas provisões, porém, não há base exegética para isso no texto, pois assim, teríamos que admitir que Deus enviou demônios contra os Egípcios em Ex 10, o que não possui fundamento algum;
- Em quarto lugar o gafanhoto é símbolo do dia do Senhor (Jl 2,1-5). O dia do Senhor é o dia do juízo de Deus contra os inimigos de seu povo, do mesmo modo como aconteceu em Ex 10. A ideia é: do mesmo modo que os gafanhotos destroem tudo pela frente, o exército de Deus vai destruir os inimigos do povo de Deus, levando o povo de Deus à vitória e à liberdade;
- Em quinto lugar o gafanhoto é símbolo do poder do maligno que fere (apenas isso!) os servos do Cordeiro (Ap 9,1-11). Aqui eles não atacam plantações, e sim receberam poder de atormentar as pessoas, como se fossem picadas venenosas de escorpiões. E nós já sabemos que são os gafanhotos parecidos com demônios dos dias atuais que ferem, reduzem direitos, envenenam e destroem a dignidade dos filhos de Deus, não é mesmo?
- Em sexto lugar, observe que em nenhum momento o gafanhoto foi visto pelo povo hebreu como sinal de fim dos tempos ou fim do mundo. Nem o próprio Jesus, quando fala dos sinais próximos do reinado messiânico (Mt 24) fala de gafanhotos.
Confie na palavra de Deus em Fl 4,6-7: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus”.