Sobre o encontro: Engana-se quem olha o cenário político-eleitoral do Brasil dos últimos anos e pensa que o fenômeno religioso está mais engajado na política: na realidade, a religião sempre esteve presente na construção socioeconômica e cultural do país. Por isso, em plena modernidade baseada pelo uso da razão é, paradoxalmente, urgente uma leitura geográfica cada vez mais profunda sobre o fenômeno religioso na vida dos brasileiros. Um dos caminhos possíveis para essa análise espacial está centrado nas religiões de matriz africana, grupo historicamente minoritário e alvo de seguidos ataques de intolerância. Os terreiros e seus membros, o povo de santo, reivindicam o espaço de manifestação da liberdade de crença e com isso, demarcam espaços de resistência cultural afrobrasileira em um campo de disputas bastante desigual. Sobre os debatedores: Aureanice de Mello Corrêa: Bacharel (1982), Mestra (1990) e Doutora (2004) em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde 1995 é professora associada do Instituto de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IGEOG-UERJ), onde exerceu desde de 2012 a 2016 o cargo de diretora. É pesquisadora do grupo do CNPq NEPEC em Rede, sediado no Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Espaço e Cultura na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (NEPEC-UERJ); coordenou o projeto Elos da Diversidade de 2011 a 2014. Coordenadora do Programa de Extensão em Estudos Avançados em Geografia, Religião e Cultura (PEAGERC) - a partir de 2016 - e do projeto de extensão Laboratório de Enfrentamento à Intolerância e Discriminação Religiosa para a Promoção de Direitos Humanos - desde 2013. De janeiro de 2008 a fevereiro de 2012 foi Coordenadora das Oficinas de Criação Artística (COART) no Centro Cultural da UERJ, vinculado ao Departamento Cultural (DECULT) e à Sub-reitoria de Extensão e Cultura (SR-3). Realizou em 2016 Pós-doutorado na Universidade Nacional de Quilmes - Argentina, com o projeto de investigação "Transnacionalização da prática cultural afro-brasileira: ressignificações e reterritorializações em territórios-terreiros em Buenos Aires - Argentina", Desde 1996 empreende suas pesquisas sobre a prática cultural afro-brasileira, transnacionalização da cultura afro-brasileira por meio da prática religiosa de matriz africana/afro-brasileira. Tem experiência na área de Geografia com ênfase em Geografia Cultural e Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: cultura, território, lugar, paisagem conivente, simbolismo, urbano, práticas religiosas e festas. Fernando Jose Ferreira Aguiar: Professor Adjunto do Departamento de Museologia (DMS/UFS), Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia (PROARQ/UFS) e do Programa Interdisciplinar em Culturas Populares (PPGCULT/UFS), Doutor em Educação pelo Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe (2012), Mestrado em História Social pela Universidade Federal da Bahia (2002), Graduação em História pela Universidade Federal de Sergipe (1996), Graduação em Comunicação Social - Relações Públicas pela Universidade Tiradentes (1992), Atua principalmente nas seguintes áreas : Religiões Afro-Brasileiras, História da África, Mundo Diaspórico Negro, Escravidão e Liberdade, Decolonialidade e perspectivas negra e indígena, Arqueologia Pública, Arqueologia e Interfaces Disciplinares, Políticas Culturais, Culturas Populares, Relações Étnico-raciais, História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, SocioMuseologia, Comunicação e Educação em Museus. Maglandyo da Silva Santos: Possui título de Professor da Educação Infantil e Ensino Fundamental. É graduado em Licenciatura Plena em Geografia pela Universidade Federal de Campina Grande, tendo recebido Láurea Acadêmica. Atualmente é Bolsista CAPES no Mestrado Acadêmico em Geografia pelo Programa de Pós-graduação em Geografia, vinculado à Universidade Estadual do Ceará. Integra o Laboratório de Estudos em Geografia Cultural da UECE.