A passagem apresentada trata do nascimento de Isaque e da despedida de Agar e Ismael. Alegria e choro marcam o mesmo dia. Os fatos ocorrem quando Abraão está morando entre os filisteus. Podemos ver aqui o cumprimento da promessa, o problema do ciúme, a instrução divina, a separação, a promessa divina e o cumprimento da promessa.
Abraão e Sara esperaram 25 anos pela promessa do filho, e, nesses anos, houve muitos altos e baixos na vida desse casal. Várias vezes Deus confirmou a eles Sua promessa, mas agora havia chegado o momento do cumprimento. Isaque, o filho da promessa, vai nascer por um milagre divino.
Quando Isaque nasceu, Ismael tinha catorze anos. Naquele tempo, as crianças eram desmamadas com três anos. Abraão deu um banquete para comemorar esse fato. O termo hebraico gamal, traduzido aqui por “desmamado".
Vale destacar que Ismael era um adolescente de dezessete anos quando foi flagrado por Sara rindo zombeteiramente de Isaque. Esse episódio desembocou na despedida sumária de Agar com seu filho.
O nascimento de Isaque foi um sério golpe para Agar e Ismael, pois este, sendo até então o filho único de Abraão, era o herdeiro de tudo que seu pai possuía e da posição de liderança no clã; contudo, essa posição de herdeiro foi negada pelo nascimento de Isaque.
O resultado de todas essas tensões é que Ismael estava rindo malevolamente de Isaque na festa do seu desmame, ou seja, não era uma mera brincadeira inocente.
Como resultado Sara se irrita ao ponto de exigir que Agar e seu filho fossem mandados embora.
Sara está tomada de um ciúme doentio ao falar a seu marido, Abraão, para despedir a escrava e seu filho, e isso parece um discurso duro demais a Abraão, que tinha profunda afeição pelo seu filho Ismael.
Agora, vamos ver que existe um fio muito tênue entre o projeto da celebração da vida e o projeto de converter a vida numa coisa má, seca, árida e totalmente violenta na relação com os outros. No meio do grande banquete que Abraão estava dando, surgiu uma coisa que não estava agendada, que azedou a festa, estragou a celebração. Quando todos estavam se alegrando.
A situação gerou tristeza em Abraão despedir a escrava e seu filho, e isso parece um discurso duro demais a Abraão, que tinha profunda afeição pelo seu filho Ismael. A palavra traduzida do hebraico por penoso significa “sacudido violentamente”, como cortinas agitando-se com o vento.
No entanto, Deus fala a Abraão para não ver essa atitude radical de Sara com Ismael e Agar com maus olhos; em vez disso, ele deveria atender Sara em tudo, pois ela estava, naquele momento, tendo uma percepção mais profunda; em outras palavras, ela estava sendo um instrumento.
Sendo assim, Abraão deveria olhar para aquela crise com os olhos de Deus, por isso sua obediência é imediata. Agar tinha de sair da família para que a posição de Isaque ficasse cristalinamente clara. Não obstante, Deus cuidaria de Agar e seu filho, fazendo deles uma grande nação. Hoje, o mundo árabe é uma potência digna de reconhecimento, e tudo começou com Ismael.
Às vezes não entendemos as crises que surgem em momentos de alegria, mas em tudo podemos ver Deus organizando seus planos e propósito para que tudo resulte em benção nas nossas vidas.
Pastora Raquel Carneiro IEQ/ sede