Muito me agrada sua exemplificação da pureza doutrinária da Igreja em confronto à profusão, por vezes contraditárias tanto quanto desconexas, das "teologias" de livre interpretação.
Quanto à pureza, refiro-me a sua unicidade doutrinal, aperfeiçoada durante dois milênios e tendo como fundamento uma coerência circular, ou seja, a sua própria justificação está no fato de sê-la em si, a Igreja Una, Santa e Católica, numa inévitável auto-referência. Obviamente, toda a idéia de emancipação, discordância e contra-posição são excluídas como heresias pela sua própria doutrina: A Igreja é Santa, porque é a Única e Católica, é Una porque é Santa, consequentemente Católica e assim sucessivamente.
Há, portanto, um processo de circularidade inercial, ou como andar em uma esteira: há movimento porém nunca se locomove, pois o que foi dito o está, e não sendo possível contradizê-lo em momento algum, nem agora nem no futuro, torna-se inacessível à experiência prática.
Não havendo, portanto a possibilidade de mudança e consequentemente de arrependimento, um perfeito círculo lógico se instaura: as ações são auto-justificáveis, incabíveis quaisquer julgamentos.Temos que aceitá-La independentemente de seus atos, pois traz uma característica de purificação supra humana. Esta concepção é um tanto quanto conflitante ao crescimento espiritual e intelectual do ser humano (isso se assim o considerá-lo passível de livre-arbítrio, aprendizado, dinamismo social e intelectual) Por favor, se a minha concepção está errada, peço sua atenção, se possível, em me responder.