“Então, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores. Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. E outro dos discípulos lhe disse: Senhor, permite-me ir primeiro sepultar meu pai. Replicou-lhe, porém, Jesus: Segue-me, e deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos.”
Quando um mestre da lei se aproxima dele e diz que o seguirá onde ele fosse, Jesus o convida a refletir sobre aquela decisão. Tem certeza? Os animais do campo, quando anoitece tem seu cantinho pra retornar, as aves tem o seu ninho, mas eu não tenho. Não tenho lugar pra descansar, não tenho conforto ou segurança social nenhuma. Jesus convidou aquele homem a analisar os custos de tal decisão.
Então um outro se aproximou e demonstrou interesse em seguir a Jesus, mas tinha algo a fazer antes, sepultar o seu pai. Jesus diz: segue-me e deixe que os mortos sepultem os seus mortos.
Precisamos entender o contexto de um funeral judaico. Há uma grande possibilidade de que se tratasse da segunda parte do ritual de sepultamento judaico. A primeira parte desse sepultamento consistia em colocar o corpo no sepulcro, onde o corpo ficaria durante um ano. Com o processo de putrefação terminado e restando somente os ossos, era realizada a segunda parte do sepultamento, quando esses ossos eram colocados numa espécie de urna.
Sendo assim, Jesus não estava dizendo a esse homem que deixasse seu pai sem um funeral assim que falecesse, mas que essa segunda parte poderia ser resolvida por outras pessoas, essas pessoas mortas (espiritualmente) enterrariam os seus próprios mortos (fisicamente).
Era um convite para que aquele homem viesse cuidar das coisas de Deus e deixasse que o mundo cuidasse das coisas do mundo. De qualquer maneira o que Jesus deixa muito claro quando fala com esses dois discípulos é que o seguir tem um preço e que deve ser prioridade.
Ele diz no capítulo 10.37 ao 39 de Mateus diz que devemos amá-lo mais que tudo nesse mundo a ponto de compreender que a nossa vida não vale muito, e estar disposto a gastá-la e até perde-la por amor a Ele.
É de se admirar que uma mensagem tão dura e sincera atraiu e atrai tantas pessoas, e muitas delas realmente perderam a vida por causa das boas novas, os próprios discípulos morreram por Jesus, não tiveram suas vidas por preciosas.
Talvez nós não precisaremos chegar a esse ponto, o de morrer pelo evangelho, mas as condições permanecem: renuncia das nossas vontades, renuncia do pecado, renuncia a esse padrão de vida mundano, isso também é morte. É o convite de Jesus para nós, e a nossa resposta deve ser sim, sem desculpas, porque se tem pressa. Na segunda carta de Paulo aos Coríntios 4.7, ele diz: “Pois as nossas aflições leves e passageiras estão produzindo para nós uma glória incomparável de valor eterno.” Vai valer a pena.
Pastora Marcela Rosa
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