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By Rafael Leite
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Quando imaginamos sobre uma rebelião chamada revolta da cachaça logo pensando que seria um grupo de bêbados desocupados querendo o direito de beber a branquinha ou que um grupo de cacheiros decidem protestar contra o preço da pinga, não é ?
Mas o que vou falar não é sobre isso, e sim sobre o direito de produzir a marvada no Brasil. Vamos a história.
Em 1660, a câmara dos vereados da capitania do Rio de Janeiro decidiu liberar a produção de cachaça no região novamente, pois a coroa portuguesa tinha proibido essa produção para proteger a bebida vendida lá em Portugal - que havia uma bebida destilada feita com a bagaço de uva chamada bagaceira - para que não houvesse competição. O governador da época chamado Salvador de Sá decidiu que os produtores teriam que pagar uma taxa para sua produção para que a caninha pudesse ser produzido no Brasil novamente.
Claro que os produtores não gostaram nada de uma taxa para poderem produzir, decidiram se juntar e também conseguir que uma parte da população pudesse ficar ao lado deles para irem em frente ao governo para protestarem contra a taxa, pois também a população já estava cansada de pagar taxa atrás de taxa.
Para continuar, acesse:
No episódio de hoje vou comentar sobre os três prédios minhocas da cidade do Rio de Janeiro, são três símbolos de habitação popular dos anos 50. Três prédios que foram construídos com o objetivo de moradia popular. Os três possuem o mesmo formato longo e curvado, como se tivesse serpenteando o local construído, sendo que dois deles fica em uma encosta, ou seja, em uma colina.
O primeiro prédio é o Conjunto Residencial Marquês de São Vicente. O prédio tinha sido projetado no final dos anos 40 pelo arquiteto Affonso Reidy e pela engenheira civil Carmem Portinho para que os funcionários sem moradia digna da prefeitura pudessem ter uma casa própria e trabalhassem perto do local de trabalho, na zona sul da cidade, no Rio de Janeiro.
O plano era para ser um prédio com 5 blocos que contornasse toda a encosta com mais de 740 apartamentos, área de lazer, escolas, creches, posto de saúde, igreja e comércio, mas por problema políticos de mudança de poder, o prédio inaugurado em 1952 somente foi lançado com menos da metade dos apartamentos por volta de 330 apartamentos e sem toda a estrutura anterior que tinha sido do projeto original.
O que chamava atenção do prédio é exatamente sua construção que fica em uma colina, de um lado do morro tem uma floresta, e do outro, a cidade com avenidas grandes cheias de carros. O bairro do assim chamado Minhocão da Gávea fica no bairro da Gávea que é um excelente bairro para se viver na zona sul do rio do janeiro. Sua construção se manteve no formato longo, curvado e não alto, dai que surgiu o apelido de minhocão.
Em 1982, a prefeitura do Rio decidiu fazer um túnel de baixo do prédio, sim, um túnel para carros, pois o prédio fica numa encosta e a ideia era ligar duas áreas importantes da cidade, criando os túneis do eixo viário alto estrada lagoa-barra. Para que o túnel fosse construído, a prefeitura teve que destruir mais de 20 apartamentos do prédio que ficava bem na parte inferior, alocando essas pessoas para outro prédio que foi construído somente para abrigá-las pertinho do minhocão, apelidado de três porquinhos. Para continuar acesse: https://obrasileirissimo.wordpress.com/2024/10/22/os-minhocoes-de-sao-paulo-e-do-rio-de-janeiro/
Neste episódio, comentarei sobre o livro que acabei de terminá-lo da professora e pesquisadora Larissa Mies Bombardi chamado Agrotóxicos e Colonialismo Químico, um livro que contém uma pesquisa profunda e alarmante à respeito do agronegócio no Brasil.
O Brasil e outros países do Sul Global têm sido transformados em máquinas de produção de grãos, carne, cana-de-açúcar, celulose e outras commodities para o comércio internacional. Bom, até ai, podemos pensar, sim, temos muitas terras, não há problema, os países têm que crescer economicamente, entretanto toda essa produção têm sido aumentada por meio de sementes transgênicas, os fertilizantes químicos e os agrotóxicos, ou seja, produzindo veneno para consumo humano. Para se ter uma ideia, cerca de 30 por cento dos agrotóxicos autorizados no Brasil, estão banidos dentro do bloco da União Europeia, sendo mais específico, 269 tipos de agrotóxicos estão proibidos na UE, enquanto que no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai os banimentos mal chegam a 30 substâncias.
Rachel Carson, uma mulher americana que publicou um livro nos anos 60 chamado Primavera Silenciosa, foi uma das pioneiras a denunciar as indústrias de agroquímicos. Claro, foi taxada como histérica, além de ser perseguida e intimidada por grandes industriais. Em 2002, em Córdoba, na Argentina, as mães de Ituzaingó, também denunciaram os efeitos dos inseticidas e herbicidas sobre a saúde dos moradores do bairro onde moravam, também foram chamadas de loucas quando decidiram ir à mídia para relatar que a soja transgênica era responsável por ocorrências de malformação fetais, abortos espontâneos e câncer.
Percebemos que são inúmeras as tentativas de calar cientistas e ativistas sempre que informam sobre os efeitos nefastos dos agroquímicos e dos cultivos transgênicos. Porém, o problema não é somente com nós seres humanos, o problema afeta a natureza diretamente, como rios poluídos quimicamente, os oceanos, a natureza que fica morta, e animais marítimos e terrestres sendo contaminados, inclusive já foi encontrado ursos polares contaminados mesmo que eles estejam a milhares de quilômetros de distância desses cultivos, o veneno chega pelos oceanos. Para continuar acesse: https://obrasileirissimo.wordpress.com/2024/10/06/agrotoxicos-e-colonialismo-quimico/
Neste episódio vamos ler três historinhas que brincam com o significado de algumas palavras, na gramática, podemos chamar esse fenômeno de conotação quando uma palavra pode adquirir um novo sentido associado a um conceito simbólico ou figurativo.
O Mistério da Padaria
Era uma manhã ensolarada quando João entrou na padaria. O cheiro de pão fresco invadiu o ambiente, e ele sabia que aquele era o lugar certo para começar o dia. Assim que entrou, a padeira, Dona Maria, olhou para ele e sorriu.
“Bom dia, João! Vai querer o de sempre? Uma baguete bem quentinha?”, perguntou ela com um sorriso malicioso.
João, tentando parecer sério, respondeu: “Hoje eu acho que vou experimentar algo diferente. Quero algo mais... macio. Você tem pão doce?”
Dona Maria olhou para ele com um olhar de quem sabe das coisas. “Ah, João... se você quer algo macio, eu tenho uma bisnaga que vai te deixar nas nuvens. Só cuidado pra não se empolgar demais!”
João corou, mas tentou manter a compostura. “Eu sou forte, Dona Maria. Pode mandar a bisnaga. E, por favor, capriche no recheio!”
Enquanto esperava, ele olhou ao redor e viu seu amigo Pedro entrando na padaria. Pedro sempre tinha comentários afiados e, ao ver João ali, não perdeu tempo.
“E aí, João? Vai encarar uma bisnaga logo cedo? Dizem que é difícil de aguentar...”, provocou Pedro, piscando.
João, sem perder a chance, respondeu: “Difícil é você segurar essa broa que está sempre nas suas mãos!”
Todos na padaria riram, inclusive Dona Maria, que voltou com uma bisnaga enorme. “Aqui está, João. Cuidado, hein? Se apertar demais, pode perder o ponto.”
João olhou para a bisnaga e respondeu: “Dona Maria, com essa aqui, quem perde o ponto sou eu!” Para continuar acesse: https://obrasileirissimo.wordpress.com/2024/10/04/quando-a-lingua-brinca-palavras-de-duplo-sentido/
Continuando com a série de países lusófonos. Hoje, vamos aprender sobre São Tomé e Príncipe, caso você ainda não viu os outros episódios, já foram feitos sobre Angola, Moçambique, Macau, Guiné-Bissau e Cabo Verde, vale a pena escuta-los!
São Tomé e Príncipe é um país insular, ou seja, de ilhas, localizado no Golfo da Guiné, na costa ocidental da África Central. Composto por duas ilhas principais, São Tomé e Príncipe, e várias ilhotas, pequenas ilhas, é o segundo menor país da África em termos de área e população.
A ilha de São Tomé é a maior e mais populosa, enquanto Príncipe é menor e mais distante da costa, há relatos que entre elas há 140 km de distância e cerca de 250 Km da costa do continente. As ilhas são de origem vulcânica, com paisagens montanhosas, florestas tropicais exuberantes e uma rica biodiversidade. O clima é equatorial, quente e úmido ao longo do ano, com uma estação chuvosa de outubro a maio.
Em 1471, navegadores portugueses chegaram a ilha, decidiram se estabelecer devido a posição estratégica para tentar lidar com o Reino do Congo, que era uma poderosa nação localizada no Oeste de África Central. Com os séculos, a ilha de tornou uma das maiores produtoras de cacau do mundo, também havia a produção de açúcar e café. Antes da chegada dos portugueses as ilhas eram desabitadas…
Foram levadas à ilha, escravizados africanos, assim como voluntários, degredados, e crianças judias deportadas da Espanha, que haviam chegado a Portugal separadas de seus pais e expulsas pelos reis católicos. Continua com a transcrição: https://obrasileirissimo.wordpress.com/2024/09/07/sao-tome-e-principe/
Para qualquer aprendiz do português, seja num nível iniciante ou intermediário, o diminutivo aparece como uma surpresa positiva pelo fato de soar fofo e amigável : é exatamente por isso que a maioria dos brasileiros o usa, para atenuar ou valorizar um substantivo, adjetivo e advérbio, como também se usa para indicar que algo é menor, mais carinhoso ou mais afetivo.
Os sufixos mais comuns para formar o diminutivo são “-inho” para palavras masculinas e “-inha” para palavras femininas. A escolha do sufixo depende do gênero da palavra original. Também existem variações como “-zinho” e “-zinha”, que são frequentemente usadas para manter a eufonia (uma qualidade acústica favorável), também há uma regra gramatical para utilizá-los de acordo com a norma, por exemplo, devemos usar zinho e zinha nos seguinte casos:
A palavra tem que terminar em sílaba tônica, como: café, mulher e papel. A palavra tem que terminar em duas vogais: pai, boa e história. A palavra tem que terminar em som nasal: bom, mãe, irmão e pão.
Muitas vezes, o diminutivo coloquial que prevalece em vez da norma, como é o caso de história, muitas pessoas podem dizer historinha em vez de historiazinha. A palavra rádio, muitas pessoas podem dizer coloquialmente radinho, mas a forma culta é radiozinho. A palavra tarde no coloquial é tardinha, mas na norma é tardezinha.
Há outros tipos de diminutivos que chamamos de irregulares, mas não iremos abordá-los porque não são tão comuns como os sufixos terminados em inho(a) e zinho(a). O diminutivo pode expressar uma variedade de conotações e sua interpretação muitas vezes depende do contexto e do tom de voz utilizado. Exemplo: A comidinha da minha avó é maravilhosa. ( nesse caso, não desmereço a comida da minha avó, pelo contrário, eu quero dar ênfase colocando o diminutivo, para demostrar carinho e afeição.
Podemos usá-lo para uma atenuação, para suavizar uma crítica ou uma observação negativa. Exemplo: No Brasil, nunca usamos o adjetivo gordo ou gorda, pois é dito como uma falta de respeito, porém ao dizer gordinho ou gordinha, suavizamos o adjetivo, tornando-o menos negativo.
Como também, caso alguém precise fazer uma cirurgia e não queremos assustar as pessoas, simplesmente colocamos a palavra no diminutivo para atenuar o estresse, vou fazer uma operaçãozinha muito simples.
Podemos perceber a força do diminutivo no português quando nos deparamos com pessoas famosas que o usam para seus nomes, como o famoso jogador de futebol Ronaldinho, outros jogadores famosos nacionalmente como Juninho Pernambuco, Fernandinho, Marcelinho Carioca, e alguns funkeiros brasileiros, como Mc Kevinho, Mc Livinho, Mc Cabelinho, alguns cantores de samba, como Zeca Pagodinho, Martinho da Vila.
Numa reportagem da BBC Brasil de 2019 explicando por que o Brasil ama palavras no diminutivo traz uma situação muito sutil, mas que muda todo o esquema de comunicação, caso você chame alguém para sair, em vez de você falar, Vamos tomar uma cerveja?, simplesmente diga Vamos tomar uma cervejinha? Pois cervejinha implica um convite mais inofensivo e amistoso, sem nenhuma intenção de encher a cara e dar PT (perda total, ficar super bêbado). Podemos diminuir a intensidade de uma situação grave com o diminutivo. Exemplo: o ex presidente do Brasil, Bolsonaro, apareceu em tevê nacional dizendo que a covid19 era apenas uma gripezinha, ou seja, que não era nada de mais, apenas uma simples gripe.
Aproveitamos o diminutivo quando algo que está agradável ou gostoso. Exemplo: Essa cama está quentinha/Esta um friozinho gostoso. Na maior parte das vezes, os brasileiros nem percebem quando o utilizam, exemplo, palavras como: pertinho, pracinha, tchauzinho, radipinho, um minutinho, igualzinho, cedinho, barzinho… palavras tão enraizadas no diminutivo do cotidiano que se transformou em um amigável hábito linguístico.
Um caso curioso é quando o diminutivo muda o sentido da palavra, como a palavra camisa que é um vestuário formal, mas se mudarmos para o diminutivo coloquial camisinha, estamos falando de um preservativo. A palavra vaca no diminutivo pode ter dois significados, o animal mesmo como vaquinha, mas pode ter um outro sentido, como fazer uma vaquinha, ou participar de uma vaquinha, que seria contribuir com dinheiro para comprar alguma coisa, podemos fazer uma vaquinha entre amigos pra comprar um presente pra outro amigo.
Um fato cultural é que quando você diz que um homem é bonitinho ou uma mulher é bonitinha, significa que é uma pessoa feia mas é arrumada, bem-vestida.
Alguns erros no sufixo do diminutivo pode dar um outro significado, exemplo, a palavra pátio, no diminutivo se diz patiozinho, se dizer patinho, você quer se referir a um pato, a ave.
Usamos e abusamos do diminutivo para falar com crianças pequenas e animais em geral, pois dá uma percepção de aumento do carinho e intimidade: um animal vai se aproximar de você muito mais fácil caso use uma voz suave e exagere no diminutivo, assim como uma criança.
As variações ortográficas do diminutivo em diferentes estados brasileiros mostram a riqueza e a diversidade da língua portuguesa no Brasil. Termos como “mainha” e “painho” na Bahia, Pernambuco e Ceará em vez de mãezinha e paizinho são exemplos claros de como a linguagem se adapta às características culturais e regionais. Na Paraíba, por exemplo, vovozinho se diz vôzinho. No episódio anterior sobre Minas Gerais, eu também já informei sobre os famosos diminutivos mineiros, como cafezin, queijin, beijin em vez de cafezinho, queijinho e beijinho.
Infelizmente, também podemos usar o diminutivo de forma irônica, sarcástica para desprezar e menosprezar alguém ou alguma situação. Exemplo: quando está irritado com alguém você pode se expressar no diminutivo que deixa a situação ainda pior, como Queridinha(o), Mocinha(o)… ou, as vezes, você pode falar para outra pessoa sobre sua insatisfação com algo ou alguém. Que filminho! (Que filme ruim) Que mulherzinha! Que povinho! Que Doutorzinho! Que vidinha! Que santinho (nesse caso, a pessoa é uma peste).
O diminutivo no português é uma ferramenta linguística multifacetada que vai além de simplesmente indicar tamanho. Ele desempenha um papel importante na expressão de afeto, suavização de críticas e na criação de um tom mais amistoso em conversas cotidianas. A capacidade de transformar a conotação de palavras através do diminutivo é uma característica marcante da língua portuguesa no Brasil, em Portugal, em Angola, em Moçambique e outros países lusófonos refletindo tanto o calor humano quanto as sutilezas culturais presentes na comunicação na população.
A variedade de formas diminutivas, como “-inho”, “-inha”, “-zinho”, e “-zinha”, não apenas embeleza a língua, mas também oferece uma riqueza expressiva que varia conforme o contexto, tom e intenção. O uso do diminutivo transcende as regras gramaticais, sendo influenciado pelas práticas coloquiais e variações regionais, o que demonstra a flexibilidade e adaptabilidade da língua.
Além disso, o diminutivo pode alterar o significado de certas palavras, como “camisinha” ou “vaquinha”, ilustrando sua capacidade de gerar novos sentidos no vocabulário cotidiano. No entanto, também pode ser usado de maneira irônica ou sarcástica, destacando que, embora pareça inofensivo, o diminutivo pode carregar críticas sutis ou sarcasmo.
O diminutivo no português é um reflexo da identidade cultural da nossa língua, expressando carinho, informalidade e muitas vezes uma abordagem mais leve e afetuosa para a comunicação. A sua popularidade e prevalência no dia a dia reforçam a ideia de que a língua não é apenas um meio de comunicação, mas também uma expressão da personalidade e cultura de um povo. Acesse: https://obrasileirissimo.wordpress.com/2024/08/02/o-efeito-do-diminutivo-no-portugues/
Neste episódio, falaremos sobre um dos estados mais emblemáticos do Brasil que é localizado no sudeste brasileiro, repleto de histórias, belezas naturais, além de possuir uma cultura regional singular e importantíssima que complementa e enriquece o país como um todo.
O verbo "mexer" é um dos mais versáteis da língua portuguesa, possuindo diversos significados e aplicações que variam conforme o contexto. Sua complexidade reside justamente nessa amplitude de uso, abrangendo desde ações físicas até expressões idiomáticas carregadas de significados culturais.
Neste episódio, falaremos sobre a envolvente e contagiante Macau, que é um dos países lusófonos, ou seja, países que possuem o português como língua oficial.
Sabe aquele verbo em que os falantes do idioma possuem muita dificuldade para conjugá-lo? Pois bem, neste episódio, falaremos sobre um deles, o nosso verbinho Pôr, que é um verbo irregular, de conjugação complexa, que revela a profundidade e a flexibilidade do idioma. O verbo Pôr é um dos verbos essenciais para a comunicação fluente, eficaz e expressiva da língua portuguesa brasileira. Recomendo que escute este episódio com calma, junto com a transcrição para que tenha um melhor aproveito do conteúdo.
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