Lucas 18: 9. Para algumas pessoas que confiavam em sua própria justiça e menosprezavam os outros, Jesus contou ainda esta parábola: 10. “Dois homens subiram ao templo para orar; um, era fariseu e o outro, publicano. 11. O fariseu, em pé, orava em seu íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: roubadores, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este cobrador de impostos. 12. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’. 13. Entretanto, o publicano ficou à distância. Ele nem sequer ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, confessava: ‘Ó! Deus, sê benevolente para comigo, pois sou pecador’. 14. Eu vos asseguro que este homem, e não o outro, foi para sua casa justificado diante de Deus. Porquanto todo aquele que se vangloriar será desprezado, mas o que se humilhar será exaltado!”

Inicialmente gostaria de destacar para quem Jesus estava direcionando essa parábola, o versículo 09 diz serem “pessoas que confiavam em sua própria justiça e menosprezavam os outros”, só nestes dois tipos de pessoas, gastaríamos páginas explicando como eles não se encontram na vontade de Deus, pois o Senhor nos diz para não confiarmos na força humana (Jeremias 17:05) e qual seria o motivo de menosprezar alguém visto que nos é dito para amar o próximo como a nós mesmo? (Mateus 22:39) e não fazer acepção das pessoas (Tiago 02:09)?

Tendo em mente que a postura dos corações dessas pessoas assim como suas atitudes é algo reprovado por Deus, Jesus inicia a parábola falando dos fariseus que eram uma mistura de partido político e facção religiosa composta de líderes religiosos e estudiosos da Lei que tentavam criar uma “cerca” em torno da Torá — um bem elaborado sistema de legislação oral e de interpretações que capacitaria os judeus fiéis a obedecer e aplicar os mandamentos de Deus em todas as áreas da vida. Eram piedosos ao ponto de se apegar muito a aplicabilidade se esquecendo do real motivo. E os publicanos considerados como “pecadores”, por causa de seu emprego e da maneira como tiravam dinheiro de seu próprio povo (os judeus). Muitos publicanos enriqueciam por meios fraudulentos, pois cobravam as taxas com valores superiores aos estipulados pelos romanos.

Então de um lado temos os “santos” (“separados”, os que “cumprem a Lei”) e do outro a escória da sociedade, os quais publicamente não eram bem quistos, como o caso de Zaqueu.

Ambos sobem ao templo para orar e o fariseu começa a se exaltar em relação aos outros presentes, imagino ele em pé, talvez de braços cruzados, com o olho aberto e fazendo caras e bocas ao ver as pessoas que ali estavam e dizia em seu coração, “sou muito melhor que esses aí”, exaltando-se por sua performance espiritual. Já o publicano pecador, em sinal de rendição batia em seu peito e sabendo da sua real condição clamava a benevolência do Senhor.

Jesus finaliza dizendo que foi o publicano quem voltou para casa justificado, pois “todo aquele que se vangloriar será desprezado, mas o que se humilhar será exaltado!”.

Irmãos não precisamos ir muito a fundo para entender essa parábola, Jesus foi muito cirúrgico. Interessante que o fariseu fala apenas dele e nada de Deus, quando olhamos só para nós mesmas algumas coisas nos acontecem: 1- não olhamos para Deus e nos distanciamos dEle; 2 - começamos a nos comparar com os outros e 3 - ou nos sentimos inferiores a tudo e a todos ou nos exaltamos demais, tudo nosso se torna melhor. O fariseu não foi ao templo orar, mas sim lembrar a Deus o quão bom ele era, e não me refiro a bondade de Deus. Todos os nossos atos de justiça ou de santidade, se estiverem desprovidos de fé e do reconhecimento da Graça de Deus, são a mesma coisa que nada.

Já o publicano reconhecendo a sua condição em relação a Deus e não a outros, pede por benevolência e a recebe.

“Nenhum orgulhoso pode orar. A porta do céu é tão baixa que ninguém pode entrar a não ser ajoelhado”.

Que Deus te abençoe e você tenha um excelente dia!