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Ser Careta
Meus filhos vivem me dizendo que sou careta. Veja só você: comecei a trabalhar na década de 1960. Isso dá... deixa eu ver... sessenta anos. Naquele tempo, a gente tinha uma boa e velha máquina de datilografar, uma belezura que durava para caramba. Para falar a verdade, ainda tenho minha Remington portátil enfurnada ali no quarto. Não uso mais porque senão me chamam de bitolado, de retrógrado, mas deixa eu te contar uma coisa.
Meu filho tem um computador que vive travando. Ele está no meio de um trabalho e – pimba! Lá vai o desgraçado travar de novo. Minha máquina pode até ser obsoleta, mas não me deixa na mão.
Ah, e ele também tem um negócio desses, um i-não-sei-o-quê. Ele comprou isso um dia desses e o troço já deu pau umas duas vezes. Cada idazinha na assistência técnica é uma tungada de pelo menos quinhentas pilas. Sorte do meu filho que tem um bom emprego.
Eu tenho um celular do tempo do ronca. Aliás, “do tempo do ronca” é outra coisa que eu digo e meu filho já me vem logo com aquela cara grande dele me dizer que sou antiquado. Mas o negócio é que meu celular nunca – repito – nunca deu defeito. Tudo bem que não é compatível com internet e é um modelo bem antigo, mas eu posso telefonar. Para que mais vou querer um telefone?
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Ser Careta
Meus filhos vivem me dizendo que sou careta. Veja só você: comecei a trabalhar na década de 1960. Isso dá... deixa eu ver... sessenta anos. Naquele tempo, a gente tinha uma boa e velha máquina de datilografar, uma belezura que durava para caramba. Para falar a verdade, ainda tenho minha Remington portátil enfurnada ali no quarto. Não uso mais porque senão me chamam de bitolado, de retrógrado, mas deixa eu te contar uma coisa.
Meu filho tem um computador que vive travando. Ele está no meio de um trabalho e – pimba! Lá vai o desgraçado travar de novo. Minha máquina pode até ser obsoleta, mas não me deixa na mão.
Ah, e ele também tem um negócio desses, um i-não-sei-o-quê. Ele comprou isso um dia desses e o troço já deu pau umas duas vezes. Cada idazinha na assistência técnica é uma tungada de pelo menos quinhentas pilas. Sorte do meu filho que tem um bom emprego.
Eu tenho um celular do tempo do ronca. Aliás, “do tempo do ronca” é outra coisa que eu digo e meu filho já me vem logo com aquela cara grande dele me dizer que sou antiquado. Mas o negócio é que meu celular nunca – repito – nunca deu defeito. Tudo bem que não é compatível com internet e é um modelo bem antigo, mas eu posso telefonar. Para que mais vou querer um telefone?
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