Contrariando a aliança que se formou em seu entorno agora, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem evocado a lembrança do chamado "risco Lula" de 2002. A nostalgia não é de boas lembranças -- deveria, aliás, ter servido de aprendizado, coisa que ainda não apareceu no discurso do petista. Coube a Geraldo Alckmin (PSB), ex-tucano, ex-adversário e agora voz apaziguadora no entorno da Presidência, estancar, com alguma paciência, a profecia profetizada de Lula sobre o efeito de sua fala "a Bolsa vai cair, o dólar vai subir, paciência". Assim aconteceu. Com a fragilidade de uma promessa de campanha, Alckmin disse à CNN que a discussão sobre uma nova regra fiscal e corte de despesas não é desse momento, mas virá. E dificilmente irão desistir de deixar o Bolsa Família fora dos limites fiscais. De tom assertivo e professoral, os economistas Pedro Malan, Armínio Fraga e Edmar Bacha escreveram a Lula dizendo que o desafio não é criar problemas maiores do que aqueles que se quer resolver, sob pena do "povo tomar na cabeça outra vez". A demonização do mercado também foi combatida por muitas vozes que apoiaram Lula, mas a saída de Guido Manteg, ex-ministro da Fazenda dos governos petistas, da equipe de transição foi o que acabou reduzindo o estrago no final do dia. Apresentado por Thais Herédia e Priscila Yazbek, o CNN Money apresenta um balanço dos assuntos do noticiário que influenciam os mercados, as finanças e os rumos da sociedade e das dinâmicas de poder no Brasil e no mundo.