Imagine que enquanto a antiga Ouro Preto pegava fogo em plena Inconfidência Mineira, um dos supostos revolucionários, Tomás Antônio Gonzaga, resolveu fazer uma pequena pausa e… escrever versos de amor. Nas páginas de seu mais famoso livro, Marília de Dirceu, o poeta árcade contou a história de um pastor apaixonado, que por forças maiores acabou apartado do seu grande amor.
A obra virou uma febre absoluta, não só na época, mas em muitas décadas que sucederam a vida e morte do autor. Uma das razões, talvez, fosse o quê biográfico por trás daquela história: muitos especularam que Gonzaga, na verdade, seria Dirceu, e Maria Doroteia Joaquina, jovem por quem ele se apaixonou, teria sido eternizada como Marília.
Neste episódio, o professor do Curso Anglo, Eduardo Calbucci, ajuda a desvendar o contexto histórico, os aspectos formais e relativiza alguns boatos que cercam o célebre livro do Arcadismo.