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O grafite nasceu da pichação, que até hoje é associada à poluição visual e à marginalidade.Nos aos 70, em São Paulo, muitos jovens que eram contra a ditadura militar da época, pichavam nos muros das grandes avenidas da cidade - com um spray de cor preta - frases como “Abaixo a ditadura” e “democracia já”. A partir dos anos 80, jovens da periferia da cidade começaram a pichar muros, prédios e casas aleatoriamente, causando grandes desconfortos aos paulistanos.Em meio a esses jovens que em grupos pichavam os nomes de suas gangues, surgiu um outro movimento com pichações mais elaboradas, os grupos começaram a utilizar sprays coloridos e faziam diversos tipos de contornos nas letras. Com o tempo, para alguns grupos, os “rabiscos” nos muros, começaram a se tranformar em desenhos, surgindo o grafite.O primeiro grafite pintado à mão em São Paulo, foi feito por Rui Amaral em 1982. Sendo assim, muitos jovens que tinham talentos artísticos, começaram a surgir na cena paulistana, obtendo respeito e admiradores; mais tarde, alguns ficaram mundialmente conhecidos como Os gêmeos e o Kobra, ambos possuem diversos murais espalhados pelo mundo. Cada grafiteiro possui seu personagem e sua marca única, muitos se expressam de forma critica, como os incríveis Cranio e Paulo Ito que grafitam contra a desigualdade social do Brasil com seus personagens cômicos e sarcásticos.As grafiteiras também possuem um importantíssimo papel na arte de rua de São Paulo. Nina Pandolfo, Mag Magrela, Criola e Minhau retraram com excelência o universo feminino. Alguns anos atrás, tivemos um prefeito conservador que decidiu do dia pra noite pintar os muros da avenida 23 de maio de cinza, que era repleta de grafite/ arte de rua, eliminando todo o trabalho artístico desses artistas… Essa ação pegou tão mal para o ex-prefeito que a prefeitura decidiu fazer um Festival do Grafite com artistas cadastrados. Mesmo que o Brasil tenha muitos conservadores que não aceitam a arte de rua como uma expressão artística e idônea, São Paulo é referência mundial em arte de rua. Diferentes interferências artísticas ocupam espaços cada vez maiores da cidade. Além do tradicional grafite, há instalações, murais, projeções e lambe-lambes etc. Essas expressões deixam a selva de concrero mais brilhante e colorida. Assim como acontece com os pintores clássicos, é possível reconhecer a arte de cada artista com suas peculidades e talentos. Quando visitar a cidade, não deixe de apreciar nossos museus a céu aberto, garanto que irá se surpreender com a qualidade!