Um dos grandes nomes do paraquedismo brasileiro não "caiu de paraquedas" no Maratonado. João Tambor até já organizou corridas de rua. Durante este episódio, ele faz espontaneamente referências ao atletismo e diz haver equiparação do estado mental ("flow") em que entram os praticantes das duas modalidades – tão distintas uma da outra –, e nele o tempo parece ficar "distorcido". João não é somente aéreo: em terra firme, por meio de yoga, conecta-se com o próprio corpo. Descobriu que, com técnicas de respiração, teve um ganho de consciência corporal que o fez perceber melhor o vento, sensibilidade fundamental para paraquedistas. O paraquedismo não poderia ser deixado de lado, e João disse ter se sentido livre quando fez um salto incomum, na praia, decisão tomada "de última hora".

Correr é uma forma de meditação para Elber Laranja. O empresário diz como se sente enquanto corre – tendo superado barreiras mentais – e conta como, apesar de inesperados percalços, conseguiu participar de sua primeira maratona, a SP City Marathon, em 2018. O sócio-fundador da Antecipa Fácil, fintech especializada em antecipação de recebíveis para pequenas e médias empresas, discorre sobre trajetória profissional: depois de quebrar à frente de uma indústria que produzia peças de vibra de vidro, começou a prestar consultoria empresarial e encontrou-se; após esse momento de virada, conheceu Thiago Chiliatto e com ele fundou uma startup de sucesso.

Em um episódio superespecial, repleto de sinceridade e surpresas, Hagop Kassabian, que já foi entrevistado por Andrei Spinassé e Rafael Zobaran no Maratonado Podcast (#006), entrevista a dupla. A ideia do Invertido foi do próprio Hagop, que gostou tanto de ser entrevistado pelos dois que se propôs a mudar de papel e assumir a apresentação.

Com o jornalista Romualdo Venâncio como convidado, o 13º episódio aborda justamente como a falta de atenção – exacerbada pelo corre-corre do dia a dia – faz mensagens não serem plenamente compreendidas, resultando muitas vezes em erros e atritos. Nem mesmo profissionais da área escapam disso. Há pouco mais de seis meses, Romualdo lançou um canal no YouTube, o Banho de Língua, em que trata, com bom humor e leveza, de dúvidas linguísticas comuns à maioria dos brasileiros. E este "ep" foi assim também: um leve bate-papo a respeito de erros de português e de ruídos na comunicação. Romualdo é um participante de eventos de corrida de rua.

Cofundador e CEO da Vindi, plataforma de pagamento online e cobrança recorrente fundada em 2013 e vendida em 2021 para a Locaweb, Rodrigo Dantas é um empreendedor (e corredor) de mão cheia. Startups, investidores-anjo, rodadas de investimento: tudo isso foi abordado no bate-papo com Rodrigo, que consegue "traduzir" mesmo para leigos as etapas que envolvem a viabilização de uma startup. É como se ele "iluminasse" o "escuro e sinuoso" percurso daqueles que querem se tornar empreendedores, mas não têm noção dos passos para obter o elemento que, na maioria das vezes, é o "calcanhar de Aquiles" deles: dinheiro.

Janaina Lepri, repórter da TV Globo há mais de 16 anos, concede uma entrevista repleta de histórias e reflexões. Ela contou como uma conversa recente, durante a pandemia de covid-19, com um melancólico senhor de 83 anos, que já não corria mais, a fez refletir sobre o que representa a corrida de rua para ela: "É muito mais que pace, que prova, que medalha". A jornalista, que já completou as maratonas de Chicago e Nova York, por exemplo, relatou por que foi difícil para ela a de Porto Alegre. E foi além das corridas de rua: não poderia deixar de tratar de histórias suas ao longo de sua extensa carreira jornalística.

O CEO do Ticket Agora, além de tratar do mercado da corrida de rua, dá nesta entrevista uma verdadeira aula sobre como o ambiente digital mudou a forma de uma novidade ser implementada, já que ele permite que se teste e se corrijam rumos de forma mais rápida e barata que no "mundo físico". Daniel Krutman acredita que, por mais que, hoje em dia, os desafios virtuais não proporcionem (nem de perto) a emoção e a sociabilização oferecidas pelas provas presenciais, daqui a alguns anos, com avanços tecnológicos, a experiência será outra, muito mais interativa, e verdadeiramente as corridas serão virtuais.

Rafael Zobaran, que organiza a Igarará 23k e a Guarani Race, por exemplo, é entrevistado por Andrei Spinassé, jornalista do site Esportividade, sobre os eventos da ZBRClama que foram impactados pela pandemia de covid-19; na entrevista, o empresário diz quais são as opções dos atletas que estavam inscritos nessas corridas, cujas novas datas ainda são uma incógnita. 

Campeão olímpico de vôlei em Atenas, cidade não muito distante de Maratona, em 2004, André Heller não era um "talento nato" dentro das quadras, mas chegou aonde chegou graças à autoconsciência e ao espírito colaborativo. O gaúcho, que treinava corrida quando era de divisões de base, conta se, hoje em dia, os atletas ainda correm para se preparar para os jogos. Revela como se livrou da sensação de que Bernardinho sempre estava o “perseguindo”. O coordenador técnico e embaixador do Vôlei Renata é um estudioso e dá palestras para empresas. Segundo ele, a cultura colaborativa serve de lição para a sociedade brasileira, ainda mais em um momento de pandemia de covid-19, em que um depende do outro.

Paulo Carelli é um dos principais organizadores de eventos de corrida de rua do Brasil. É sócio e diretor de operações da Iguana Sports, realizadora de provas como a SP City Marathon, a WRun, a W21k, a Venus 15k e as do Circuito Athenas. Como é característica do Maratonado, a "ordem natural dos fatores" foi subvertida, e Paulo contou, por exemplo, como ficou sua vida durante a pandemia de covid-19, já que está há mais de um ano sem poder fazer o que faz melhor – colocar corridas na rua –, e como foi ficar cinco dias internado em decorrência da doença em 2020.