O professor Emilio Peluso Meyer analisa uma pesquisa que demonstra que a democracia está em declínio no Brasil. A informação está presente no relatório produzido pela organização International IDEA, sediada em Estocolmo. Meyer avalia os pontos levantados que mostram problemas com a democracia brasileira e sinaliza que a condução da pandemia foi um fator determinante no Brasil e em outros países com regressão democrática apontada no relatório. Ele avalia a situação dos Estados Unidos, pela primeira vez apresentado como uma democracia em declínio, e comenta o caso de nações como Hungria e Polônia. O professor também fala sobre a relação entre deficit democrático e controle do judiciário, além de comentar o fato de um quarto da população mundial viver em regimes democráticos em declínio.

O deputado Raul Belém avalia a atuação da base de governo na Assembleia. Ele comenta a tramitação do projeto de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal e o impacto do travamento da pauta da Assembleia por causa do regime de urgência dele. O parlamentar aponta que o governo Zema não teve alternativa na forma de apresentação do projeto por causa das pressões impostas pelo Supremo Tribunal Federal. Belém sinaliza que existem negociações para que suplementações orçamentárias sejam analisadas ainda esse ano e faz uma defesa do Regime de Recuperação Fiscal, além de rebater as críticas da oposição ao projeto. O deputado analisa a relação do governador Zema com a Assembleia, faz um balanço do desempenho do bloco governista em 2021 e projeta o que espera do ano que vem.

O historiador Álvaro Pereira do Nascimento fala sobre a Revolta da Chibata. Ele explica esse evento histórico, apresenta o contexto da época e avalia a importância histórica desse movimento dos marinheiros brasileiros contra os castigos físicos impostos pelos superiores. Nascimento comenta o papel desempenhado por João Cândido, líder do movimento, e a polêmica envolvendo o comando atual da Marinha Brasileira contra a inclusão de Cândido no livro de Heróis e Heroínas da Pátria. O historiador avalia essa questão à luz do racismo estrutural do nosso país.

O ex-deputado Marcus Pestana fala sobre as prévias nacionais do PSDB. O partido faz uma disputa entre três postulantes para a escolha do candidato do partido para a eleição presidencial do ano que vem. Pestana explica as razões do adiamento da disputa e afirma que as prévias foram um sucesso do ponto de vista político, uma vez que o processo teria fortalecido a democracia interna do partido. Ele fala sobre os problemas do aplicativo para votação remota e afirma que a equipe técnica está reunida para encontrar uma solução. Marcus Pestana afirma que as prévias não racharam o partido e que diferenças existem dentro da legenda, que é um processo normal. Ele comenta críticas feitas por um dos candidatos da prévia ao deputado federal Aécio Neves e aponta que o candidato a presidente do partido deverá ser João Doria ou Eduardo Leite. O ex-deputado comenta se o PSDB poderá abrir mão da candidatura para compor com um concorrente de outra sigla e avalia a atuação parlamentar da bancada tucana na Câmara.

A cientista política Silvana Krause passa em revista o noticiário político. Ela comenta as viagens do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Lula ao exterior. Krause pontua que a boa recepção do petista na Europa não é novidade, uma vez que ele construiu boas relações com lideranças europeias desde o período dele como sindicalista. Ela também fala da provável filiação de Bolsonaro ao PL e comenta que o partido pode trazer problemas para o discurso do presidente num eventual segundo turno em 2022. A cientista política comenta a entrada do ex-juiz Sergio Moro na disputa e pontua que ele terá dificuldades para emplacar o discurso anticorrupção. Silvana Krause analisa as prévias para a escolha do candidato do PSDB e sinaliza um possível racha entre os tucanos por causa da disputa entre os governadores Eduardo Leite e Joao Doria. Ela comenta, ainda, as articulações políticas de Ciro Gomes e do Centrão.

A deputada Leninha fala da criação na Assembleia de Minas da Bancada Feminina e da Procuradoria da Mulher. A parlamentar explica o significado da criação da Bancada e comenta a diversidade da sua composição na Assembleia. Ela afirma que as deputadas vão buscar pautas comuns e que lidarão com grande responsabilidade com essa conquista. Leninha avalia o impacto do patriarcado na atuação das mulheres nos espaços de poder e afirma que a Bancada estará aberta para o debate com a sociedade. A deputada sinaliza que a atuação conjunta será uma oportunidade de superar a atuação parlamentar individualizada e que elas vão pensar em mecanismos de escuta. Ela também fala do papel da Procuradoria da Mulher, relaciona essa nova instância com o trabalho da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e avalia as dificuldades para uma maior participação das mulheres na política.

O ambientalista Marcio Astrini faz um balanço da COP26, a conferência do clima das Nações Unidas. Ele avalia se houve avanços nas discussões multilaterais e aponta que os progressos ocorreram de maneira muito restrita. Astrini comenta o papel da China e dos Estados Unidos nos debates e aponta que os debates ocorrem de maneira lenta. O ambientalista fala sobre as discussões a respeito do financiamento por parte dos países ricos dos serviços ambientais prestados pelas nações em desenvolvimento. Marcio Astrini analisa os acordos firmados pelo Brasil e argumenta que seria mais interessante o país executar ações do que assinar compromissos que não serão cumpridos. Ele aponta que o país possui condições para zerar o desmatamento e fala sobre a contradição entre o discurso oficial e os números mostrados pelos cientistas. Astrini comenta, ainda, a participação dos indígenas na conferência e o discurso de que as áreas de floresta representam o empobrecimento da população.

O deputado André Quintão avalia a atuação da oposição ao governo Zema na Assembleia. O parlamentar destaca a aprovação do orçamento e faz críticas à proposta de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, medida tida como fundamental para o governador Romeu Zema. Quintão aponta problemas para o funcionamento do estado com a adesão ao regime e sugere falta de legitimidade da implementação da medida no último ano de mandato. O deputado avalia os trabalhos da CPI da Cemig e critica ações que foram realizadas na estatal no atual governo. André Quintão comemora a atuação do legislativo mineiro com o Assembleia Fiscaliza, o Recomeça Minas e a criação do auxílio emergencial Força Família pelos deputados. O deputado também falou das estratégias eleitorais do PT mineiro, disse que é cedo para uma definição a respeito de um nome para a disputa pelo governo estadual e afirmou que o partido deve propor um debate nacional em Minas Gerais.

A economista Débora Freire comenta os efeitos na economia da aprovação da PEC dos Precatórios. Ela avalia o que representa a autorização para despesas que superem o teto de gastos e descreve os impactos do descumprimento dessa regra. Freire critica o teto, mas pontua que o governo também não optou por fazer cortes de gastos e uma reforma tributária ampla. A economista aponta que a aprovação da PEC dos Precatórios é uma mudança repentina de regras e aponta os problemas que causam o aumento da inflação no Brasil. Débora Freire analisa o fim do Bolsa Família e a criação do Auxílio Brasil e critica a forma como o novo programa social foi desenhado. Ela aponta que os recursos não serão usados de forma focada, como era no Bolsa Família, e que isso implicará no esvaziamento do objetivo de redução da pobreza extrema no Brasil. Ela também pontua que a aprovação da PEC dos Precatórios não foi para financiar o novo programa social, mas sim para permitir o aumento de recursos para o pagamento de emendas para a sustentação do governo no Congresso.

O professor Pablo Holmes avalia as implicações políticas do chamado orçamento secreto. Ele explica o funcionamento dessa forma de empenho de verbas públicas e critica a falta de transparência desses gastos. Holmes aponta a necessidade do controle do uso desses recursos e destaca o trabalho jornalístico realizado para o esclarecimento da questão. O professor avalia a liminar concedida pela ministra do STF Rosa Weber suspendendo o pagamento das emendas do orçamento secreto e discute o papel do Supremo Tribunal Federal na discussão da constitucionalidade dessa forma de uso de recursos. Pablo Holmes entende que o uso das emendas do relator não é ilegal, mas critica a falta de transparência da destinação dos valores. O professor também avalia se o uso de emendas por parte do governo contradiz o discurso de campanha do presidente Bolsonaro.