Malhete Podcast

Mudar ou Desaparecer - O Dilema da Maçonaria


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Por

John L. Palmer - Tradução: J. Filardo

Existe,

atualmente, uma crise na nossa Fraternidade?

Se

sim, como posso ajudar?

Na

história conhecida da Maçonaria, pelo menos desde que se vem contando os
Maçons, o número de membros na nossa Fraternidade sempre oscilou, subindo e
descendo.

Mas,

à medida que o número de membros começou a declinar, surgiu um problema jamais
enfrentado.

Mais

ou menos no meio do século XX, uma Loja na Austrália estava lidando com o
mesmo, ou pelo menos um problema similar de declínio de membros e interesse.

Eles

perceberam que a razão pela qual o número de membros estava declinando era que
os seus próprios membros não entendiam o que a Maçonaria realmente era; que
como resultado, a Loja tinha sido transformada em algo completamente diferente
do que pretendia ser; e, que os membros e possíveis membros eram apáticos sobre
essa organização chamada Maçonaria.

Eles

notaram que a ênfase tinha mudado de companheirismo, estudo filosófico e
desenvolvimento espiritual para discussões superficiais sobre tópicos mundanos.

Eles

insistiram que se a Fraternidade retornasse ao que eles acreditavam que uma vez
fora, os homens, tanto membros quanto não membros, seriam atraídos, e o
problema se resolveria por si mesmo.

Eles

insistiram que os homens eram atraídos por coisas que eles consideravam
valiosas e que os membros da Loja deveriam ser retratados como sendo de imenso
valor a fim de atrair homens que se beneficiariam do crescimento intelectual e
espiritual que a Fraternidade oferece.

Colocando

a sua teoria em prática, criaram uma Loja com ênfase nas discussões
intelectuais da filosofia e história maçônicas, eliminando assim muitas
oportunidades de desviarem do objetivo.

Por

todos os lugares, havia muitos maçons que não estavam realmente felizes com o
que estava acontecendo nas suas Lojas.

Quando

finalmente conseguiam se tornar membros da Fraternidade, ficavam desiludidos.

Quando

viram o que os maçons realmente faziam nas suas reuniões, ficaram muito
desapontados.

Eles

tinham esperado cerimônias majestosas e impressionantes; discussões profundas
de assuntos que os desafiariam mentalmente; e a oportunidade de aprender sobre
grandes mistérios aos quais, de outra forma, não teriam tido acesso.

Muitos

destes jovens maçons tinham grande respeito pela Fraternidade antes de
apresentarem petições e pelos homens que conheciam como Maçons, mas faltava
alguma coisa.

Em

vez disso, viam cerimônias que poderiam ou deveriam ter sido mais
impressionantes, lidas num livro por um membro da Loja que lia mal e não
entendia algumas das palavras, muito menos o significado dos rituais.

Eles

viam homens assumindo obrigações solenes de fazer todo o tipo de coisas
elevadas e, em seguida, prontamente se comportando como se não tivessem feito
aquilo.

Quando

eles perguntavam “por quê?” sobre partes das cerimônias ou dos rituais, eles
eram instruídos a memorizar corretamente as palavras, pois ninguém sabia “por
que” eles diziam e “o que” faziam.

Eles

se perguntavam: “Em que eu me meti?

Não

há algum lugar melhor onde eu quero gastar o meu tempo?”

Muitos

destes homens se afastaram da Fraternidade, perdidos e desiludidos.

Alguns,

no entanto, tiraram um tempo para aprender o ritual, ler a literatura, pensar
sobre “o que” a Maçonaria deveria ser e decidiram que isso precisava retornar à
Instituição que eles percebiam uma vez ter sido.

A

partir daí, esta Loja Australiana passou a ter uma lista de espera de homens
querendo se tornar membros.

Eles

aprenderam a ser mais exigentes com os seus membros e discutir assuntos mais
esotéricos e filosóficos, além de enfatizarem a excelência na experiência
iniciática transmitida.

Eles

se enquadraram no guarda-chuva que alguns chamam de “Restauração Maçônica” e
organizaram-se para promover esses ideais.

Estaremos

vivenciando, em pleno século XXI, situação semelhante à vivenciada por aquela
Loja na Austrália???

Se

sim, o que poderei fazer???

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Malhete PodcastBy Luiz Sérgio F. Castro