Um ano após o ataque do Capitólio dos Estados Unidos, podemos observar em diversas nações do mundo, um processo de erosão das instituições democráticas que confirma o quão perigoso pode ser essa visão autocrática de poder.

O filósofo Tzivetan Todorov argumenta que os fundamentos da democracia são o povo, a liberdade e o progresso, entretanto, quando estes são o combustível do populismo, e do messianismo político, podem ser tornar uma ameaça para o próprio sistema democrático.

Que a democracia possui seus limites já sabemos, mas destruindo a democracia o que pode ser colocado em seu lugar? 

Nesse episódio iremos conversar sobre os inimigos íntimos da democracia.

Neste episódio abordaremos a filosofia política de um pensador famoso e ainda com frequência mal compreendido nos dias de hoje, Nicolau Maquiavel. Que viveu por volta de 1500 na cidade estado de Florença, era um homem do Renascimento, um funcionário publico preocupado com o rumo da situação política da cidade em que vivia. O Príncipe, por quem é conhecido,  é reivindicada como uma das primeiras obras da filosofia moderna, na qual a verdade "efetiva" é considerada mais importante do que qualquer ideal abstrato. O tema geral de "O Príncipe" é o alcance ou permanência do líder no poder. Para isso, o mesmo deve estar pronto a desrespeitar qualquer opinião moral, e recorrer, na sua totalidade, à força e ao poder da decepção. Para o florentino, o homem  busca um objetivo, se sua ação é boa ou má é uma questão posteriori. Para Maquiavel, o homem apenas é o que sua história indica. Essa ideia é antagônica ao ideal cristão, que prega que os homens são bons, semelhantes e criados à imagem perfeita de Deus. A visão realista de Maquiavel sobre a política e o poder em sua época retrata e denuncia todas as mazelas, infelizmente, existentes no cenário político no Brasil e no resto do mundo. 

"Se os homens fossem bons, tudo aquilo que eu digo seria mau". Nicolau Maquiavel.