Mídia e Ciência

Mídia e Ciência chega ao seu episódio número 100! Em vídeo, porque a versão em texto começou algumas semanas antes, em março de 2017, e o podcast veio bem depois. Com este centésimo episódio, também encerramos a temporada 2019, fazendo um balanço destes dois anos e meio que, além de contar sobre mudanças e permanências no olhar de quem escreve a coluna, possivelmente também mostre algo sobre o diálogo entre Ciência e público no Brasil no passado recente.

Versão em texto AQUI.

Videocast e podcast da coluna Mídia e Ciência produzida por Mariana Pezzo, apresentando um comentário semanal sobre a cobertura de C&T na mídia nacional e internacional, com olhares críticos sobre essa produção e, também, sobre a própria Ciência.

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A corrida por uma vacina eficaz e segura contra a dengue envolve França, Estados Unidos, Japão e Brasil, com destaque brasileiro. No dia 6 de novembro, foram divulgados os resultados de testes clínicos com uma nova vacina, produzida pela farmacêutica japonesa Takeda. No Brasil, o assunto recebeu a atenção de veículos midiáticos importantes, com textos otimistas, que deixaram em segundo plano as ressalvas que se destacam em comentários de outros países. As notícias ignoraram solenemente a existência de uma vacina brasileira, do Instituto Butantan, que já está na terceira e última fase de testes clínicos. É sobre essas vacinas, e o movimento antivacinação, que a Mariana fala nesta edição de Mídia e Ciência.

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No dia 23 de outubro, um vigilante trabalhando no campus da UFSCar, próximo a uma área de Cerrado, precisou chamar socorro, por causa de um ferimento. Em uma época em que tanto se fala de fatos, seja por apreço a eles ou para negá-los, esta era a única informação disponível e incontestável na madrugada daquela quarta-feira em que a história aconteceu. Não havia, portanto,

notícia, mas, mesmo assim, uma foi fabricada, e é sobre ela que a Mariana fala nesta edição de Mídia e Ciência, destacando que Incidentes com animais silvestres exigem responsabilidade da

mídia e de nós, o público.

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Além do Governo, a mídia brasileira também demorou na resposta ao desastre do óleo nas praias do Nordeste. O rompimento de uma barragem, como as de Mariana e Brumadinho, embora possa ser prevenido por um sistema responsável de monitoramento, pega a sociedade de surpresa quando acontece, matando centenas de pessoas e varrendo do mapa tudo por onde passa, veloz, a onda de lama. O mesmo não é verdade para o fogo na Amazônia e, mais recentemente, para o óleo no Nordeste. Estas são tragédias que, antes de virarem desastres imensos, deram pistas muito mais fáceis de serem percebidas, com um foco de incêndio aqui, outro ali, ou a chegada progressiva de manchas de óleo a uma, 10, 100, até as mais de 250 praias já atingidas, em quase 100 municípios de todos os estados do Nordeste. Mesmo assim, a sensação é a de que ficamos paralisados, estupefatos, vendo o problema se avolumar por dias, semanas, antes de perceber o que estava diante de nós. É sobre essa demora que a Mariana fala nesta edição de Mídia e Ciência.

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Se você frequenta pelo menos uma rede social, provavelmente topou nas últimas semanas com Vamberto Luiz de Castro, o paciente que tem grandes chances de ter se livrado de um câncer terminal graças à Ciência brasileira. É preciso estar realmente bastante desconectado para não saber de nada, já que, segundo a principal financiadora da pesquisa, a Fapesp, foram quase 800 as notícias publicadas sobre o avanço. É pra algumas dessas notícias que a Mariana olha nesta edição de Mídia e Ciência, pensando sobre sensacionalismo na área da Saúde e, mais uma vez, também sobre Ciência e público em tempos de crise.

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Todo ano é a mesma coisa: vai chegando o anúncio dos prêmios Nobel,

as apostas fervem no mundo todo e, no Brasil, começam os questionamentos

de quando a gente vai ter um Nobel pra chamar de nosso. Não foi

diferente em 2019. Uma coisa interessante é que, geralmente, a

expectativa fica nos prêmios de Literatura, da Paz, quase como se os

outros não fossem pro nosso bico. Nesta edição de Mídia e Ciência, a

Mariana Pezzo reflete sobre possíveis implicações de ainda não ter sido

desta vez que o Brasil foi premiado.

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Um discurso muito perigoso sobre a Ciência está se consolidando no Brasil. No contexto de crise, aumenta a demanda por ações que demonstrem junto à sociedade a importância da pesquisa nas diferentes áreas do conhecimento. O perigoso é que esse clamor, que é legítimo, seja apropriado por uma visão extremamente utilitarista da Ciência e, mais do que isso, que entende só o retorno financeiro imediato como resultado válido. A ênfase na utilidade da Ciência pode fazer com que faltem as ferramentas no momento em que mais precisarmos dela. Nesta edição de Mídia e Ciência, a Mariana argumenta que é fundamental identificar e questionar esse pensamento, antes que seja tarde demais.

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Em 30/9, uma nova edição do periódico científico Annals of Internal Medicine chegou com material explosivo: um conjunto de novos estudos, acompanhado de novas diretrizes alimentares que minimizam os riscos de comer carne vermelha. As recomendações rapidamente foram muito criticadas, e um grupo de especialistas inclusive já pediu pra revista que aguarde uma nova revisão, alertando sobre potenciais danos. Mas, a mídia não espera, e o assunto rapidamente virou destaque no mundo todo. Este é o tema desta edição de Mídia e Ciência.

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Manifestações emocionadas sobre o clima exigem reflexão sobre possíveis efeitos colaterais, e é sobre eles que a Mariana fala nesta edição de Mídia e Ciência, comentando a repercussão do discurso de Greta Thunberg na Cúpula do Clima e, também, vídeo sobre mudanças climáticas com cientistas brasileiros.

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Grandes projetos colaborativos encantam por seus resultados, mas também exigem atenção a riscos. “Big Science” é um termo usado pela primeira vez na década de 1960, para designar um tipo de colaboração científica que começou a aparecer no contexto da Segunda Guerra Mundial, em projetos com muitos cientistas, trabalhando em grandes instalações e com financiamento imenso. Nesta edição de Mídia e Ciência, a Mariana fala desses projetos, destacando o Atlas de Células Humanas, que apareceu com força na mídia brasileira.

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