Olá.

Mais uma semana daquelas em que não si exactamente como ou por onde começar porque os temas se emaranham e relaciopnam de tal forma que se torna difícil falar de um, sem abordar o outro. Por isso só agora estão a receber esta mensagem.

Comecei e parei várias vezes por não saber como começar. Ou continuar. Porque é assim que está o mundo, numa ebulição tão complexa que a pandemia é apenas a face mais visível desta transformação. As queixas estão em todo o lado, o desacordo também, o confronto começa a tomar forma e a sair às ruas. Em diferentes países europeus as pessoas sairam - saem - à rua contra as medidas que procuram, em teoria, protegê-las e aos que as rodeiam, estratégia que pode ser vista como de controlo e manipulação. Vendo as imagens, não consegui deixar de pensar que somos mesmo muito pacíficos e que um povo que faz a revolução de cravo na mão aceita mais facilmente estas medidas de contenção. E reparem, não quero, subrepticiamente, passar uma - ou a - mensagem, porque eu própria não sei qual o lado certo desta história, se é que que há um lado certo e um errado. Ou menos certo. Estou a falar de vacinas e vacinação, bem como de contenção e mitigação, com tudo o que implicam. Uma coisa é certa, sem estas medidas, isto implodia porque morriamos todos. Ou não, também não sei. Será isso que terá - teria - de acontecer para começarmos de novo? Quem seriam, então, os estóicos contra as medidas dos vários governos? Eu não sei e não me sinto capacitada para opinar, apenas para questionar, respondendo em cada momento, com a objectividade que o momento e a informação que detenho, me permite. E é sempre, essa a minha postura e a que quero partilhar ou inspirar: estarmos informados, o que não é exactamente o mesmo do que estarmos informados sobre o que pensam os outros sobre um determinado assunto. E estou muito grata por todos os que, religiosamente, abrem esta mensagem à Sexta-feira, ciente do poder que as palavras e a voz podem ter, segura de que jamais embarcarei em diz que e, sobretudo, consciente de que, antes de falar, terei sempre de pensar.

E, sobre isto, posso falar, porque estamos todos cada vez mais preguiçosos e condicionados por aquilo que as redes nos apresentam, essa bolha de informação e desinformação que criam para nós, numa altura em que a informação está mesmo ao nosso alcance. Informação é poder e o nosso poder maior é saber encontrar a informação, mastigá-la, compará-la e processá-la. O processo dá trabalho, ocupa tempo, aquele que não temos mas que, simultaneamente, ocupamos num scroll infindável pela opinião dos outros. Nos media a opinião domina porque é barata e dá cliques (sobretudo se for controversa) e, nas redes, o que temos é sobretudo a opinião dos outros que despejam nas redes aquilo que pensam, sem antes terem, efectivamente, exercido o seu poder de reflexão. Por isso, da próxima vez que olharem para uma imagem ou lerem um post, procurem perceber se quem escreveu o fez para si, num processo dialógico que transforma as redes numa extensão de nós próprios e um reflexo de quem somos, ou se o está a fazer para acrescentar alguma coisa a alguém. Depois decidam se continuam a ler.

Informem-se, leiam mais e scrollem menos (nunca pensei formular um verbo novo, mas aconteceu!), num fim de semana que tem tudo para correr mal: chamam-lhe black friday e é o maior atentado que existe à nossa inteligência e ao Planeta, pela forma como nos oferece o que não precisamos, nos propõe comprar mais por menos, quando o menos nunca é mais, e no qual o desperdício gerado ultrapassa o racional do bom senso. Sim, estou um bocadinho cáustica, mas já passa 💛

Abraço virtual a todos e até para a semana. P

💋💋💋

PS: na foto que acompanha esta mensagem a peça bonita quye trouxe do último Mind a Swicth, o evento de trocas de que vos falei na passada semana e no qual também há peças a estrear 😉 Para a próxima já sabem, apareçam porque vale a pena.

This is a public episode. If you would like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit paulacordeiro.substack.com