O evangelho abre as portas da graça para os rejeitados (Lc 5.27-30).
Jesus chamou Levi, um publicano, para segui-lo. Este trabalhava na coletoria, arrecadando impostos, cobrando direitos de pedágio e alfândega das mercadorias transportadas pelos viajantes.
Nesse momento, a Palestina era um país sob a soberania dos romanos.
Os cobradores de impostos estavam a serviço do governo romano, por isso eram vistos pelos judeus como traidores.
Sua profissão era odiada pelos judeus, pois os publicanos, além de serem colaboracionistas de Roma, ainda cobravam mais do que o estipulado.
Eles ganharam a fama de traidores e inimigos do povo, pois, além de estarem a serviço de Roma, também extorquiam o povo para se enriquecerem. O Talmude considerava os publicanos salteadores.
Pelos critérios da religião judaica, Levi jamais seria chamado para ser um discípulo. Jesus, porém, não apenas o chama, mas também faz dele um apóstolo, dando-lhe o nome de Mateus (Mt 9.9). Este foi o homem que escreveu o evangelho endereçado aos judeus.
O chamado de Levi nos enseja três lições.
Em primeiro lugar, Jesus chama soberanamente (Lc 5.27). Jesus não dá a Levi nem ao povo explicação alguma. Apenas chama. Sua escolha é soberana, e seu chamado é irresistível (Rm 8.30).
Em segundo lugar, Jesus chama eficazmente (Lc 5.28). Levi não resiste nem adia a sua decisão. Diante do chamado soberano, ele atende com obediência imediata.
Levi deixou tudo para trás: seu trabalho, seu lucro, suas vantagens imediatas. Abraçou um novo projeto de vida, para seguir um novo caminho, tendo um novo Senhor.
Em terceiro lugar, Jesus chama graciosamente (Lc 5-29-32). Aqueles que são chamados pelo evangelho devem chamar outros para a salvação. Foi o que Levi fez! Ele deu um banquete para convidar seus amigos para a festa da salvação.
Nessa festa, havia numerosos publicanos e outros que estavam com eles à mesa.
Aqui dois pontos merecem destaque.
O evangelho é para compartilhar, e não retido (Lc 5.29). Levi não reteve a bênção do evangelho para si. Ele repartiu a mensagem com seus pares, coletores de impostos, dando--lhes a oportunidade de estarem com Jesus.
Fica claro que Levi achava uma alegria emocionante deixar as riquezas por Cristo.
O evangelho é resistido por aqueles que deveriam proclamá-lo (Lc 5.30). Os fariseus e escribas estão murmurando em vez de estarem cooperando com o esforço de Levi.
Os escribas e fariseus não hesitavam em diagnosticar as necessidades dos outros, mas não eram capazes de enxergar suas próprias necessidades.
Pastor Valter dos Santos / IEQ sede