O dia 30 de agosto de 2022 marca história com a morte de Mikhail Gorbachev, cujo governo foi marcado por um conjunto de reformas adequadas ao contexto de colapso do sistema soviético; a Perestroika e a Glasnost buscaram atender às demandas da crise de sustentabilidade interna da Ex-URSS, na medida em que provocava a sua fragmentação, com a eclosão de diversas emancipações que desfizeram a antiga configuração geográfica e geopolítica do Leste Europeu. Segundo Putin, “a pior coisa que aconteceu à Rússia, em face desse legado do passado que pôs fim à Guerra Fria e situou o seu governo numa encruzilhada de problemas com a Chechênia, a Ossétia do Sul, a região do Cáucaso e, agora, a guerra da Ucrânia. Uma correlação de governos e orientações políticas que merecem a nossa atenção, sobretudo neste momento em que as ações militares russas virão a se tornar mais decisivas e ostensivas.

O mundo tem sido abalado pelas notícias de alterações climáticas espantosas… calor extremo e estiagens têm assombrado a Europa, exigindo de especialistas e analistas a busca de soluções, em meio a reflexões ecológicas de futuro. A par de tudo isso, a capacidade erosiva dessa crise climática tem feito despontar civilizações antigas, comunidades do passado, com os seus vestígios e ruínas que revelam sociedades, a partir de incursões arqueológicas intensivas. Eis um tema extremamente curioso que, de modo inusitado, integra, interage e denota o potencial interdisciplinar da geografia física, da história e da memória identitária.

Confira alguns traços da mulher que reinou durante quase sete décadas, entre os séculos XX e XXI, por testemunha da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria, assistindo a descolonização de mais de 40 colônias britânicas… A morte da Rainha Elizabeth II nos oportuniza refletir a respeito da geopolítica inglesa, da posição da monarquia e da tradição naquele país, bem como os seus reflexos no mundo! A sua imagem simbolicamente real tornou-se o sustentáculo dos valores políticos de séculos de história anglo-saxônica até os dias contemporâneos.

O passado histórico da China e de Taiwan é marcado por tensões profundas, que têm a ver com a perspectiva econômica e política direcionada para a configuração do comunismo, bem como do desenvolvimento de uma economia aberta capaz de alimentar internamente a sua sustentabilidade. Nesse contexto, a Guerra Fria se tornou o panorama fundamental das aproximações e dos distanciamentos dessas duas regiões do planeta, diante da argumentação do atual governo chinês pela defesa de uma “China Única” que, embora reconhecida pela ONU e pelos Estados Unidos, encontra-se à beira de um colapso, em face dos atuais exercícios militares. A essa altura cabe uma pergunta: temos uma conjuntura capaz de provocar a Terceira Guerra Mundial?

O tema da insegurança alimentar tem afetado as mais diversas economias, em face da ampliação do Mapa da Fome, sobretudo depois do advento da Pandemia e da Guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Estatísticas apontam para o agravamento do quadro, na medida em que os continentes asiático e africano apresentam índices alarmantes. Os desdobramentos são múltiplos no campo ético, sociológico, psicológico; nos números da violência e criminalidade, também envolvendo o panorama geral das políticas públicas no Brasil que passaram a ser obsoletas frente aos desafios do futuro. Mais uma temática capaz de enriquecer o repertório dos alunos, exigindo reflexões geopolíticas a respeito.

O dilema da Guerra na Ucrânia alcança uma nova complexidade, tendo em vista que países como a Suécia e a Finlândia ensaiam fazer parte da OTAN. Recordamos que esse movimento geopolítico ocasionou a invasão do território ucraniano, sob a deliberação do governo de Vladimir Putin, fato capaz de provocar uma nova configuração preocupante ao processo de guerra! Grande parte da população finlandesa, cerca de 70%, tem acenado em favor da adesão àquele organismo mundial. Uma inserção que levaria muitos anos pode vir a se estabelecer em questão de meses, a depender da intensificação dos embates russo-ucranianos, tema relevante para o entendimento desse contexto histórico que tem abalado a economia mundial.

O risco de apagão no país nos colocou na pauta dos recursos energéticos, em face de uma avaliação quanto a décadas de governos que não se dedicaram à estruturação de uma sustentabilidade. Embora o Brasil seja uma nação com as mais variadas possibilidades no usufruto de diversas fontes de energia, o dilema nos convida a uma revisão de conceitos, sobretudo devido à forma que nações como os EUA, a Rússia e a China têm administrado a questão, tornando-se assunto relevante de estudo e análise.

Depois de um passado marcado pelo expansionismo mongol e pelo imperialismo japonês, desde 1910 até o final da Segunda Guerra Mundial, a Coreia sofre o reflexo da polarização ideológica que afetou o mundo, sob a liderança dos Estados Unidos e da União Soviética. Divididas pelo Paralelo 38°, as Coreias revivem ainda na contemporaneidade a oposição sistêmica, que se aprofunda na medida do ostensivo investimento em urânio, por parte da Coreia do Norte, tornando-se um barril de pólvora, capaz de acordar uma guerra do passado.

As disputas eleitorais na França apontam, em segundo turno, não somente um conclave partidário doméstico, mas um conjunto de elementos que constituem ideologias e tendências políticas sob oposição, quanto a temas como refugiados, Guerra na Ucrânia, a posição de Putin, passado nazista, crise econômica e processo inflacionário! De um lado, Macron representa as forças econômicas de uma direita considerada moderada, enquanto Le Pen encabeça uma tendência conservadoramente nacionalista. O desfecho dessas eleições pode sinalizar algum movimento similar em outros países, tornando a sua análise relevante para os nossos estudos!

Questões étnicas, crises econômicas, conflitos religiosos têm sido motivações capazes de provocar migrações, em massa, de pessoas, famílias e comunidades inteiras… populações se sentem expatriadas, obrigadas a recomeçar suas vidas do zero; um contexto que se repete e se aprofunda agora com a Guerra da Ucrânia, sob a perspectiva de orientações da ONU, em proposições e acordos internacionais para o acolhimento desses movimentos migratórios por parte de diversos países. Cogitava-se, no início, um número de dois milhões de refugiados ucranianos. No entanto, com a extensão da guerra, a Europa já especula o índice de cinco milhões deles. Um tema crucial na geopolítica em oportuna ampliação de repertório aos mais diversos vestibulares.