A Cegueira
"...e o mundo da ilusão, o Sonho, é apenas fumaça, que nos impede de enxergar quem realmente somos. "O verdadeiro nós é puro amor, pura luz".
Esse trecho fora extraído do livro ' Os quatro compromissos" da filosofia Tolteca, povo pré-colombiano, sábio, que viveu na região do México séculos atrás. Acreditavam que vivemos o sonho que a sociedade nos impõe, não permitindo a conexão com nossa real natureza.
Viver o sonho dos outros, é estar sob a névoa constante que cega quem somos.
Há dois tipos de cegueira, a que atinge aos olhos e também a que toma conta da mente. Estamos em medo constante, a mesma dose de adrenalina que nosso corpo injetaria em caso de perigo - papel fisiológico do medo - acabamos por vivê-lo em permanente estado, onde tudo é ameaça. Todos os dias demandamos ao corpo se manter em estado de alerta, com objetivo de nos armar para não ser quem realmente somos. Para viver o sonho do planeta, como diz os Toltecas.
Em constante defesa, o ego aliado ao ódio, esculpe o pacto que o medo se estabelece. Forma a cegueira da mente, que enxerga o que quer. Nesse momento, diplomas, títulos ou casta social não fazem diferença alguma. A cegueira tomou conta do ser.
Quando esse estágio chega, a verdade é uma só e o foco se concentra exclusivamente em manter-se cego. Reflexo disso é a intolerância histórica do ser humano. O diferente incomoda, a empatia sempre fora rara. O ódio repele a tudo e todos, o medo é seu combustível e o ego por sua vez, o maestro.
Onde há dinheiro, há um mar de cortisol, rostos fechados e bom dias escassos que se cruzam nas avenidas, prédios e elevadores de grandes centros financeiros, pensando em tudo menos no agora. As fagulhas de algum afeto nesses locais, em sua maioria vem de pessoas mais simples, talvez menos escolarizadas, mas certamente menos dependentes do sonho do planeta.
O ódio permanente gera toxinas ao nosso corpo, que refletem doenças e mazelas que patrocinam a indústria farmacêutica. Gera atritos, corta relações e mata aos poucos. Leva ao caminho da solidão interna, que transcende todos os contatos da agenda, esta que não passa de um símbolo do sonho do planeta. Um leque de pessoas que não ocupam espaço.
Largue o livro, pare com os cursos, não busque inteligência se a cegueira da mente vive acesa, pois é inócuo, sem propósito algum. Enquanto o ódio der as cartas, seu intelecto está tomado pela névoa. A pureza e a luz intrínsecas ao nosso ser, de acordo com os Toltecas, é o caminho para o despertar do sonho do planeta e trocá-lo pelo nosso. Uma fenda de luminosidade se abre, pavimentando o caminho e abrindo a visão, enfim, livre da fumaça e aberta a abundância que é o universo e a conexão interior. Portanto, boa noite e bons novos sonhos.
- Bruno Lencioni
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Chamamos o Bruno Lencioni (Lenci) pra trocar uma ideia sobre esse texto escrito por ele e guiar a gente num tour pela cura (ou pelo menos a tentativa) desse ódio, pra ajudar a vivermos uma vida mais tranquila, e cada vez mais distante do auto-centrismo.
Você não é o umbigo do mundo. Supera.
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DICAS:
"Os Quatro Compromissos - O Livro da Filosofia Tolteca" - (Livro de Don Miguel Ruiz)
"Um Coração sem Medo" - (Livro de Thupten Jinpa)
"A Felicidade, Desesperadamente" - (Livro de André Comte-Sponville)
"O Poder do Agora" - (Livro de Eckhartt Tolle)
"Heal" - (documentário de Kelly Noonan na Netflix)
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TRILHA:
Limp Bizkit - Break Stuff
Marcelo D2 - Febre do Rato
London Grammar - Strong