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JOAQUIM GONÇALVES LEDO


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Breve estudo sobre o ilustre político, jornalista e maçom brasileiro

Nascido em 11 de dezembro de 1781, na cidade do Rio de Janeiro, Joaquim Gonçalves Ledo foi um jornalista, político e maçom brasileiro, notório como figura importante na articulação da independência do Brasil, sendo um dos apoiadores do Dia do Fico.

Aos 14 anos, Ledo mudou-se para Portugal para estudar Direito na Universidade de Coimbra, porém, devido a morte de seu pai em 1808, decidiu retornar ao Brasil para assumir os negócios da família. No entanto, foi durante sua permanência na Europa, que Joaquim absorveu algumas ideias liberais e escolheu ingressar na Maçonaria.

Joaquim ocupou o cargo de Grande Vigilante, trabalhando ao lado do Grão-Mestre José Bonifácio de Andrada e Silva, e também do Irmão Januário da Cunha Barbosa, que era o Grande Orador da época. No ano de 1815, o Irmão Ledo ajudou a fundar a Loja “Comércio e Artes”, que consta nos registros históricos como a primeira oficina maçônica no Brasil.

Os homens que participaram da criação desta Loja estavam todos engajados no movimento de conquista da independência política das províncias brasileiras. Assim, o objetivo principal da existência da Loja era atrair outros aliados com ideias semelhantes, ou seja, a favor da independência.

No entanto, em 1818, devido a um Alvará Régio que proibia a criação de sociedades secretas no país, a Loja “Comércio e Artes” teve de ser fechada. Neste mesmo ano, Joaquim fundou o Clube Recreativo e Cultural da Guarda Velha, mais uma vez, concebendo um espaço destinado a atrair aqueles que apoiavam a independência.

Ainda em 1818, outro Alvará, validado pelo então Rei de Portugal Dom João IV, declara o fim das atividades maçônicas no Brasil, o que implica então o fechamento do clube de Ledo, levando também à prisão de seus membros sob a grave acusação de conspiração política. Todavia, em decreto posterior, Dom João VI acabou concedendo perdão a Joaquim.

No ano de 1820, Ledo passou a servir como oficial-mor na Contadoria do Arsenal de Guerra, ocupando este cargo, que não lhe pagava nada bem, em nome de seu patriotismo para propagar os ideais liberais entre os militares graduados, conduzindo-os à prática da maçonaria.

Nessa época Joaquim estava no Rio, liderando o movimento que visava tornar o Brasil independente de Portugal. Sob a orientação de Ledo, os liberais se uniram ao Partido Brasileiro buscando não apenas a independência, mas também a democratização brasileira. Em São Paulo, o Grão-Mestre José Bonifácio, não se interessava pela conspiração separatista.

Em 1821, acontece uma Sessão de Reinstalação da Loja “Comércio e Artes”, que recebe um novo título de “Comércio e Artes na Idade do Ouro”. Então, em 22 de abril de 1821, Dom Pedro I torna-se Príncipe Regente do Brasil, o primeiro imperador do país. Um ano depois, no dia 2 de agosto de 1822, Dom Pedro I é iniciado na Maçonaria.

Quando as Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa ordenaram o regresso do príncipe regente a Portugal em 1821, Joaquim Ledo foi um dos responsáveis por recolher assinaturas a favor da permanência de D. Pedro no Brasil. Esta data, quando o príncipe contrariou as ordens de Portugal e decidiu continuar em terras brasileiras, foi batizada de “Dia do Fico”.

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Malhete PodcastBy Luiz Sérgio F. Castro