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ORIGEM: DA PRE-HISTÓRIA A MAÇONARIA MODERNA - 318


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Por Irmão Gilberto Madeira
Ainda na adolescência, quando li pela primeira vez o livro Eram os Deuses Astronautas?, de Erich Von Däniken, algumas questões de cunho filosófico, religioso e físico têm me feito refletir sobre a origem das coisas com as quais me deparo. Sempre me pergunto: Será que somos os únicos habitantes do Universo? Terá sido o Big Bang, como diz a Física, a origem desse imenso Universo, ou o correto é o relato bíblico? Voltaremos ao pó do qual viemos ou somos realmente seres imortais com uma missão aqui na Terra? O que há nos “bastidores” dessa ou daquela narrativa?
Há muito o que ser decifrado ainda, porque “agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido” (BÍBLIA, I Coríntios, cap. 13, ver. 12)
Assim, com essa mesma curiosidade e desejo de saber, entrei para a Maçonaria. Cada símbolo, cada significado me impulsiona a ir mais fundo para o meu melhor entendimento. Entendo que cada um anda na luz que tem, e as narrativas são construídas a partir dessa luz que cada um angariou no decorrer de sua vida. Além do que, nossa zona de conforto é, comumente, um obstáculo para que nos embrenhemos em terrenos desconhecidos. É mais fácil nos mantermos no mundo que nos é familiar do que sairmos para explorar o passado, na tentativa de descobrir quais mistérios estão na raiz das explicações presentes e construir uma visão de futuro.
Contudo, a Maçonaria nos motiva a estudar, “[…] porque a ignorância é a mãe de todos os vícios e seu princípio é nada saber; saber mal o que se sabe e saber coisas outras além do que deve saber. […]” (GLESP, p.90).
Quando li a trilogia de livros de Laurentino Gomes – 1808, 1822 e 1889 –, muitos dos relatos apresentados me causaram impacto frente ao que me havia sido ensinado na escola. As narrativas glamorosas dos livros de História caíram por terra. Como exemplo, cito os registros do Padre Belchior Pinheiro de Oliveira, que teria virado testemunha do grito do Ipiranga por acaso. Vigário da cidade mineira de Pitangui, era maçom e sobrinho de José Bonifácio de Andrada e Silva, e assim escreveu Gomes:
“[…] Prostrado pelos problemas intestinais, o príncipe refugiou-se na modesta estalagem situada à beira do porto. Maria do Couto, responsável pelo estabelecimento, preparou-lhe um chá de folhas de goiabeira, remédio ancestral usado no Brasil contra diarreia. […]” (GOMES, p.344).
Bem diferente daquele relato que nos fizeram acreditar – um príncipe garboso e altivo, montado num cavalo de grande porte, como pintado por Pedro Américo. Não há nada de errado no fato de o Príncipe Regente Dom Pedro estar doente com diarreia. O que não é digno é a necessidade de se fazer narrativas não verdadeiras, pois criam imagens distorcidas da realidade.
Dentro dessa linha de raciocínio, de procurar a verdade oculta por trás de narrativas, tenho me dedicado a encontrar os tesouros maçônicos escondidos sob a areia do tempo.
Desde que ouvi que a Maçonaria Moderna havia sido estabelecida em 1717, passei a me perguntar – e o que existe antes daquela data? Como era a Maçonaria Operativa? Qual a real origem da Maçonaria? A única resposta que eu tenho – e que considero verdadeira – é a que me faz acreditar que há um conhecimento ancestral no âmago da história e dos rituais maçônicos. E isso nos é afirmado na 1ª Instrução de Aprendiz que diz:
“[…] a Maçonaria, no século XVIII, restabeleceu dentro de nossas Lojas a tradição dos ensinamentos esotéricos ministrados nos Santuários Egípcios […]” (GLESP, p. 67).
Portanto, a própria Maçonaria deixa claro que há muito mais para trás. Em O Livro de Hiram (KNIGHT, LOMAS, p.27), o qual utilizo como literatura de base para escrever este texto, lê-se:
“[…] a Maçonaria é uma enorme e não aproveitada fonte de informação a respeito do nosso passado, que corre grande risco de ser perdida para sempre. Mas perder a informação enterrada com os seus rituais, antes que sejam devidame
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