A partir de hoje, começo a tratar os textos cujas as leituras são requeridas para a participação na Mises University 2017. O texto de hoje é do David Gordon: As Origens Filosóficas Da Escola Austríaca
Links:
Texto em português http://rothbardbrasil.com/as-origens-filosoficas-da-economia-austriaca/
Mais sobre demarcação entre ciência e pseudo-ciência https://plato.stanford.edu/entries/pseudo-science/
Bônus: Mises era determinista e chegou a considerar a possibilidade das ciências naturais decifrarem todos os pensamentos humanos em termos materiais, bem como suas ações, eclipsando o espaço para a doutrina do livre-arbítrio.
"Os deterministas rejeitam esta doutrina como ilusória. O homem, se-
gundo eles, se engana ao acreditar que ele pode escolher. Algo que o indivíduo desconhece guia a sua vontade. Ele acredita que esteja avaliando em sua mente os prós e os contras das alternativas à sua disposição e que então toma uma decisão, mas não consegue perceber que o estado anterior das coisas lhe impõe uma determinada linha de conduta e que não há como se esquivar desta pressão. O homem não age, ele sofre o efeito de uma ação.
As duas doutrinas se esquecem de prestar a devida atenção ao papel das ideias. As escolhas que um homem faz são determinadas pelas ideias que ele adota.
Os deterministas têm razão em afirmar que tudo o que acontece é uma consequência necessária do estado anterior das coisas. O que um homem faz num determinado instante de sua vida depende totalmente de seu passado, isto é, de sua herança fisiológica assim como tudo o que ele viveu em seus dias anteriores. No entanto, o significado desta tese é enfraquecido consideravelmente pelo fato de que não se sabe nada a respeito da maneira pela qual as ideias surgem. O determinismo é insustentável caso se baseie ou se associe ao dogma materialista. Se for defendido sem que esteja sustentado pelo materialismo, ele de fato terá pouco a dizer e seguramente não será capaz de embasar a rejeição, por parte dos deterministas, dos métodos históricos." p. 69
"O que as ciências da ação humana devem rejeitar não é o determinismo, mas a distorção positivista e pan-fisicalista do determinismo. Elas enfatizam o fato de que as ideias determinam as ações humanas e que, ao menos no estado atual da ciência humana, é impossível reduzir o surgimento e a transformação de ideias a fatores físicos, químicos ou biológicos. É esta impossibilidade que é responsável pela autonomia das ciências da ação humana. Talvez a ciência natural alcance um dia uma posição que lhe permita escrever os eventos físicos, químicos e biológicos que, no corpo do homem Newton, produziram necessária e inevitavelmente a teoria da gravidade. Neste meio tempo, devemos nos contentar com o estudo
da história das ideias como uma parte das ciências da ação humana.
As ciências da ação humana não rejeitam, de modo algum, o determinismo." p. 80
Livro: https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxwZGZsaWJlcnxneDo1MTczZDgyOGYxZTA1NDMz
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