Vimos anteriormente o grupo dos fariseus assumir a liderança da conspiração contra Jesus.
Já nessa passagem os saduceus é que tentam emboscá-lo. Eles eram a classe aristocrática da religião judaica. Os saduceus sentiram-se ameaçados pelas ações de Jesus no templo, pois o poder deles e a manutenção de sua riqueza dependiam do templo
Os fariseus e saduceus tinham pensamentos bem diferentes do ponto de vista teológico. Os fariseus aceitavam todos os livros do Antigo Testamento como Escritura Sagrada. Os saduceus, por sua vez, consideravam a Bíblia à Torá, os cinco primeiros livros do Antigo Testamento. Os fariseus acreditavam na ressureição dos mortos, que existe um céu onde as pessoas estarão com Deus. Já os saduceus não acreditavam em ressureição e céu, pois acreditavam que esses ensinamentos não estavam presentes na Torá.
Por isso os saduceus foram a Cristo para fazer uma pergunta relacionada à doutrina da ressurreição. O caso levantado por eles tinha o propósito de ridicularizar Jesus. A pergunta hipotética deles não era sincera. Eles nem acreditavam na doutrina da ressurreição. Estavam propondo um enigma para Jesus, a fim de colocá-lo num beco sem saída.
“Jesus respondeu: — O erro de vocês está no fato de não conhecerem as Escrituras nem o poder de Deus. Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento, mas são como os anjos no céu. Quanto à ressurreição dos mortos, vocês nunca leram o que Deus disse a vocês: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó”? Ele não é Deus de mortos, e sim de vivos.” Mateus 22:29-32
Em sua reposta Jesus afirmou aquilo que os saduceus negavam: a existência dos anjos, a realidade da vida depois da morte e a esperança da ressurreição futura, e fez isso usando uma passagem de Moisés (a única parte do Antigo Testamento que eles aceitavam), já que eles não conheciam de fato os ensinamentos.
Jesus repreendeu os saduceus pela compreensão falha das escrituras e pela falta de conhecimento do poder de Deus. Se eles conhecessem o poder de Deus (Rm 4.17; Hb 11.19), teriam entendido que Deus é capaz de ressuscitar os mortos e de governar sobre este mundo e sobre a eternidade.
Jesus disse que seremos parecidos com anjos em um único aspecto: não seremos casados no céu, assim como os anjos não são casados. A vida no céu será diferente da vida da terra. Neste mundo os seres humanos precisam de um relacionamento íntimo como o matrimônio, mas no céu não precisaremos disso, pois teremos todas as nossas necessidades supridas em Deus.
No céu teremos um tipo de relacionamento e comunhão superior ao que temos aqui na terra. A única esposa no céu será a Igreja, a esposa de Cristo. Todas as pessoas que fizerem parte da esposa de Cristo na glorificação desfrutarão dessa comunhão perfeita. Não haverá perda quando chegarmos ao céu, mas ganho.
Jesus mais uma vez responde aos saduceus usando uma passagem que eles reconheciam como Escritura Sagrada: “O Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó”. Se o Pentateuco sugere que os patriarcas ainda estavam vivos, e se o restante do Antigo Testamento aponta para a ressureição, então os saduceus deveriam reconhecer o poder de Deus para ressuscitar os patriarcas e todo o povo de Deus, a fim de desfrutarem de sua eterna aliança em uma vida muito além dessa.
Jesus silenciou os fariseus e saduceus utilizando as Escrituras. No deserto Jesus respondeu ao diabo utilizando as Escrituras. A palavra de Deus tem respostas para todas as circunstâncias que possamos passar perseguição, tentação, dúvida, entre outras, por isso precisamos conhecer a palavra. O conhecimento da palavra nos livrará de todo engano.
Pra Nathalia Tonezer