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By Japoni
The podcast currently has 11 episodes available.
Embora a discussão sobre hard e soft power esteja muito em alta atualmente, essa dinâmica de poder é bastante antiga. No caso do Japão, seu desejo de pertencer às nações mais poderosas do mundo justificou quantias exorbitantes investidas nas Exposições Universais ao longo dos séculos XIX e XX como forma de construir sua imagem no imaginário internacional.
Com o avanço de políticas imperialistas e expansionistas, entra em ação o uso de coerção militar que, no entanto, muda drasticamente após o fim da II Guerra Mundial com a promulgação de uma constituição anti-armamentista. Apostando então em sua capacidade de atrair os olhares e interesses das pessoas por meio de sua cultura, o Japão construiu poderosas instituições encarregadas dessa missão nada simples.
No décimo episódio do nosso podcast, contamos a história por trás desse projeto político, econômico e social e analisamos seus sucessos e falhas, em especial com a ascensão do soft power sul-coreano.
Leituras sugeridas:
IWABUCHI, Kōichi. Cool Japan, creative industries, and diversity. In: Re-imagining creative cities in twenty-first century Asia. Palgrave Macmillan, Cham, 2020. p. 187-199.
IWABUCHI, Kōichi. Recentering globalization: popular culture and Japanese transnationalism. Durham: Duke University Press, 2002.
PONTE, Felipe Teixeira da. O cool japan entre propósitos de hegemonia regional e a construção de identidades coletivas: Uma análise dos sentidos internacionais da difusão da franquia Pokémon. 2021.
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“O Fala, Japonismos!” é um podcast mensal que vai ao ar toda última sexta-feira do mês, sempre trazendo de forma descontraída temas acerca da arte e da cultura japonesa.
Acesse nosso site: japonismos.com
Yoko Ono, nascida em Tóquio em fevereiro de 1933, é artista plástica, compositora, cineasta, cantora, ativista e muitas outras ocupações que lhe garantem o título de multiartista. Grande expoente do cenário artístico da década de 50, 60 e 70, Ono propôs novas maneiras de compreender o papel do artista, a função da arte e a catarse da experiência estética. Trabalhos como "Painting to be stepped on", "Lighting Piece" e "Cut Piece" chamaram atenção por seu teor provocativo e por destacar não o objeto artístico em si, mas o próprio processo baseado na contemplação e na aproximação entre a arte e a vida cotidiano. Para Ono, como para seus colegas de época, a arte não deveria ficar restrita a museus ou a um espaço sacralizado, mas sim próxima do espectador, frequentemente convocado para interagir e construir os sentidos de instalações e performances.
Se tudo isso é verdade, por que a trajetória de Yoko Ono ainda parece estar limitada ao seu relacionamento com John Lennon, inclusive sendo agressivamente culpada pela separação dos Beatles? No nono episódio do "Fala, Japonismos!", exploramos a vida de Yoko Ono enquanto mulher, enquanto artista e enquanto asiática, colocando em debate sua contribuição para a arte em contraponto às polêmicas envolvendo o apagamento de sua importância.
Leitura sugerida:
FOSTER, Gwendolyn Audrey. Self-Stylization and Performativity in the Work of Yoko Ono, Yayoi Kusama and Mariko Mori. Quarterly Review of Film and Video, v. 27, n. 4, p. 267-275, 2010.
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No oitavo episódio do podcast "Fala, Japonismos!", adentramos em nossas áreas de especialização, a moda e o cinema, para discutir os diálogos entre o Japão e o Ocidente, desde o frutífero movimento Japonismo – que dá nome ao nosso projeto – até os complexos entrelaçamentos da contemporaneidade.
Através de vários exemplos, mostramos que é incoerente pensar que um lado sofreu mais influências do que o outro quando, na verdade, trata-se de uma contaminação típica das trocas culturais.
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Coleções e trajes mencionados:
Casaco de noite em crepe de seda e brocado dourado, Coco Chanel, c. 1927
Primavera/verão 2007 de Alta Costura da Dior (assinada por John Galliano)
Primavera/verão 2015 da Raf Simons
Filmes mencionados:
Star Wars (George Lucas, 1977)
A Fortaleza Escondida (Akira Kurosawa, 1958)
Os Sete Samurais (Akira Kurosawa, 1954)
Sete Homens e um Destino (John Sturges, 1960)
Avatar (James Cameron, 2009)
Princesa Mononoke (Hayao Miyazaki, 1997)
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No sétimo episódio do podcast "Fala, Japonismos!", exploramos a conexão entre as obras do fotógrafo Daido Moriyama com o contexto do pós-guerra vivido no Japão. Moriyama é um dos mais célebres artistas da contemporaneidade, tendo sua estética e seu olhar subvertido as bases da fotografia ao estabelecer o foco no cotidiano, no subjetivo da vida e no potencial das imagens em conterem múltiplas histórias e atravessamentos.
E para quem quer ver mais, acontece até agosto de 2022 no Instituto Moreira Salles em São Paulo a primeira grande mostra na América Latina da trajetória de Moriyama, para a qual foram reunidas mais de 250 obras do artista sob a curadoria de Thyago Nogueira. Nós visitamos a exposição durante a montagem e é claro que trouxemos algumas de nossas impressões no podcast!
Ouça com a gente e aproveite para visitar o IMS Paulista (Av. Paulista, 2424) se estiver por São Paulo!
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Referências:
GIBSON, Lucas. Apropriações de Imagens em Daido Moriyama: equivalências entre realidade e representações. Prajna: Revista de Culturas Orientais, v. 1, n. 1, p. 206-230, 2020.
IMOREIRASALLES. "Daido Moriyama: uma retrospectiva", por Thyago Nogueira | IMS Paulista. Youtube, 06 abr. 2022. 1 vídeo (7 min). Disponível em: https://youtu.be/cIK7XCxB0z0. Acesso em: 28 abr. 2022.
RUBINFIEN, Leo. Investigations of a Dog. Art in America, p. 132-137, 1999.
Créditos da imagem: Tóquio, c. 1971. ©Daido Moriyama / Daido Moriyama Photo Foundation.
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No sexto episódio do "Fala, Japonismos!", trazemos esses dois grandes autores, Jun'ichirō Tanizaki (1886-1965) e Haruki Murakami (1949-), para discutir como ambos abordaram a ocidentalização do Japão em suas obras.
Tanizaki nasceu na segunda década da Era Meiji (1868-1912), quando se iniciou o processo de ocidentalização, e muito de seus livros trazem essa sociedade inédita, marcada por conflitos aparentemente inconciliáveis. De fato, em alguns momentos pareceu que as tradições japonesas cairiam em descrédito, mas logo surgiram formas híbridas que nos relembraram da riqueza da cultura.
Murakami, por sua vez, vivenciou a contemporaneidade de um Japão imediatamente saído da guerra, tendo acompanhado essa reconstrução, seus sucessos e falhas. Constantemente criticado por não ser “japonês o suficiente”, Murakami expõe literariamente que esse conceito do que é ou não japonês é fluido e que insistir nessa ideia de um Japão puramente baseado em uma cópia do Ocidente não possui fundamento.
As diferenças entre os eventos e as sociedades que vivenciaram os tornam ricas fontes de debate sobre história e cultura.
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Obras comentadas:
KAFKA, Franz. A Metamorfose. São Paulo: Martin Claret, 2002.
MURAKAMI, Haruki. "Samsa apaixonado". In: Homens sem mulheres. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2015.
MURAKAMI, Haruki. Kafka à beira-mar. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2005.
TANIZAKI, Jun'ichirō . Em louvor da sombra. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
TANIZAKI, Jun'ichirō. Há quem prefira urtigas. Tradução de Leiko Gotoda. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
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No quinto episódio do "Fala, Japonismos!", tratamos das imposições culturais e do colonialismo japonês e nossas impressões, além de trazer dois livros que representam bem esses temas.
Em Botchan (1906) de Natsume Sōseki, podemos ver, dentre outros temas, a tensão criada quando o protagonista nascido e criado em Tóquio aceita uma proposta de emprego na pequena cidade de Matsuyama, na ilha de Shikoku. Considerando os locais como "caipiras" e "selvagens", Botchan reproduz preconceitos e estereótipos que, até hoje, vigoram dentro e fora do Japão. Quando falamos em cultura japonesa, precisamos entender que não se trata apenas das datas, eventos e práticas da região de Kantō (onde fica Tóquio), mas também de outras localidades igualmente importantes. Por sua vez, o romance Pachinko (2017), de Min Jin Lee, nos traz as batalhas dos imigrantes coreanos no Japão, discriminados e excluídos nas mãos de um Império que, embora pouco retratado na história, cometeu grandes atrocidades mesmo antes da anexação da Coreia em 1910.
Ambos os livros nos lembram, portanto, que devemos ter muito cuidado quando falamos de cultura e sociedade, em especial no contexto da Ásia que, por motivos que conhecemos bem, não é suficientemente estudada nem discutida, dando abertura para que visões distorcidas e rasas surjam.
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Referências bibliográficas mencionadas:
CHAPMAN, David. Zainichi Korean identity and ethnicity. Routledge, 2007.
IWABUCHI, Kōichi. Recentering globalization: popular culture and Japanese transnationalism. Durham: Duke University Press, 2002. Print.
O-YOUNG Lee. Things Korean. Rutland, Vt: C.E. Tuttle Co, 1999.
TAI, Eika. “Korean Japanese”: A new identity option for resident Koreans in Japan. Critical Asian Studies, v. 36, n. 3, p. 355-382, 2004.
SLADE, Toby. Japanese fashion: a cultural history. New York: Berg, 2009.
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No quarto episódio do "Fala, Japonismos!", discutimos a polêmica envolvendo o autor Nobuhiro Watsuki, criador do mangá Samurai X e que voltou a ser notícia após a divulgação de uma nova série baseada em seu trabalho.
Falamos um pouco sobre a figura do autor e trazemos alguns estudos acadêmicos acerca do tema na contemporaneidade. No último bloco, expomos nossa percepção sobre o consumo da chamada "arte problemática" e sobre quais os caminhos para tratar dessas questões sem incorrer em falsos moralismos ou julgamentos generalizados, pois nossa postura enquanto pesquisadores é a de que não debater sempre acarretará mais ônus do que o esforço para o desenvolvimento de um senso crítico no público.
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Referências bibliográficas mencionadas:
BARTHES, Roland. "A Morte do Autor". In: O Rumor da Língua. São Paulo: Brasiliense, 1988.
FOUCAULT, Michel. "O que é um autor?", Bulletin de la Societé Française de Philosophie, 63o ano, no 3, julho-setembro de 1969, ps. 73-104. (Societé Française de Philosophie, 22 de fevereiro de 1969; debate com M. de Gandillac, L. Goldmann, J. Lacan, J. d'Ormesson, J. Ullmo, J. Wahl.)
WEYMAR, Lucia Bergamaschi Costa. "A questão da autoria e da morte do autor". Paralelo 31, Pelotas, ed. 1, p. 128-137, dez. 2013.
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No terceiro episódio do Fala, Japonismos!, comentamos um pouco sobre a questão da religiosidade no Japão, em especial no fim do ano, em que, para nós brasileiros, as datas festivas e as tradições cristãs estão muito presentes.
Diferentemente daqui, a presença do Xintoísmo e do Budismo desde a antiguidade fizeram com que, no Japão, se desenvolvessem noções de religião, espiritualidade e filosofia distintas do mundo eurocêntrico. Mesmo nos trabalhos de pesquisadores japoneses consagrados e dedicados ao estudo dessas áreas, como os da Escola de Quioto, não é possível encontrar uma distinção nítida, ocorrendo um amálgama bastante singular. Do modo mesmo, o cotidiano da população é permeado por ideias e práticas xintoístas e budistas sem que isso seja visto forçadamente como um culto religioso. Natal e Ano Novo adquirem novas significações e modos de existir, o que rende uma rica discussão cultural!
Dentre os materiais que usamos e citamos ao longo do episódio, os mais relevantes são:
1 – Carter, Robert E. The Kyoto school : an introduction. Albany: State University of New York Press, 2013.
2 – Munakata, Iwao. “The Ambivalent Effects of Modernization on the Traditional Folk Religion of Japan.” Japanese Journal of Religious Studies, vol. 3, no. 2/3, Nanzan University, 1976, pp. 99–126, http://www.jstor.org/stable/30233104.
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No segundo episódio do Fala, Japonismos! trazemos para a discussão a figura da Lolita, fenômeno japonês que encanta por sua complexidade, dramaticidade e exagero. Como argumenta a pesquisadora Terasa Younker: "A Lolita, como as outras subculturas japonesas, se desenvolveu como uma resposta às pressões sociais e ansiedades sentidas pelos jovens da década de 70 e 80".
Assim, nesse episódio nos empenhamos em fazer uma análise da Lolita que fosse além da simples classificação de gêneros estéticos, mas que desse conta de abordá-la por um viés social, histórico e psicológico enquanto a rica expressão de moda que é e a poderosa forma de resistência que constitui perante à sociedade contemporânea.
O artigo que usamos como base, em inglês, pode ser lido neste link: https://scholar.harvard.edu/younker/publications/japanese-lolita-dreaming-despairing-defying.
Para quem quiser se aprofundar mais na temática, aconselhamos também a leitura de outros dois textos:
1 – Monden, Masafumi. “The ‘Nationality’ of Lolita Fashion.” Asia through Art and Anthropology, Routledge, 25 May 2020, pp. 165–178.
2 – Shuai, Z. “Lolita Fashion, New Media, and Cultural Hegemony in Contemporary Japan”. Mutual Images Journal, no. 9, Dec. 2020, pp. 67-88.
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No primeiro episódio do Fala, Japonismos! discorremos sobre o conhecido e polêmico escritor japonês Yukio Mishima. A carreira do multiartista comumente é resumida ao fatídico dia em novembro de 1970 quando ele cometeu um seppuku e encerrou sua vida; no entanto, neste episódio nosso debate centraliza-se em duas questões fundamentais para entender não apenas o suicídio de Mishima, como também seu estilo de vida e seus escritos: o ultranacionalismo e a homossexualidade.
Com base no artigo de Kazuyoshi Kawasaka, contextualizamos as duas questões no Japão e como Mishima conseguiu utilizar as premissas ultranacionlistas para viver a homossexualidade em seus próprios termos. Conforme dito no episódio, em um metafórico armário de vidro!
O artigo, em inglês, pode ser lido neste link: https://www.lectitopublishing.nl/download/mishima-yukio-and-the-homoeroticisation-of-the-emperor-of-japan-3891.pdf
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